sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Cenário político-eleitoral


Autofagia eleitoral
Diante do anteriormente analisado cabe levantar, ainda, outro elemento passível de fazer-se presente no processo que antecede as próximas eleições, que denominamos de autofagia eleitoral, aquela que ocorre no curso da campanha.

Ou seja, considerando as forças à direita e à esquerda, cada uma delas dispõe de um universo de eleitores que lhe são fieis, com pequenas variações de votos migrando de uma para outra, que ocorre mais pela afinidade deste ou daquele candidato com o grupo próximo do eleitor, que pode ser o bairro, a cidade, o estado, um discurso errado etc. 

A admiração por este ou aquele tende a alimentar uma simpatia que faça migrar votos em parte de eleitores à direita ou à esquerda. No entanto, o grosso do eleitorado de cada um deles caminha por se concentrar no segundo turno em torno de um nome que encabece a possibilidade de vitória do grupo. 

Dificilmente alguém migraria para o lado inteiramente adverso/oposto, malgrado a exceção chamada Geraldo Alckmin, em 2006, que obteve menos votos no segundo turno que os a ele sufragados  no primeiro.

Como singular fenômeno eleitoral em nível nacional, novamente Geraldo Alckmin pode patrocinar novidade. Registra o mercado – termômetro dos interesses à direita – a possibilidade concreta, já sinalizada neste agosto segundo anunciado pela consultoria internacional vinculada ao economista Nouriel Roubine, de alijar o ex-governador paulista do trabalho de ver nele concentrados os votos de fatias das elites que já não apostam mais em Alckmin, razão por que Bolsonaro seria mais confiável aos seus propósitos, como veicula o Brasil 247

Nesse quesito, pesa contra Alckmin a insossa presença nas pesquisas e o risco concreto de não pontuar o suficiente a tornar-se força para enfrentar a concentração de votos à esquerda e assumir a liderança voltada para a permanência dos interesses em jogo, patrocinados pela banca e assumidos pelo golpe e o atual governo.

Retornando à análise: levado isso à consideração é possível admitir a existência de percentuais consolidados à direita e à esquerda que podem atingir 35% do somatório para cada um, que se concentrarão no mais votado do grupo, aquele que tenda ao segundo turno, ás vezes influenciado pela pesquisa ou informação manipulada, como aconteceu com Marta Suplicy quando perdeu o governo de São Paulo para Mário Covas no preciso instante em que este capitalizou os votos indecisos que migrariam para Marta diante da certeza de uma vitória (o que estava acontecendo), ou para Covas, como veio a acontecer, em razão da manipulação promovida pelo IBOPE, coisa que Marta Suplicy nunca perdoou a Montenegro.

Simplificando o cenário, no plano desta autofagia eleitoral, os mesmos Lula/Haddad x Ciro Gomes estariam no páreo com Geraldo Alckmin x Bolsonaro. Porque insistimos em não mais ver Marina Silva como a musa para o desempenho que interessa, além de carrear votos que ainda se iludem em tê-la como uma renovação política.

AMANHÃ: Especulação, incluindo o eleitor.

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