Os
candidatos postos, as pesquisas e as surpresas I
Situação
Definidas as
candidaturas janelas de avaliação surgem quanto aos resultados que levam ao
primeiro turno. A pergunta que não cala – diante da crise por que passamos
oriunda de profundas divergências em políticas públicas aplicadas antes e
depois do golpe – gira se vence a direita ou a esquerda.
Agrupados à direita –
que se diz centro-direita – os candidatos Alckmin, Bolsonaro, Marina Silva e
Álvaro Dias; à esquerda – ou centro-esquerda, que seja – Lula/Haddad, Ciro
Gomes e Boulos.
As últimas
pesquisas deixam, à direita, Bolsonaro em situação cômoda e Alckmin com
tendência a crescimento (em razão do tempo disponível no horário eleitoral da
televisão) com Marina Silva correndo como incógnita, em que pese o percentual
de intenções; à esquerda, Lula – e transferência para Haddad – tendem a ocupar
o pelotão de frente, com Ciro Gomes lutando para avançar em razão do pouco
tempo na televisão.
A televisão
– mostra a história recente – trouxe surpresas, como Enéas, em 1989, que, com
tempo mínimo conseguiu arrastar votos que pareciam impossíveis.
Sinalizam as
intenções uma votação mais consolidada para Bolsonaro, à direita. Que poderia
ser atropelado por Alckmin (com 39 vezes mais tempo de TV que Bolsonaro), caso
se apresente realmente como a solução que o conservadorismo precisa para a
manutenção das reformas que implantou a partir do golpe para assegurar ao
mercado o domínio do país e da economia privilegiando o rentismo em detrimento
de políticas públicas que beneficiam a maioria da população.
A história
recente de Marina Silva pode leva-la a ser vista como coadjuvante, caso mantenha
o discurso dos anos anteriores. Não fora isso, 2018 não a tem como peça
fundamental para avançar sobre votos do PT, como ocorreu em 2010 e 2014.
Álvaro Dias
encontrará espaço para votos no Sul do país, onde também Bolsonaro transita com
facilidade. Ambos (Marina e Álvaro) ficam no que podemos chamar de nem fede nem
cheira do processo eleitoral. Ansiados como apoiadores da direita no segundo
turno.
Nesse meio não incluímos Meirelles, candidato do PMDB/governo que
exercerá muito mais o papel de evitar o desgaste de um apoio escancarado do
desgastado governo a Alckmin (o que atende ao jogo) do que de pretensão a
vencer. Esse o papel a desempenhar: livrar Alckmin da pecha de apoiado pelo
governo, visto que a mesma base partidária que o sustenta atende aos dois
reclamos.
Inegável
que, com Bolsonaro ou Alckmin, a concentração eleitoral afirmaria qualquer
deles no segundo turno. Resta saber até onde dita unidade será possível
considerando a natureza que norteia, por exemplo, o eleitorado de Bolsonaro, de
cunho profundamente reacionário em atitudes e discurso.
AMANHÃ: Os candidatos postos, as pesquisas e as surpresas II
Nenhum comentário:
Postar um comentário