domingo, 15 de agosto de 2021

Faltam substantivos, sobram adjetivos

 

Patético, ridículo, risível, bufo etc. etc. etc. Os que costumamos assistir pela televisão desfiles de forças militares em nível de China, Rússia, Coreia do Norte ficamos estarrecidos com a demonstração de insignificância a que postas as forças armadas brasileiras, torreão da segurança nacional.

Caso levemos em consideração o ‘aparato’ exibido na terça (10) decididamente não temos condição nem de enfrentar o Paraguai. Caso não o seja, o ridículo uso do ‘aparato’ fora de instante (visando demonstrar força) levou de roldão o ‘comandante’ à execração pública em dimensão antes não imaginada.

Tudo isso faz parte do hospício em que nos tornamos, não mais ‘república de bananas’. Os internados aplaudem como expressão de políticas públicas as filas para conseguir osso, a mortandade por covid-19 nos povos nativos, estupros e assassinatos de crianças indígenas, pensões milionárias em várias esferas do poder (incluindo as escandalosas percepções no meio militar), aposentadorias milionárias. E agora desfiles bizarros.

Certo que parece não sobrar dinheiro para aparelhar a Marinha, o Exército e a Aeronáutica se tomamos como exemplo a magnificidade do ‘aparato’ militar levado à Brasília. Se houve pretensão de demonstrar poderio militar não ficamos só no patético e o denominado Exército brasileiro passou por uma desmoralização bélica.

Ali exibido um necrológio à espera de um epitáfio.

Sabemos que não é pequeno o orçamento das Forças Armadas. (Ainda que desviem recursos do SUS destinados à pandemia para cobrir gastos militares). Atualmente 22% dos investimentos federais estão destinados ao Ministério a Defesa (incluindo reajuste para os militares). Mas — diante do ‘aparato bélico” exibido — não custa levantar questões sob conjunção alternativa: ou o exército está sucateado ou o dinheiro da arma somente é suficiente para pagar pensões para filhas de oficiais falecidos há décadas (uma delas, quase centenária, continua na lista até que o Altíssimo a convoque).

Na esteira tornamo-nos centro de galhofa, pátria do ridículo, convento sem carmelitas

Não temos Miguel de Cervantes para cantar nossos Cavaleiros de Granada: que saíam em alta madrugada, brandindo lança e espada, em louca cavalgada. Para quê? Para nada!

Mas, caro e paciente leitor, como somos um país pródigo naquilo que corre mundo como ‘jabuticaba brasileira’ galgamos o patamar inimaginável de possuirmos as FORÇAS DESARMADAS DO BRASIL. Ou, quem sabe?, o primeiro exército de Brancaleone latino-americano à espera de Mario Monicelli imortaliza-lo.

Queremos crer que certamente o ‘aparato’ exibido como demonstração de força envergonha militares que não têm o ‘mito’ como deus encarnado. Até porque expulso dos seus quadros por prática de ato indigno.

Mas, cá para nós: um país que caminhava para integrar o universo de produção de usinas e submarinos nucleares, dominando o ciclo da produção de urânio enriquecido alcança o estágio de centro de piadas e galhofas e não está a servir e não se presta nem como tema de romance de cavalaria medieval.

Luciano Huck chegado a uma ‘lata velha’ encontrou o mote para a sua candidatura a comandante delas.

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Fontes aplicadas: Brasil 247 e Poder 360

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