domingo, 28 de fevereiro de 2021

Álibis, cada forma e cada um a seu tempo

Há muito a “justificação ou escusa aceitável” tornou-se, em muitos casos, instrumento falacioso, meio de enganar e tapear afirmando não fazê-lo. Daí, sob este prisma, torna-se sinônimo de farsa e engodo.

No curso da História a farsa montada para corresponder a interesses e propósitos tem sido a tônica de governantes sem escrúpulos. O incêndio de Roma pelos “cristãos” ao alvitre de Nero; o do Reichsteig pelos “comunistas” ao sabor de Hitler; as “armas químicas” desenvolvidas por Sadan Russein para alegria de Bush Jr. Por aqui o Plano Cohen, dos “comunistas” para garantia do Estado Novo de Vargas. Até mesmo a tentativa terrorista de explodir o gasômetro do Rio de Janeiro pelos “comunistas” de sempre como o queria o brigadeiro João Paulo Burnier, em 1968 (Wikipedia).

A prática perdeu em si o controle. Todos, de uma forma ou de outra, a utilizam. Que o digam os denominados fake news tão em moda.

Portanto, caro e paciente leitor, os fatos adiante analisados para uma reflexão.

O primeiro deles

Matando coelhos com uma ou duas cajadadas. Assim vai levando o político Gilmar Mendes em seu permanente mister de fazer o jogo a favor dos amigos utilizando-se da toga.

Sua Excelência diz que tem o voto “praticamente pronto” (247) mas a cada dia vai acrescendo ao mesmo o que lhe chega de informações da vaza jato ora admitidas pelo STF no caso Lula.

Sabido e consabido que o ilustre ministro, formado no PSDB, dentro de um projeto de amparar o partido em nível de STF  como hoje sonha a caserna tupiniquim  tem em seu currículo (nada pequeno) uma infinidade de decisões eminentemente políticas beneficiando o PSDB.

O PSDB que sonha com um candidato que atenda aos seus reclamos, da linha Luciano Hulk e quejandos.

Qualquer atraso na decisão do STF que venha a inviabilizar uma candidatura de Lula em 2022 abre espaço para que a direita pátria fique mais à vontade e disponha de alguém que seja o contraponto ideal ao inquilino do Alvorada (fortíssimo candidato à reeleição), que se utilizará do auxílio emergencial no instante necessário, em doses suficientes a lhe assegurarem um pouco mais que acresça ao terço dos votos encrustados no pentecostalismo católico e evangélico, dos ‘cientistas’ terraplanistas que vestem amarelo, do militarismo miliciano, dos militares de pijama garantindo o controle de sinecuras.

O jogo duplo de Gilmar Mendes se apresenta  depois de haver declarado que o habeas corpus só assegura efeito no processo do tríplex e não no de Atibaia – muda de rumo, em dimensão menos desgastante: protela o voto, retarda a possibilidade de candidatura de Lula e sem que lhe ponham a culpa abre espaço para o conservadorismo tupiniquim permanecer no poder. Para tanto até com alguém da caserna, em último caso.

Por que dizemos que faz jogo político o ministro? Por uma simples razão: se o escândalo judicial (mundial, a teor de articulista do NYT) encastelado na lava jato (capitaneado por Moro, Dallagnol e asseclas outros) escancarado está e provas há mais que suficientes para atender ao pedido da defesa de Lula por que razão carece o ilustre e ilustrado ministro de gastar tempo inserindo novidades que lhe chegam?

É que na esteira de ‘novidades’ termina o século e as mesmas não se esgotarão.


E Mendes vai administrando seu projeto, utilizando de um álibi: ilustrar mais e mais o voto que proferirá diante das câmeras da TV Justiça.

O segundo

Para o caso de o resultado eleitoral não lhe ser favorável o inquilino do Alvorada vai preparando o terreno, as minas e casamatas para fazer valer o estilo Capitólio tupiniquim.

Inspirou-nos à avaliação posta adiante de material que circula no facebook, postado por Waldir Landim, como adaptação livre do poema Quatro Armas, de Xanda Boni

                                                                Poema seis armas

            

Seis armas de fogo para cada macho ciumento

Seis armas de fogo para cada homem inconformado com o fim do relacionamento

Seis armas de fogo para cada motorista birrento

Seis armas de fogo para cada jovem suicida sem alento

Seis armas de fogo para cada criança cujo pai é desatento

Seis armas de fogo para cada amigo briguento

Seis armas de fogo para cada aluno indisciplinado e violento

Seis armas de fogo para cada traficante que faz coleção de armamento

Seis armas de fogo para cada playboy boçal e marrento

Seis armas de fogo para cada comerciante assaltado e desatento

Seis armas de fogo para cada cidadão de bem inseguro e sem treinamento.

Seis armas de fogo para cada evangélico do velho testamento

Seis armas de fogo para cada eleitor fascista e jumento

Muito a propósito dos que enxergamos aí está o busílis.

Considerando que o limite liberado recentemente pelo inquilino do Alvorada é individual presuma-se que cada membro de uma família possa dispor de seis armas: marido e mulher = 12; mais um filho adulto + 6; se outro filho adulto... = 6. E lá se vai quase meia centena delas.

E há quem diga que não está em andamento um golpe armado para manter o inquilino do Alvorada no Poder.

“Para conter isso” a ministra Rosa Weber “pediu” explicações ao governante sobre o decreto publicado.

Como fazemos questão de frisar, a ministra “pediu”. Ou seja, nada vezes nada é igual a nada elevado ao cubo igual a nada.

Quando a sociedade de malucos armada estiver o STF é a mira por excelência, com Rosa Weber e tudo.

Álibi não faltará. 

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