domingo, 7 de outubro de 2018

Entre incertezas e retornos

Leitura imprescindível
Aqui destacamos A RELAÇÃO MIMÉTICA ENTRE O PÚBLICO E A IMAGEM CINEMATOGRÁFICA, do trabalho acadêmico que instruiu uma dissertação de mestrado do Professor Clédson Miranda dos Santos, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, centrada na influência do cinema estadunidense nas gerações provincianas. No caso estudado, as da cidade de Itororó, nesta Bahia de todos nós:

Após a Primeira Grande Guerra, os Estados Unidos começam a lançar as bases do seu poderio econômico sobre o mundo e um dos modos de difusão e alargamento desse poderio era ratificado por meio das ideologias propagadas pelas películas hollywoodianas, por meio da disseminação dos valores da sociedade de consumo e dos seus produtos. Estava, assim, constituído um modo eficiente de veiculação do modelo de capitalismo norte-americano, principalmente para os países da América Latina e, particularmente, o Brasil, grande consumidor. Ou, como afirma Gomes (1980, p. 86), ‘a raiz mais poderosa dessa produção é constituída por idéias, imagens e estilos já fabricados pelos ocupantes para consumo dos ocupados.’ Conforme Louro (op. cit., p. 426), as platéias selecionavam e acompanhavam os diferentes gêneros narrativos, identificavam e decodificavam os diversos signos, costumes, músicas, movimentos de câmera, sons, jogos de iluminação, etc.. Deste modo, a linguagem cinematográfica e seus diferentes dispositivos passavam a fazer sentido, produziam e difundiam diversas representações.”

Nunca o estudioso haverá de descurar da existência de figuras míticas como Capitão América, Superman e quejandos, vestidos com as cores da bandeira do USA e levando ao imaginário externo aquele país como a pátria da liberdade e da democracia e, acima de tudo, ser ele (o país), o guardião mundial da defesa de tais valores e instituições, ao qual todos deveriam respeitar e copiar/obedecer.

Simplesmente a manipulação das massas. Mentes direcionadas para corresponder aos ditames dos Estados Unidos.

O trabalho, centrado no inconsciente coletivo, não o sabíamos, foi desenvolvido por um filho de Sigmund Freud, como o diz Armando Coelho Neto em texto para avaliar a atualidade brasileira à luz da manipulação midiática capitaneada pela Globo.

Leitura imprescindível.

Doeeeu!
Essa irritação da Globo, manifesta através de Míriam Leitão, cobrando do TSE postura equânime em relação aos candidatos, nos cheira coisa de quem parece haver percebido um nó nas próprias tripas causado pelo remédio que receita.

Quem sabe?, de estar fazendo por um presidente que já anunciou redução para a verba publicitária e está diretamente vinculado à concorrente Record e ao pool de igrejas evangélicas lideradas por Edir Macedo.

Festa
Houve tempo em que uma eleição podia ser chamada de ‘festa da democracia’. A deste 2018 = pautada no ódio e no medo – sinaliza tempos soturnos. Que podem rimar com coturnos.
Estas eleições bem podem ser uma festa, sim: de terror.

História como farsa
Há quem veja na campanha para o segundo turno uma oportunidade para ‘reflexão’ do eleitor. E, assim pensam, o debate de ideias e propostas ocorreria e o eleitor poderia comparar as reações de cada finalista, no campo emocional e político e administrativo.

Esquecem que o debate posto está centrado no ódio e no medo. 

A demonização da classe política mostra os dentes. 

Como na Itália oriunda da Operação Mãos Limpas. 

Que resultou em Berlusconi.

Sonho de consumo
Não é de hoje o sonho de Bolsonaro por implantar uma ditadura, ou, pelo menos, o retorno dos militares ao poder. Em entrevista ao NYT, em 1993, desencavada recentemente, tudo está claro como proposta.

Ou sonho de consumo.


Nem explicando!
Tempos duros os que estamos vivendo. Tempos em que não dá nem mesmo para repetir Brecht: “Que tempos são esses em que temos que explicar o óbvio?”

Pelo andar da carroça, nem explicando!

Constituição para quem e para quê?
Como no samba-canção de Noel Rosa, imortalizado por Araaci de Almeida, nestes trinta anos completados no último dia 5, “morre hoje, sem recado e sem bilhete”, porque “sem luar e sem violão” lhe seria homenagem da qual se dispensou através de seus intérpretes no STF.

O retorno
Durante certo tempo publicamos no blog O TROMBONE uma coluna semanal denominada De Rodapés e de Achados e nela duas tiras assinadas por Vinicius  Os Traços e As Traças , que retornarão a este espaço muito proximamente.

Abaixo uma amostra do publicado há oito anos, com sotaque atual.



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