Não precisava descer a tanto
O Supremo Tribunal
Federal – pela primeira vez concretamente – está no centro de uma crise política, como partícipe de um golpe nas instituições republicanas. Espanto!
Um de seus ministros
– o Gilmar Mendes – faz política partidária em cada fala, em cada decisão onde
precise dele o PSDB e quejandos. Conspirarou recentemente às claras em mesa de restaurante e torna-se conselheiro ‘ad hoc’ do governo
interino como se advogado privado o fosse dele. Mas – ao que parece – a postura inconsequente de Mendes – ou individualmente, ou por influência – já repercute na imagem da instituição. Já se encontra ele, STF, naquela de 'não basta à mulher de César ser honesta, mas parecer honesta'.
Sua pequenez se faz escancarada na perda de confiança de setores da sociedade em sua
atuação. Movimentos sociais nem mais temem enfrentar a polícia que protege as suas
instalações e avança sobre suas ‘cercas’ e ‘barricadas’. Sinal dos tempos ruins
que o acometem e do que se constrói em torno de sua imagem.
Não de agora –
podemos afirmar. Mas desde que assumiu decisões em defesa de poderosos.
Começando por conceder habeas corpus a condenados. Inclusive facilitando-lhes – em alguns casos – a
fuga do país.
Não faltando a consciência corporativista distanciada da
realidade pátria quando pugna por percentuais de aumento indecorosos para as
próprias remunerações.
As omissões no
presente instante de crise fizeram aprofundar a sua imagem negativa.
A conspiração contra
o Estado e a ordem democrática encetada por partidos políticos de oposição ao
governo, com apoio da mídia, encontrando franca atuação a favor de Procuradores
da República capitaneados (em razão de atitudes suspeitas) por seu
Procurador-Geral é fato tão visível que dispensados estão os anos vindouros
para a História os explicar. São presentes.
As gravações de um
investigado e senadores não deixam sombra de dúvida.
Nesse viés espúrio
quem é citado? O STF, onde ‘alguns’ de seus ministros estariam envolvidos. Um
deles age escancarado. Sem pejo ou temor. Nele, nenhum resquício de pudor.
Bastaria ele para enxovalhar a Corte. Mas – a dúvida recente a la mulher de César – pode haver mais toga na trama.
A espuriedade de um incomodava. Mas a possível generalidade de comportamento – ainda que um ou dois que seja, ou mesmo nenhum (acaso "alguns" venha a ser retórica confusionista de Machado) – encerra a instituição na cela do descrédito.
A espuriedade de um incomodava. Mas a possível generalidade de comportamento – ainda que um ou dois que seja, ou mesmo nenhum (acaso "alguns" venha a ser retórica confusionista de Machado) – encerra a instituição na cela do descrédito.
O julgamento cívico
está em andamento. A sociedade percebe os passos e parcela dela – contrária ou
não ao governo – já fez seu julgamento, antecipando a História e historiadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário