sábado, 5 de outubro de 2013

Encruzilhada

Construída
Ainda hoje saberemos o que decidirá Marina Silva com relação ao seu futuro imediato, o que fará em 2014. Da nomeação a partir do exterior (Lula a anunciou ministra quando em em território estadunidense) aos rumos que buscou na política passou de uma esperança para uma incógnita. Esperança, porque sinalizava, com sua história, uma revolução no pensamento centrado no meio ambiente; incógnita, porque traçou tantos caminhos aleatoriamente que parece perder-se sustentada no desamparo que suas convicções não conseguiram traduzir no imaginário, além da exploração de seu nome.

O exercício da política - demonstra-o a realidade, ainda que cruel - não se faz com amadorismo. Podemos traduzir como amadorismo o enfrentamento ao discurso político quando não dispomos dos meios para a mudança que anunciamos ou propomos.

Marina Silva tornou-se conhecida pela circunstância de ser a "petista" que encarnava a bandeira da defesa do meio ambiente. No PT conseguiu o espaço, conquistado com justiça nos momentos que se fez presente, sendo a senatoria a catapulta para o reconhecimento merecido. Mas, nunca se imagine que dispusesse de voo próprio, da autonomia essencial para liderar o sistema que defende.

No instante em que entendeu que o PT traía seus princípios iniciou a construção da encruzilhada em que se encontra. Como já escrevemos em outro instante (2010), começou a repetir a caminhada de Heloísa Helena. E, como esta, tende a perder o palanque nacional de que ainda dispõe. 

Afinal, a sua utilidade para uma parcela significativa dos instrumentos de controle da informação política reside não nos seus méritos, mas, tão somente, na capacidade de dividir as forças em números eleitorais que evitem uma vitória tranquila do governo. Como ocorreu em 2010, ainda é a "esperança" de fazer levar a eleição para o segundo turmo em 2014, um dos planos "B" do conservadorismo brasileiro.

Não queremos crer que a especulação de que a candidatura pela candidatura - que dela exigiu a iniciativa de criar um partido político para fazer "diferença" diante dos demais - possa levá-la a filiar-se no PPS.

Caso tal aconteça, a encruzilhada construída a conduzirá - ultrapassada a fase da utilidade - ao ostracismo. Afinal, não se pode servir a dois senhores.


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