domingo, 19 de junho de 2016

Mais reflexões

Análise fundamental
Não nos afinamos com a Economia, como ciência. Não é exata porque se o fosse todos os problemas estariam solucionados a partir das várias teorias desenvolvidas; tampouco social, se consideramos a secura com que vê o homem (destinatário natural dos resultados do progresso científico). Quando muito encontra explicação para fenômenos presentes no desenrolar da atividade econômica. 

No entanto não discrepamos diante da realidade analisada por quem não se enfeixa ao roteiro teórico-especulativo, aquele que se sustenta na esperança de que ‘dará certo’ o levado à planilha.

Isso nos remete a uma experiência pessoal, de quando enveredávamos na música, pelo violão, e nos imaginávamos detentor do domínio do código sonoro e da escala, como se dispuséssemos daquilo que é denominado de “ouvido absoluto”, ou seja, o domínio da escala musical (notas) sem necessidade de ‘aprendê-la’ pelo estudo repetido. Pensando como pensávamos, enquanto deitado à espera do sono, elaborávamos ‘os solos’ visualizando cada posição no traste do instrumento. Ocorre que – quando então acordávamos e púnhamos em prática as notas ‘decoradas’ – nada tinha a ver com a melodia.

Assim transita o teorismo econômico. Se destituído do domínio da informação – ofertado pelo exercício da experiência – fica sem encontrar a melodia correspondente ao planilhado.

A esse propósito, salutar a consideração de Luiz Nassif

Resultado de imagem para hyman minskyDemonstra, à saciedade, os erros cometidos pelos economistas – que ele já denominou em livro, de “Cabeças de Planilha” – nestes últimos anos, ainda que tenha havido atitudes concretas das políticas de governo voltadas para incentivar a produção industrial e, por conseguinte, a atividade econômica.

Resultado de imagem para hyman minskyA reflexão de Nassif traz à tona a releitura de um teórico, Hyman Minsky, keynesiano falecido em 1996. Seus estudos encontram-se refletidos na realidade recente, a ponto de vários economistas estarem retomando suas conclusões. 

No caso brasileiro, uma gama de incentivos e desonerações fiscais (em torno de 500 bilhões de reais) não asseguraram a estabilidade à economia. Tomado o exemplo, há neles o caráter científico ponderado por Minsky, amparado na observação empírica que se repete em idênticas circunstâncias.

Para ele a estabilidade gera a instabilidade, pois o desequilíbrio é inerente ao capitalismo. E explica a causa que leva ao desequilíbrio: cansados de lucros moderados, os investidores, nos períodos de crescimento, começam a correr maiores riscos, comprometendo o sistema. Assim, somente uma regulação financeira pode limitar a especulação e prolongar o crescimento de maneira estável.(Wikipédia)

O modelo adotado no Brasil – que estourou Grécia, Espanha e Portugal (e assusta a Europa como um todo) – é aquele criticado pelo economista-chefe do FMI Olivier Blanchard, profético ao afirmar que “Uma baixa taxa de crescimento, conjugada com o aumento da desigualdade não é apenas moralmente inaceitável, mas também extremamente perigoso em termos políticos”.

Não podemos descurar do fato de que uma atividade econômica voltada para assegurar a hibridez rentista, apoiada na premissa de que superávit fiscal para garantia de pagamentos à especulação financeira, tem sido o mote e mantra de teóricos do mercado, embevecidos na teoria neoliberal. 

Razão por que podemos simplesmente concluir com o afirmado no final do texto: a ‘política econômica a reboque do mercado e dos ganhos de curto prazo' (especulação) não são a solução.

A não ser que o teorismo dê lugar à experiência: aquela levada a efeito no país no imediato da crise de 2008. Ou seja, reconhecer o investimento público como móvel para o desenvolvimento.

Para tanto – o que é difícil pelo dogmatismo dos economistas, em sua maioria – esquecer as receitas neoliberais.


Simulação
Elaborado em comparação com o período Lula e Dilma – em contexto econômico muito mais favorável – a simulação do economista João Sicsú, posta abaixo, mostra a quão chega a sanha do interinato.

É o desastre 'anunciado' com o ajuste fiscal, do ataque abutre aos benefícios pagos pela Previdência social. Nada mais que uma tunga em torno de 40%.

Em valores de hoje, para o anunciado pelo interinato, R$ 600 a menos na conta de aposentados e pensionistas.

 

Mostrando serviço 
Quem nasce para lacaio nunca chegará a feitor. É da natureza. O lacaio sempre é subserviente, o feitor ainda pode se rebelar.

Como lacaio José Serra acaba de demonstrar a quantas anda sua sanha. A possibilidade de romper uma tradição da diplomacia brasileira, a da autodeterminação dos povos – particularmente em relação ao Estado Palestino – mostra o quão o rapaz é afoito em demonstrar estar a serviço do feitor.

Paulo Henrique Amorim mata a charada, em vídeo: não é guinada do corpo diplomático do Itamaraty, mas postura do lacaio José Serra. Querendo mostrar serviço.

Sem surpresas
A desclassificação do Brasil na Copa América não surpreende. Depois daquele 7 x 1 da Alemanha tudo é normal. Por outro lado, não há o que esperar de um esporte inteiramente controlado por uma rede de televisão, que define até os horários do campeonato nacional a partir de seus interesses.

O futebol brasileiro nada em tal nível de mediocridade que nem mesmo desperta a sanha da ganância dos que passaram a explorá-lo como investimento financeiro mundo afora.

Nada mais surpreende.

Quando incomoda...
De Dirceu nada encontram, nem encontrarão, a não ser sob a égide do ‘domínio do fato’. As condenações são simbólicas ao quanto ele contribuiu para a defesa da Nação e da nacionalidade, da construção de um Estado Brasileiro e de políticas sociais, de caráter nacionalista.

Não havia prova contra José Dirceu, afirmava-o Ives Gandra Martins, dentre outros. Mas foi condenado no ‘mensalão’ petista, quando ilustrada ministra (rabulada por Sérgio Moro, que a auxiliava) afirmou que mesmo não havendo prova o condenava com base na literatura jurídica. Um primor!

Moro o condenou – e ainda sequestrou o imóvel onde reside sua mãe (de Dirceu) – depois de receber uma lavagem de informação quando do depoimento de Dirceu ao dito cujo.

Mas a agressão ao Estado de Direito não incomoda quando José Dirceu é o alvo. Afinal, pensar neste país deu de incomodar.

Não custa sonhar!
Desembucha_Marcos_Valerio.jpg
Duvidamos que tal aconteça. Mas – de concreto – Marcos Valério se propõe a delatar o mensalão... tucano. É o que diz o UOL 


Caso aceitem a sua delação – e não a manipulem – vai vomitar tucano.

E aqueles que o apoiavam: PFL/DEM, PPS e quejandos mais.

A exigência que faz: proteção.

Farisaico
Dando de opinar sobre reformas FHC – desmistificado/escorraçado na reunião da LASA – imagina-se o ‘pensador’ portador da solução para a crise que ajudou a instalar.

O artigo recente – para nós – demonstra à sobeja que nada tem de pensador, de intelectual em essência. E sim, de hipócrita e oportunista.

Máscara no chão
Considerando que a mídia alternativa sempre está eivada de preconceito, como a serviço do PT e quejandos – não esqueça o leitor que até o New York Times anda considerado por ‘expoente’ da reação nacional como ‘a serviço do PT’ – nossa atenção anda voltada para o que pensa o jornalismo estrangeiro sobre o que ocorre no Brasil.

Do jornalista Glenn Greenwald, em Enquanto a corrupção assombra Temer, caem as máscaras dos movimentos pró impeachment, no The  Intercept: a luta nunca foi contra a corrupção.

“O impeachment da presidente do Brasil democraticamente eleita, Dilma Rousseff, foi inicialmente conduzido por grandes protestos de cidadãos que demandavam seu afastamento. Embora a mídia dominante do país glorificasse incessantemente (e incitasse) estes protestos de figurino verde-e-amarelo como um movimento orgânico de cidadania, surgiram, recentemente, evidências de que os líderes dos protestos foram secretamente pagos e financiados por partidos da oposição. Ainda assim, não há dúvidas de que milhões de brasileiros participaram nas marchas que reivindicavam a saída de Dilma, afirmando que eram motivados pela indignação com a presidente e com a corrupção de seu partido.

Mas desde o início, havia inúmeras razões para duvidar desta história e perceber que estes manifestantes, na verdade, não eram (em sua maioria) opositores da corrupção, mas simplesmente dedicados a retirar do poder o partido de centro-esquerda que ganhou quatro eleições consecutivas. Como reportado pelos meios de mídia internacionais, pesquisas mostraram que os manifestantes não eram representativos da sociedade brasileira mas, ao invés disso, eram desproporcionalmente brancos e ricos: em outras palavras, as mesmas pessoas que sempre odiaram e votaram contra o PT. Como dito pelo The Guardian, sobre o maior protesto no Rio: “a multidão era predominantemente branca, de classe média e predisposta a apoiar a oposição”. Certamente, muitos dos antigos apoiadores do PT se viraram contra Dilma – com boas razões – e o próprio PT tem estado, de fato, cheio de corrupção. Mas os protestos eram majoritariamente compostos pelos mesmos grupos que sempre se opuseram ao PT."

Olha o Machado!
A delação de Sérgio Machado está causando uma hecatombe no interinato.

Olha_O_Machado.jpgNada de novo no que relata. 

Diferença apenas no fato de que não tem Lula e Dilma, como gostariam os Moro da vida e os sicários das instituições democráticas que o alimentam.

Prêmio
Aquele helicóptero com quase meia tonelada de pasta de cocaína tinha/tem dono: Gustavo Perrella... que acaba de ser nomeado para integrar uma boquinha no governo Interino.

Uma sinecura, como prêmio, natural à constituição do governo Temer.

De priscas eras

Na delação de Machado um detalhe pouco explorado: afirma ele que o método de corrupção se encontra instalado no país desde 1946, com o advento da “terceira república”, como denomina o período compreendido entre 1946 e 1964.

André Singer disseca, na Folha, o velho esquema, pelo qual políticos indicam apadrinhados a cargos para que promovam, em favor deles, os valores desviados. 

Disso ninguém escapou: nem a ditadura militar. E gente do PT andou imaginando que poderia repetir a prática.

Apareceu!
Aquele R$ 1,5 milhão pedido por Temer a Machado de propina a Queiroz Galvão apareceu: no TSE.

Incógnita
Não sabemos aonde isso vai dar. Mas, o que se encontra visível é que as delações antes voltadas para alcançar e inviabilizar o PT (que tem seus podres) começam a superar os limites da tolerância e avançam – inexoravelmente – sobre o PMDB golpista e o PSDB. Na esteira DEM, PPS etc.


Há quem duvide que a devassa seja levada a sério. 

Que o diga Eliseu Padilha conclamando os operadores da Lava Jato ao bom senso: “Tenho certeza que os principais agentes da Lava Jato terão a sensibilidade para saber o momento em que eles deverão aprofundar ao extremo e também de eles caminharem rumo a uma definição final”.

Confissão
Dilma não cometeu crime. É julgamento político. Quem o diz é – acredite o leitor – o ministro Gilmar Mendes... em Estocolmo!

Deixou de explicar  por conveniência golpista  que o sistema brasileiro não é parlamentarista (onde cabível o afastamento do presidente por vontade política). Caso o dissesse escancararia a confissão de que houve  o que lá fora sabem à sorrelfa  que promovido um golpe.

Inclusive com sua valorosa participação.




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