quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Cenário político-eleitoral


Os candidatos postos, as pesquisas e as surpresas I

Situação
Definidas as candidaturas janelas de avaliação surgem quanto aos resultados que levam ao primeiro turno. A pergunta que não cala – diante da crise por que passamos oriunda de profundas divergências em políticas públicas aplicadas antes e depois do golpe – gira se vence a direita ou a esquerda. 

Agrupados à direita – que se diz centro-direita – os candidatos Alckmin, Bolsonaro, Marina Silva e Álvaro Dias; à esquerda – ou centro-esquerda, que seja – Lula/Haddad, Ciro Gomes e Boulos.

As últimas pesquisas deixam, à direita, Bolsonaro em situação cômoda e Alckmin com tendência a crescimento (em razão do tempo disponível no horário eleitoral da televisão) com Marina Silva correndo como incógnita, em que pese o percentual de intenções; à esquerda, Lula – e transferência para Haddad – tendem a ocupar o pelotão de frente, com Ciro Gomes lutando para avançar em razão do pouco tempo na televisão.

A televisão – mostra a história recente – trouxe surpresas, como Enéas, em 1989, que, com tempo mínimo conseguiu arrastar votos que pareciam impossíveis.

Sinalizam as intenções uma votação mais consolidada para Bolsonaro, à direita. Que poderia ser atropelado por Alckmin (com 39 vezes mais tempo de TV que Bolsonaro), caso se apresente realmente como a solução que o conservadorismo precisa para a manutenção das reformas que implantou a partir do golpe para assegurar ao mercado o domínio do país e da economia privilegiando o rentismo em detrimento de políticas públicas que beneficiam a maioria da população.

A história recente de Marina Silva pode leva-la a ser vista como coadjuvante, caso mantenha o discurso dos anos anteriores. Não fora isso, 2018 não a tem como peça fundamental para avançar sobre votos do PT, como ocorreu em 2010 e 2014.

Álvaro Dias encontrará espaço para votos no Sul do país, onde também Bolsonaro transita com facilidade. Ambos (Marina e Álvaro) ficam no que podemos chamar de nem fede nem cheira do processo eleitoral. Ansiados como apoiadores da direita no segundo turno. 

Nesse meio não incluímos Meirelles, candidato do PMDB/governo que exercerá muito mais o papel de evitar o desgaste de um apoio escancarado do desgastado governo a Alckmin (o que atende ao jogo) do que de pretensão a vencer. Esse o papel a desempenhar: livrar Alckmin da pecha de apoiado pelo governo, visto que a mesma base partidária que o sustenta atende aos dois reclamos.

Inegável que, com Bolsonaro ou Alckmin, a concentração eleitoral afirmaria qualquer deles no segundo turno. Resta saber até onde dita unidade será possível considerando a natureza que norteia, por exemplo, o eleitorado de Bolsonaro, de cunho profundamente reacionário em atitudes e discurso.


AMANHÃOs candidatos postos, as pesquisas e as surpresas II

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