domingo, 12 de julho de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Francisco, o papa
Há muito a Igreja não discutia as relações sócio-político-culturais-econômicas como o faz Francisco, o papa.

Francisco, o líder
Há muito a Igreja não assume posições concretas em defesa dos menos favorecidos como o faz Francisco, o líder.

Ainda o Papa
Não será tão cedo que a elite latino-americana – representada por áulicos da imprensa a que servem – compreenderá o papa Francisco.

Continuarão interpretando-o... às avessas.



Uma verdade escondida
Não dimensionamos, ainda, o espírito da coisa que norteia a pretensão editorial. Mas, não deixa de ser louvável a veiculação do documentário “A Guerra do Paraguai – a nossa grande guerra”, no History Brasil, neste sábado.

Para quem pretenda aprofundar-se no assunto recomendamos a leitura de “Genocídio Americano: A Guerra do Paraguai", de Julio Chiavenatto.

O papa Francisco disse, no Paraguai, com todas as letras: "A guerra do Paraguai foi uma guerra injusta".


Roto e esfarrapado
Aécio Neves – autoproclamado reeleito presidente da República na convenção do PSDB – assume-se líder da oposição 'ao Brasil' e ataca o Governo e PT como antro de negociatas e irregularidades.

Ninguém bota a mão no fogo por ninguém – diante do risco de ficar maneta, para não destoar da sabedoria de Tormeza. Apenas cabe exigir-se prova.

No entanto, para Aécio Neves, que muito tem a explicar, não se configura o paladino que pretende parecer. E não precisamos falar das delações de Yousseff citando-o como beneficiário de 100/120 mil dólares mensais oriundos de Furnas através de Janene ou de proezas como os aeroportos de Cláudio e Montezuma.

Pode ser compreendido melhor a partir do “dize-me com quem andas e te direi quem és”. Como lembra o Bessinha.


Entre a angústia e o desespero
A sede com que Aécio Neves busca o poço golpista deixa a entrever uma distinta conclusão: por que não espera o desastre da economia – como anuncia a oposição – que tenderia a se agravar e, por si só, destruir o Governo?

É que algo não está conforme o figurino. O anunciado em jornais e discursos políticos da oposição não está encontrando a resposta ou convencimento no homem comum.

Dados mostram que a contra-petismo encontra apoio em quem votou no PT e se desiludiu com as medidas de ajuste levadas a termo por Dilma Rousseff.

No entanto, quando comparada a insatisfação com a realidade de cada um, no preciso instante de uma definição, a comparação entre um tempo recente e outro mais pretérito definirá pelo atual quadro.

Aí a angústia e desespero de Aécio.

Moralmente suspeita
Caminha para completar 1 ano a Operação Lava Jato e seus desdobramentos. Afastados os resultados que são traduzidos em campanha político-partidário-leitoral-golpista e busquemos a limpidez jurídico-processual de todo o anunciado até agora só dispomos de um processo praticamente sustentado em delações premiadas. Ou seja, testemunha mesmo até esse instante, quase nada.

Considerando que delações premiadas têm origem em criminosos que buscam amenizar a condenação, a dúvida fica em relação à condenação dos delatados.
O mundo jurídico não vê possibilidade de ser considerada prova a delação em si.

Não à toa, o ministro Celso de Mello ironizou a partir do estranho fato de que nunca viu tantas delações premiadas num só processo. Implícito, para o ministro, que só há criminosos confessos buscando escapar de condenação certa.

Quando ainda estudante de Direito muito ouvimos de que a ‘prova testemunhal’ era a prostituta das provas. Que dizer da testemunha delação-premiada, criminoso confesso em busca de redução da redução da pena?

Gilmar Mendes
O ilustre ministro e porta-voz da oposição no STF prometera em entrevista que liberaria seu voto – que trava a decisão conclusiva, já derrotada por 6 x 1, sobre financiamento privado de campanhas eleitorais – e julho já caminha por findar e nada.

É que Sua Excelência trabalha muito. Aproveita o recesso para acelerar processo contra Dilma Rousseff no TSE.

Mas é que não pode deixar de cumprir seu papel político-partidário, ainda que descumpra suas obrigações institucionais para com o STF.

Sem respostas
O país ferve na fogueira da Inquisição urdida por quem perdeu a eleição.

Tudo se sabe. Só não se sabe de quem é a cocaína flagrada pela PF no helicóptero dos Perrella e de quem o jatinho de Eduardo Campos.


Traidor da pátria
A derrota do senador José Serra – que esperamos não seja a primeira em relação ao pré-sal – pode levá-lo a liquidar suas pretensões presidenciais. Se o PSDB e quejandos já são mal afamados como entreguistas, descomprometidos com o povo e o país, a iniciativa açodada de Serra torna-o o representante mor deste entreguismo.

A derrubada do pedido de urgência – para levar à discussão mais ampla o projeto de Serra – escancarará sua missão antipatriótica e o deixará (certamente os ‘companheiros’ o deixarão ao largo) como o símbolo do entreguismo.

Ficará na história como o traidor do Brasil e do povo brasileiro.

Método I
O presente rodapé é dirigido, tecnicamente, aos advogados. Especialmente os criminalistas. 

A postura do juiz Moro  demonstra-o a realidade exposta no vídeo  é de flagrante desrespeito ao princípio constitucional da mais ampla defesa, ainda que esteja a afirmar que tudo faz conforme a lei.

A lei dele, naturalmente.



Método II
A propósito do método  em desdobramentos outros  aproveitamos de Jânio de Freitas, disponibilizado aqui para mostrar o quão cheia de imbroglio está a Lava Jato e suas consequências judiciais.

"A fonte e a espécie de dinheiro que favoreceram a campanha de Dilma foram as mesmas, no dizer do delator premiado, que favoreceram as campanhas de Aécio Neves à Presidência e de Aloysio Nunes Ferreira ao Senado. Na perturbação das ideias, Aécio e suas forças imitam os militares americanos, craques no que chamam, para abrandar ao menos nas palavras, de “fogo amigo”.

No caso de Aécio e do PSDB, porém, o fogo é ainda mais consequente: é fogo suicida. Aécio Neves não se deu conta de que, se Dilma perdesse o mandato por consequência da afirmação de Ricardo Pessoa, no mesmo dia poderia dar entrada em um pedido de cassação dos mandatos dos senadores Aécio Neves e Aloysio Nunes Ferreira, para obter a sentença de efeitos judiciais idênticos em fatos iguais.

Também na política, e sobretudo na democracia, não se deve brincar com fogo.

A CPI da Petrobras faz o mesmo. Criada com o fim óbvio de gerar embaraços para Dilma, para o governo e para a empresa, a CPI vai ouvir o ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, sobre uma escuta ilegal dentro da Polícia Federal em Curitiba. Ocorre que o grampo na cela de Alberto Youssef, ainda no início da Lava Jato, foi posto e já confessado por agentes da polícia. Sob ordem, disseram, do principal delegado que integra o grupo da Lava Jato.

A PF está mal nessa história. Mas não está sozinha, nem na pior situação. Há notícia de que foram identificados sinais do uso, em inquirições, de falas captadas pelo grampo. Se a escuta ilegal já era um procedimento inadmissível, o seu uso em interrogatório compromete o inquérito. E refuta as acusações dos procuradores aos advogados que apontam práticas ilícitas na Lava Jato.

A CPI de apoio à Lava Jato resulta em puro fogo amigo."


CNBB
A sociedade vai aos poucos destacando as 'politizações' várias. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB manifestou posição contra 'politização do Judiciário' e sua "atuação seletiva' etc. aqui

Tudo, menos a serviço do país
Quando o golpe militar de 1964 triunfou – por ausência de resistência – proliferaram nos mais distantes rincões presenças estadunidenses como observadores ou estudiosos em diferentes áreas de conhecimento, mormente Geologia. Integravam-se às comunidades e sempre – sozinhos – descambavam pelo interior ‘pesquisando’.

Em relato de Carl Bernstein – lembrado por Mauro Santayana em seu blog aqui – demonstrada ficou a atuação do governo estadunidense e suas agências na construção da ‘ideologia’ da subserviência alheia a serviços dos EUA. Alguns recebendo recursos oficiais para defender ‘ideias’.

A atuação contemporânea passa pela ciência econômica. Onde construídos e publicados como dogma de fé os pensamentos que atendem ao mercado.

Neste país – nos dois instantes – nunca faltou quem a eles servisse com denodada subserviência. E não falta ‘oferecido’.

Atualmente nem precisa de dinheiro. Basta um visto para a Disney.

Esse papa Francisco!



A propósito, parte do artigo de Ricardo Melo, na Folha:

"Ao mesmo tempo, o sistema social ao qual o Vaticano rende homenagem secular exibe repetidos sinais de esgotamento. A perversidade de crises econômicas seguidas, a voracidade do capital financeiro, o sacrifício imposto a povos inteiros em favor de rendimentos parasitários soterram a reputação de ideais lastreados na resignação à espera de uma eternidade próspera.

São mazelas renovadas a cada dia. O cerco da banca internacional à Grécia e o receituário imperativo de austeridade econômica não deixam mentir; junto a isso, a alternativa militar contra migrantes vítimas da fome e da opressão na África compõem um cenário do retrocesso civilizatório em curso.

A cúpula da Igreja Católica conhece o ofício. Num período como esse, nada melhor que alguém com a biografia do papa Francisco e sua imagem despojada (embora motivo de polêmica na Argentina). “Quando o capital se converte em ídolo, arruína a sociedade, destrói a fraternidade, povos enfrentam povos.” Foi mais longe ainda em seu discurso na Bolívia: “Ações de concentração monopolista dos meios de comunicação social, que pretendem impor pautas alienantes de consumo e uniformidade cultural, são uma forma de novo colonialismo, de colonialismo ideológico”.

No Brasil de hoje, se dependesse da oposição, o pontífice provavelmente estaria sujeito a um processo de impeachment ou coisa parecida. Isso se alguém não pedisse a recontagem dos votos dos cardeais que o elegeram.

Inútil esperar de Roma qualquer solução terrena. Religiões não existem para tanto; quando muito, atuam como paliativos. O importante na fala do papa Francisco é o diagnóstico cortante. Nem precisa ser bom entendedor."


Há vida
Enquanto dizem existir música por aí, onde proliferam cacofonias pessimamente melodizadas, tudo com respaldo da valorosa contribuição de programas de rádio e televisão, podemos afirmar que ainda há vida inteligente neste país.

Que o diga o leitor ouvindo o vídeo abaixo, acústico caseiro mostrando uma geração comprometida com qualidade da música brasileira.

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