domingo, 19 de julho de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Mistério ampliado
As cabeças de pedra da Ilha de Páscoa sempre alimentaram mistérios. A começar por saber quem conduziu e esculpiu tais gigantes. 

Antes imaginaram tão somente cabeças. Descobrem que são corpos. Muitas toneladas a mais, mais que o dobro. Alguns com inscrições.

Amplia-se o mistério.

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Faltou cueiros
Os meninos da Grécia anunciaram-se ao mundo como cabeça de ponte do enfrentamento ao sistema financeiro. 

Ainda que caiba aguardar pelos desdobramentos do vai-e-volta, não custa afirmar que lhes faltaram cueiros.

Yanis Varoufakis, ex-ministro da Fazenda da Grécia, em entrevista a uma emissora austríaca, destacada pelo Guardian aqui, não poupou críticas à reviravolta, que contraria a vontade manifesta no plebiscito que disse 'não' à proposta da União Europeia, denominando o acordo de 'novo Tratado de Versailles':

“Esse é um novo Tratado de Versailles que ronda a Europa. Em 1967, o Golpe de Estado que destruiu a democracia grega veio sob a forma de tanques. Bem, dessa vez foram os bancos.

Não custa lembrar o passado a que se refere Varoufakis, relendo "As consequências econômicas da guerra", de Lord Keynes. Os desdobramentos todos temos obrigação de conhecer: a ascensão do nazismo na Alemanha.

Até porque o que fazem por lá repercute aqui.

Razões imediatas
O acordo costurado por Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China com o Irã  que deve ser referendado pelo Conselho de Segurança da ONU nesta segunda 20  não mostra a razão imediata do interesse comum: o avanço, mais que alucinante (em todos as dimensões, incluindo a psíquica) do Estado Islâmico, de quem o Irã também é adversário.

O incômodo a Israel  que perde espaço na geopolítica do Oriente Médio  será definido pelo Congresso dos EUA  onde os judeus sionistas exercem forte lobby  que legitimará ou não a participação estadunidense no acordo.

Outra observação deste provinciano observador: reflexos no preço do petróleo a médio prazo. O que nos interessa.

                                 

Semântica
Alguém na rede  é por lá que muito se interpreta  levantou a distinção elementar no plano de conceito sobre propina, vinculando-a a da Polícia Federal – órgão estatal de atuação singular na contemporaneidade: 

“A PF sabe distinguir doação de propina: doação é para a oposição e propina é para o PT”.  

Sensatez
O Senado da República existe originariamente como espaço de equilíbrio e maturidade na edificação de leis. Tal maturidade e equilíbrio acabam de ser demonstrados na aprovação ocorrida na última terça 14. Expressa uma revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no que diz respeito às práticas ilícitas cometidas por crianças e adolescentes, elevando para 26 anos o período de internamento compulsório. Ou seja: o menor adolescente que tenha cometido delito grave permanecerá custodiado até oito anos depois de completados os 18 que lhe dão maioridade.

Neste particular, pode constituir-se em apenação gravíssima, uma vez que uma custódia a partir dos 12 anos o levará ao cumprimento de 14 anos em regime fechado.

A maturidade do Senado reside no fato elementar: não é a redução da maioridade penal a solução. Mas a certeza de que a impunidade não beneficiará o infrator por ser menor de 18 anos.

O projeto aprovado  defendido pela OAB aqui  ainda contempla o agravamento de pena para o adulto que se utilizar do menor para a prática ilícita.

Não fosse...
O circo armado por Eduardo Cunha – culminando com sua declaração de tornar-se oposição ao governo Dilma (o que já exercia de fato) – é parte das consequências de uma gama de raios que caem sobre sua cabeça e põem sua carreira política em risco. O maior deles – no momento – a recondução do Procurador-Geral da República ao cargo.

Para completar, se havia fatos criminosos que o atropelavam, uma delação em depoimento que se origina na Lava Jato caiu como um tsunami sobre sua vida e patrimônio: achaque para obter 5 milhões de dólares de uma empreiteira (mais um), além de ameaças a investigados, estendidas a familiares, para que não seja citado em depoimentos.

Escolheu – como defesa – acusar/responsabilizar a presidente Dilma por tudo o que lhe acontece como se fosse culpada pelos vários processos a que responde, desde sua aliança com PC Farias, no final dos anos 80.

A lona do circo de Eduardo Cunha pegou fogo. Por facilidade do próprio, que acendeu uma fogueira onde havia combustível armazenado junto à cobertura (a lona). Resta-lhe o vazio para o espetáculo.

Faltará público e artistas porque – para completar – ninguém trabalha sob chuva, oriunda da tormenta que restará do tsunami que sacode Cunha.

Não fora o apoio da mídia – que o tem na condição de inviabilizador mor do governo –, e estivesse na condição de um Severino Cavalcanti, já estaria apeado do poder e do mandato.

Além da queda...
Não se considere a imagem de Eduardo Cunha trilhando a estrada de Damasco para pregar a Boa Nova. Não bastassem os processos e a investigação oriunda na Lava jato agora precisa responder à Receita Federal e aos auditores da Delegacia Especial de Maiores Contribuintes, que instauraram procedimento fiscal diante do recolhimento do Imposto de Renda entre 2010 e 2013, para que justifique os rendimentos obtidos no período, conforme divulgado pelo noticias r7 aqui.

O objeto de atenção nas apurações do órgão não deixa dúvidas: ‘maiores contribuintes’.

Naturalmente acusou a presidente Dilma. Quando simplesmente deveria sair de grande. Basta comprovar os rendimentos.


Casuísmo
Atropelando a Constituição, como tem feito, não será surpresa se a ‘base de sustentação’ de Eduardo Cunha levar ao Congresso um projeto de lei elevando a maioridade penal para setenta anos.

Confissão
Eduardo Cunha anunciou e já começou: desengavetamento de tudo que possa criar embaraço para o Governo/Dilma/PT. Para festa e gáudio da mídia e da oposição.

A confirmação de suas ameaças, no entanto, são uma confissão de culpa.

O circo foi armado na reunião com o ministro Gilmar Mendes. 

Que – no mínimo – assegurará a Cunha a liberdade/arquivamento de denúncias na hora necessária através de habeas corpus.

Campanha I
Inegavelmente Eduardo Cunha foi um dos mais competentes observadores e tradutores da realidade imediático-midiática. Percebeu o que estava lançado à percepção do imaginário da sociedade desde as mobilizações de junho/2013. Delas se utilizou.

Suas ambições pessoais  antes vitoriosas nos resultados materiais  transformaram-se na precipitação de suas pretensões/ambições políticas. 

Por tal viés tornou-se surrealista personagem no xadrez democrático tupiniquim, quando ocupando um dos pilares das instituições preconizados por Montesquieu para o Estado moderno (o poder legislativo) imaginou-se deter 'o poder' absoluto. (Aí reside o surrealismo, porque Montesquieu combatia justamente o Absolutismo).

Tal postura levou-o, inclusive, a violar a própria Constituição da República, para corresponder aos interesses que defendia.

Campanha II
As redes veiculam pedidos de 'Cunha na cadeia'. É o assunto mais comentado no Twitter durante a semana que passa. 

Sinal de que a farsa circense armada somente convence a quem dela se beneficia.

No entanto, o que a turma do twitter pede depende de decisão judicial. 

Que somente será viabilizada com a pressão concreta e efetiva da sociedade através das mais várias organizações (OAB, CNBB, ABI etc.) e movimentos sociais.

E só ocorrerá quando as forças beneficiadas por Eduardo Cunha não mais precisarem dele. Ou sua inconveniente companhia causar respingos.



O que espanta
Uma instituição ou um cidadão ser investigado não causa espécie. Impõe-se, tão somente, a existência de motivo – justa causa, no jargão jurídico – para a investigação.

A considerar as ilações de um Procurador da República o ex-presidente Lula poderia estar influenciando autoridades de países estrangeiros para contratação de empresas brasileiras, uma vez que estudos e padrões técnico-financeiros de instituições nacionais não estariam no deslinde dos fatos, tanto que não aventados nas ‘suposições’. 

Não bastasse, o ilustre personagem – dado pouco a trabalhar, tanto que sob apuração interna em razão de sua indolência – atropelou todas as normas para ocupar o espaço da colega enquanto de férias.

Dizem as más línguas que o dito cujo anda querendo se proteger usando Lula aqui.

Para melhor acompanhar as circunstâncias  que espantam o cidadão, quando consideradas as várias violações cometidas pelo Procurador  recomendamos a seguinte leitura, para formação de juízo próprio clique

Eleições 2016 I
Algumas candidaturas estão postas, em seara definitiva. Umas como peça de apoio a outras pretensões político-eleitorais; outras, para manter posicionamentos e evidências; e, ainda, as que se encontram no universo da pura e simples sobrevivência.

A oposição – aqui analisada em relação ao governo estadual – terá candidatos. No perfil atual definidos entre candidaturas do PMDB, PSDB e DEM. Entre os nomes naturais destacam-se: Azevedo, Fernando Gomes e Augusto Castro. Castro lidera os melhores pontuados.

Acena na curva Antônio Mangabeira, fortalecido pela assunção do PDT local. O que não significa grande coisa – assumir o comando partidário em Itabuna – diante da dependência ao estadual e ao federal.  Acertos no alto lançam por terra promessas e esperanças. Mangabeira será mantido caso não encontre o PDT estadual e nacional acordo maior. E mais, enquanto houver a certeza de que será um compromissado cabo eleitoral para os respectivos dirigentes.

Partidos como o PSOL, PSTU e PCB manterão posição, enfrentando os gigantes. 

Eleições 2016 II
PRB, PT e PCdoB caminham na moita  uns  e na muda  outros. Com possibilidade de se fazer presente no certame uma outra sigla partidária.

Claudevane Leite, Geraldo Simões e Venceslau/Davidson articulam o centro da disputa em nível de situação. Leia-se, com apoio do Governo do Estado.

Assunto para o correr desta semana neste espaço. 

Dispensando pretensões
Não se pode afirmar que outras pretensões haja que não as contidas no resultado poético exposto na melodia simples que se repete a cada estrofe. Agrada, no entanto, e convence, pela mensagem proposta: o de grande e universal abraço de amizade e solidariedade.

É o que quer e diz a paraibana Flávia Wenceslau em "Te Desejo Vida", de sua autoria e interpretação.

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