domingo, 16 de agosto de 2015

Destaques


DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Na ponta da língua
Particularmente temos profundo respeito por quem não se cala diante de provocações. Especialmente quando venham de poderosos. Razão por que de nossos encômios ao chanceler cubano Bruno Rodriguez.

À indelicada postura de John Kerr de que os cubanos estariam bem melhor se numa “democracia genuína, em que as pessoas são livres para escolher seus líderes, expressar ideias e praticar sua fé” não só fere a autodeterminação do povo cubano como demonstra a arrogância dos EUA no instante em que – depois de 54 anos de um estúpido bloqueio econômico – reabre embaixada na ilha.

A inaceitável deselegância diplomática encontrou repercussão, naturalmente, na imprensa tupiniquim. Que não reproduziu a resposta cubana do chanceler Bruno Rodriguez ao repórter que o indagou na entrevista coletiva sobre como viu a declaração de Kerr e veio na ponta da língua como um punhal em área melindrosa dentro dos direitos universais do Homem:

Nós também temos preocupação com os direitos humanos nos EUA. Cuba não é um país que tem discriminação racial ou brutalidade policial, nem pratica tortura em um território sob sua jurisdição.”

Para não exigir muito do leitor – e dispensá-lo de remontar à diferentes épocas de luta em defesa da igualdade pelos direitos civis entre brancos e negros nos Estados Unidos, ou mesmo lembrar da ainda viva Klu Klus Kan – basta citar o recente caso Michael Brow aqui ou a tragédia de Charleston, na Carolina do Sul aqui. Não fora as denunciadas e permanentes práticas de tortura em Guantânamo, fato até admitido pelo FBI aqui.

Violência contida
Não há que falar que “contida” para a violência em São Paulo diga respeito a esta estar ou ter sido controlada. Mas ao pouco que se diz dela, ainda que na dimensão em que se expressa. Não se trata daquela fomentada pelos meios de comunicação, que alimenta audiências banalizando a violência, tornando-a coisa natural, como se fora parte da convivência em sociedade.

Mas daquela nutrida pelo Estado, como instrumento de repressão, tornada vingança. Uma violência contra as instituições, onde a reação deste ou daquele agente executor substitui instrumentos inerentes ao estado democrático como investigação, indiciamento e denúncia, processo e condenação. E pior: a execução se torna outra violação (e gravíssima), por instituir o que não existe no ordenamento jurídico: a pena de morte.

Em curso outra onda de chacinas em São Paulo. Daquele(a) São Paulo que até já negociou acordos com organizações criminosas para contê-la. Como em 2006, aqui lembrado No acordo com o pcc, o tabu da grande chacina de maio

Na realidade ‘contida’ está a análise das raízes profundas que alimentam a violência paulista(ana). Onde o aparelho estatal mantém ainda resquícios nada superficiais do tempo em que a repressão política se dispensava de respeitar a lei.

Que o digam as vítimas dos muitos que deram nome a logradouros paulistanos. 

Como no Brasil a fora.

Ainda falta
Grande furor há de ser desencadeado em razão da iniciativa do prefeito Fernando Haddad, que pretende substituir nomes de logradouros paulistanos que tenham vínculo com a ditadura em sua dimensão repressora. Pode ser compreendida por quem quiser analisar friamente a relação de “homenageados” AQUI

Considerando que os nomes estão vinculados a quem apoiou a ditadura militar (o que também significa quem a defendeu e a legitimou) não falta quem reclame da não inclusão da Avenida Roberto Marinho na relação de nomes a serem substituídos. 

E como há uma referência ao ‘jornalista’ Roberto Marinho (que sempre foi patrão) na placa da antiga Águas Espraiadas há quem recomende substituição por Avenida jornalista Vladimir Herzog, uma das vítimas da ditadura.

Há quem aplauda
"Haitianos, vocês roubam nossos empregos", teria gritado um dos que estavam no carro de onde partiram os disparos que feriram seis haitianos, na região central da capital paulista. Leia mais detalhes e ações côngeneres aqui

Na São Paulo quatrocentona  diante da reação da imprensa ao fato  tudo parece normal.

Quando a intolerância se faz imperar, diante da inércia do Estado em coibi-la, tudo se torna possível.

A pressa...
De Serra, se explica. Promessa antiga de entregar o que restasse da Petrobras. Imagine depois que a dita cuja descobre o pré-sal!

O que não se explica – a não ser que andou escondido no mesmo time de entreguistas – é a atitude do presidente do Senado, Renan Calheiros, em querer precipitar a decisão.

A reação de nacionalistas começou aqui

Projeto retira obrigatoriedade da Petrobras ser a operadora em todos os campos do pré-sal

O custo
Estudo de um assessor parlamentar já mostrou o que perderá (somente) a Educação brasileira caso os recursos oriundos do pré-sal não sejam mantidos pelo atual sistema de partilha. 

Releia mais detalhes a partir de "Presente de grego... ops!, de Serra" no DE RODAPÉS de domingo passado.

A fala da inconsistência
O dito por Mercadante na Câmara é aquilo que nunca imaginamos nele: incompetência política. Justamente para quem assume uma função de típica coordenação política, a quem cumpre amarrar as linhas e desatar os nós nas relações entre o Congresso e o Poder Executivo.

Elogiar o PSDB e reconhecer erros do Governo sem citá-los é o que de melhor poderia ocorrer para oposição em sua postura de busca do caos. É o próprio expoente posto por Dilma Rousseff acenando para uma oposição que não tem outro compromisso que não o da busca pelo poder (que, se legítima enquanto tal, peca pelo errôneo método).

E continua ministro. 

Presumindo que tenha falado com o consentimento da Presidente da República não há como não dizer que Dilma Rousseff capitulou.

Para quem não perceba que o que ora vivemos é uma luta de classes – diante da possibilidade de descontinuidade de políticas de Estado que beneficiam os mais desvalidos defendida pelas propostas da oposição/PSDB – Mercadante negando reconhecê-la demonstra, além da incompetência, curta visão.

Em razão dos elogios ao PSD e suas políticas postas no período em que FHC capitaneou o país não custa lembrar a Mercadante as maravilhas tucanas por ele (Mercadante) esquecidas, dentre elas haver quebrado o Brasil por três vezes.

Ou  quem sabe?  recomendá-lo indicar FHC ao papa Francisco para beatificação, com as homenagens e milagres avaliados por Bessinha.


A culpa de Lula
Considerando o elogio de Mercadante a FHC/PSDB, não custa analisar a culpa de Lula, na visão de quem escreve na rede:

Lula é culpado, sim, de ter promovido a maior ascensão social na história País. É culpado por ter tirado o Brasil do vergonhoso Mapa da Fome. É culpado por abrir as portas da Universidade aos pobres e aos pretos. Por ter aberto oportunidades que a maioria dos brasileiros nunca teve. É culpado de ter feito o melhor governo desse País em que os doutores sempre governaram. De ter mostrado que o Brasil pode ter o tamanho dos nossos sonhos.
Isso, sim, é imperdoável. E é por isso que eles têm tanto medo do Lula. 

Também porque “Lula é culpado de ter posto o Brasil a se postar e andar ereto diante das demais nações do mundo; e isso é inadmissível àqueles com complexo de vira-latas que queriam que o país vivesse “de quatro” ou, no máximo, de joelhos e descalços”.

Homenagem
Dentre muita coisa que o Judiciário se escusa apurar  especificamente onde não haja petista  há uma determinada chuva de dinheiro, lá em João Pessoa, na Paraíba, envolvendo a campanha de um senador.

Em homenagem ao trabalho da campanha trazemos a hilariedade nordestina em "Campanha Eleitoral", de Maviael Melo, com o próprio.



É o Lula
Caso consideremos a sanha com que pretendem envolver o ex-presidente Lula em malfeito não tarda aparecer alguém para afirmar que foi ele aquele “Cão” que enganou o senador (vídeo acima) e que tal postura exige prisão preventiva na Curitiba de Moro.

Tal sanha pode ser avaliada a partir de matéria publicada no Estadão aqui, oriunda de vazamentos de escutas da Polícia Federal, em razão do terrível e imperdoável crime de o ex-presidente haver falado com Odebrecht, em 15 de junho  como denuncia Fernando Brito no Tijolaço , "De um artigo de Delfim Netto, que você pode ler aqui, defendendo o BNDES e do elogio feito pelo velho Emílio Odebrecht a uma nota publicada três dias antes pelo Instituto Lula, rebatendo acusações feitas pela Veja sobre seus contratos para palestras."

E se for de Lula?
Completado um ano da morte de Eduardo Campos, no acidente em Santos, encontram-se dificultadas as conclusões em torno da responsabilidade de indenizar as vítimas (inclusive em terra) pelos danos. Tudo porque até agora não houve como identificar a propriedade do avião que transportava Campos e assessores. aqui

Ninguém duvide de que o jatinho seja de Lula. Basta algum dos presos em Curitiba delatar. Que pode incluir na denúncia o Lulinha. Melhor aperfeiçoado que D. Marise seja sócia.

Democracia ideal
A democracia brasileira – ainda aprendiz, em razão de muitos de seus atores não terem ido ao catecismo do que sustenta o moderno Estado Democrático de Direito – tem sofrido esbarrões.

Para muitos – dentre eles Aécio e quejandos – urge que surja o sistema democrático ideal: no qual o ‘seu’ partido (PSDB e quejandos) escolha o povo.

A campanha continua. Com o "povo" nas ruas. como neste 16.

Itabuna
Hoje se encerra a Semana de Aniversário de Jorge Amado, onde é lembrado. O vídeo abaixo, lançado em agosto de 2010, tratava de um projeto grandioso para Itabuna e pretendia antecipar os festejos em honra do ferradense ilustre, para que ocorressem durante o período que antecedia o centenário de Jorge, em 2012.

Do muito ali pensado e sonhado ficaram a estátua na entrada de Ferradas e a reconstrução da casa onde viveu Jorge enquanto morador de Ferradas, ainda na administração do prefeito José Nilton Azevedo, que aceitou e se empenhou no que lhe foi possível naquele projeto (JORGE 100 anos AMADO).

Faltou ao então prefeito a assessoria que permitisse desenvolver na plenitude aquele projeto, que o vídeo destaca em detalhes quanto aos objetivos.

Melhor (re)vê-lo para senti-lo. E perceber que perdemos não só a estátua que indicava a quem passava por Ferradas que o filho mundialmente conhecido ali nascera.

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