domingo, 26 de julho de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Grécia x Brasil
Afirmado que o Governo Federal não se havendo bem na condução de seus gastos entrou no perigoso estágio de déficit fiscal. Ou seja, gastou mais do que podia. O natural teria de suceder: reduzi-los para equilibrar a conta e manter a credibilidade.

Mas não precisava exagerar. 

Economizar encontra uma solução simples: aumentar o ganho, a arrecadação. Não foi feito nos moldes inovadores: reduzir a sonegação, tributar o capital, a riqueza e herança.

No entanto, a receita aplicada é por demais conhecida: redução de gastos, corte de despesas, inibição da atividade econômica. Leitura pelna do receituário neoliberal.

A fonte da receita é também por demais conhecida: a da especulação financeira. 

No embalo a equipe econômica cortou gastos com programas sociais e atacou os pequenos do país, esquecendo-se do ganho dos grandes. "Ajuste de meia tigela", como ironiza Paulo Henrique Amorim.

Uma lição que leva a Grécia ao amargor, como Espanha e Portugal.

Quem fez diversamente – como a Islândia – viu situação resolvida a contento. Do país e do seu povo. Com a concordância da banca.

Da Grécia querem até o histórico porto de Pireu. Do Brasil, apenas o pré-sal. 
Porque o Cristo Redentor é muito pouco.

                   Resultado de imagem para imagens de plataformas do pré-sal  
AFP/Getty Images

Relativo
Em mais uma matéria sobre tema ('Da guerra ao comércio', assinada por Marcelo Pellegrini), a semanal Carta Capital volta a tratar da liberação da maconha, partindo de uma indagação: "não seria mais inteligente legalizar e controlar o comércio do que deixá-lo sob o domínio dos narcotraficantes?"

A matéria transita a partir do sucesso econômico-financeiro ocorrido no Colorado, EUA, onde gerados, segundo a Drug Policy Alliance, mais de 10 mil postos de trabalho, entre janeiro e julho de 2014, e 27 milhões de dólares em tributos, com a estimativa de uma movimentação de 2,7 bilhões em todo o país, ainda que não haja uma permissão federal para tanto.

Também destacado que a maconha é a terceira substância psicoativa consumida no planeta – o álcool e o tabaco são as primeiras.

Um outro ponto abordado é o custo oriundo da não liberação, não só no aparato da repressão, que nos EUA já consumiu 1 trilhão de dólares nos últimos 20 anos, sem que tenha reduzido o consumo, ao passo que fez demandar um aumento da população carcerária e o dos efeitos da violência sobre o sistema da saúde.

O polêmico tema ouriça parcela considerável da sociedade brasileira que tem na cannabis não somente uma droga mas o portal para o universo dos demais psicoativos negociados na ilegalidade.

No entanto, a discussão anda posta. Inclusive no Congresso,com projeto do deputado Jean Wyllys, do PSOL, que cria regras para o plantio, comércio e consumo, para quem – segundo a matéria – “Hoje se adquire drogas em praticamente qualquer esquina, ou seja, na prática o comércio é liberado. A diferença é que esse dinheiro, em vez de beneficiar o Estado, vai para o bolso de máfias e corrompe funcionários”.

O deputado não precisa dizer ‘quais’ funcionários públicos. É simples: quando alguém está levando vantagem tudo é permitido; inclusive o proibido. 

Onde o “domínio dos traficantes” pode ser muito relativo.

Risco de saturar
James Brow, traduzindo sua vivência daqueles anos 60 – de conflitos onde confrontado o pacifismo de Martin Luther King por Malcolm X e Panteras Negras na busca/luta pela igualdade dos direitos civis – afirmou que os negros queriam algo imediato, tanto o esperar por serem reconhecidos como pessoas.

Distante a época e o lugar, de certa forma vivemos a ansiedade por resolver problemas históricos. Postos diante de nós nos convocam a enfrentá-los. No entanto, não temos o imediato referido por Brow, tampouco as lições de Martin Luther King, menos ainda a consciência da assunção do enfrentamento de Malcolm X ou dos Panteras Negras.

Zuenir Ventura em texto publicado em O Globo aqui toca no fato de que o brasileiro quer resultados imediatos em tudo. E põe em evidência o desgaste por que passa a campanha judicial de combate à corrupção nos moldes postos por alguns, onde se destaca no instante a dos que dirigem e comandam a Operação Lava Lato, por estar fazendo tardar a resposta esperada. Assim  deduzimos  tardando a resposta e repetida a ladainha diariamente, a tendência é sentir-se cansado o povo e saturada a mensagem.

Deixa de destacar Ventura um aspecto crucial: a insistência em seletivar os resultados, para que alcancem apenas uma parcela da causa do problema, não gera a pura saturação, mas o descrédito. 

Em tempos de tarja preta
Nestes augustos tempos em que a informação seletivada traduz-se na festa dos interesses particulares e político-eleitorais, um jantar/festa na casa de Marcelo Odebrecht faz destacar a presença de Lula no evento como se fosse obra de Satanás. 

Omite-se – naturalmente – outros nomes e quejandos.

O caviar da esquerda.blogspot.com listou uma singular relação de convidados, norteado pela cultura atual.


Há 36 anos
Para idênticas atitudes o instante e a conveniência dão tons diferentes. 

A propósito das ilações de um Procurador da República sobre a atuação de Lula em defesa de interesses nacionais, Maurício Dias, na Carta Capital, traz significativa informação no Reagan pode. Lula, não! 

Detalhe: no centro do mesmo fato a mesma empreiteira (Odebrecht). 

Ironia necessária
No atual estágio de apurações e investigações no Brasil corremos o risco de morrer de indignação – os que defendemos as instituições de um Estado Democrático de Direito – ou sobrevivermos pelo viés da ironia. Neste particular aspecto muito devemos a Paulo Henrique Amorim e seu sarcástico jornalismo. Afinal, quando não há como enfrentar o absurdo deboche-se do absurdo.

É o que faz PHA aqui com a absolvição – tardia – de um exposto e condenado pela mídia na Lava jato e absolvido pelo juiz Moro, que legitima aquelas operações.

O comentarista Paulo Coutinho acertou na mosca: “É o expectro (sic) da ditadura que continua vigiando nas atitudes do pig e dos filhotes ainda encastelados nas instituições”.

Mais uma de Moro
Já registramos em outros instantes do grande risco – e grave, pelas consequências – de a Operação Lava Jato cair em desgraça em razão dos abusos cometidos pelas autoridades nela envolvidos: de delegados da Polícia Federal a titulares do Ministério Público federal e o juiz Sérgio Moro.

Mais uma, a partir do que observa o advogado Thiago Gomes Anastácio em O crime e o homem: a Justiça está incitando um delito

Pior que o soneto
As redes abriram espaço para qualquer um postar o que entende. Algumas são típicos absurdos, produto de mentes alienadas, mesquinhas em várias abordagens, reflexo de limitações que vão da intelectual à mental.

Mas, por outro lado, abre espaço para que muito do que é escondido pela mídia no poço de seus interesses seja escancarado, às vezes – e em muitos casos – com deboche. 

Como algumas montagens a partir da tarja preta sobre as iniciais que podem ser de José Serra em relatório da Polícia federal, divulgadas pelo Estadão.

A tentativa de proteger Serra deu com os burros n’água. Típico do ‘a emenda foi pior que o soneto’.

           
MAIS


Tardio recurso
Lula (man)ter contato com Marcelo Odebrecht é sinal de prática criminosa, como se alardeia pela imprensa a partir dos vazamentos da Polícia Federal. 

Mas quando José Serra aparece em telefonema com Marcelo – o que não significa irregularidade – aí a PF põe uma tarja preta sobre as iniciais JS.

Ocorre que o nome de Serra já havia aparecido em relatório. 

Quem tem... tem medo
O atual presidente da CBF (diante do que fazem outros tantos o nome de cada um fica dispensado) se recusa a viajar par atender aos reclamos da FIFA.

Tá explicado.

Novo proponente a uma delação premiada lá nos EUA-FBI pode ser a razão. 

Del Nero tem razão. Quem tem... tem medo.

Até quando?
Neófito nos cueiros ginasianos, idos de 1960, tempo em que no curso daqueles quatro anos vivenciava-se Latim, Música, Francês (3 anos), Inglês (3 anos).
No emaranhado das descobertas nos debruçávamos sobre “Le ciel il’est bleu”, "The book on the table" etc. 

E muito especificamente – graças às exigências do professor padre Sebastião Bezerra, o Latim se nos afigurava mais importante que qualquer outra aprendizagem: Quosque tanden Catilina abutere patientia nostra, Alea jacta est,  Rosa, rosae, rosarum etc.

Que falta nos faz o Latim: quosque tanden Eduardus, Calheirus, Aecius etc.

Queimando dinheiro
O gasto do Governo Federal com a mídia contraria seus critérios postos a distribuição dos recursos: número de telespectadores, de leitores etc.

A palavra distribuição encaixa-se perfeitamente à circunstância de que o que ora ocorre é desperdício, quando se trata dos gastos com televisão, o que não ocorre com rádio, revistas, jornais e internet. 

Basta que acompanhemos os argumentos e explicações de Antonio Lassance no Observatório da Imprensa leia para compreender o gráfico abaixo, que traduz a relação desproporcional entre os 
                        gastos_habitos

São resultantes dos seguintes dados analisados a partir dos critérios do próprio Governo federal, através da SECOM.

habitosdeconsumo
A pergunta: "Em que medida, então, os gastos de publicidade da Secom e das estatais refletem os hábitos midiáticos dos brasileiros? Aí é que está: não refletem. Eis a fábula da mídia técnica desmentida:
gastospublicidade
Portanto  afirma-o Lassance , com base em dados técnicos; dados de audiência; dados de pesquisa; dados oficiais; a mídia técnica do Governo Federal, de técnica, só tem o nome. Desrespeita os dados que a própria Secom tem em mãos, pelo menos, desde 2011.Fonte: tabela do autor com base em dados disponíveis em http://www.secom.gov.br/pdfs-da-area-de-orientacoes-gerais/midia/total-administracao-direta-todos-os-orgaos-indireta-todas-as-empresas.pdf"

Itabuna e as eleições municipais I
No elenco de candidaturas surgiu a de Carlos Lear. Respaldada no capitalismo grapiúna, caso possamos afirmar que a turma disponha de alguns milhões de reais em recursos para garantir uma eleição.

Caso disponha, onde a crise?

Itabuna e as eleições municipais II
Definido  de forma mais tranquila  o quadro sucessório no que diz respeito à oposição ao Governo da Bahia, com PMDB, PSDB e DEM. Prontos a se concentrarem torno de um só nome, se conveniente for. 

No que se refere a possíveis candidatos que encontrariam seu apoio (do Governo) os nomes girariam em torno dos encontrados no PRB, no PT e no PCdoB.

A grande incógnita continua representada naquele nome que seria (e será se o quiser) candidatura à reeleição: o do prefeito Claudevane Leite.

No entanto, ainda que nome natural, o atual prefeito não demonstra publicamente disposição para reenfrentar as urnas.

Sua postura – abrindo caminho para especulações e até mesmo candidaturas dentro de suas hostes – poderia ser interpretada como um jogo bem urdido visando detonar algum nome que pretenda ser o ungido pelo Governo estadual. 

Dando vazão ao terceiro até – o escolhido já, ou que se sinta nesta condição – que não corresponda à vontade ou participação da cúpula estadual.

Sob esse viés, estaria aguardando findar prazos legais para inviabilizar a saída deste alguém a tempo de conseguir uma sigla que o permitisse concorrer.

Uma outra especulação  deste escriba  gira em torno da possibilidade de assegurar o controle da gestão para quem fosse vice em sua chapa de reeleição, que assumiria depois de um certo tempo de curto cumprimento do novo mandato. 

Tal considerar levantaria a ambição dos dois rivais imediatos, tanto do PT como do PCdoB. Muito interessante para o PT, que poderia indicar um nome sem riscos de um débâcle interno de maiores consequências.

Ocorre que também poderia estar cozendo o galo em fogo brando enquanto os interessados buscam espaço, quando então definiria seu apoio a algum deles.

O difícil neste jogo é que o Governo venha a aceitar  sem definir antecipadamente  uma aventura capitaneada por Claudevane Leite que beneficie alguém que não esteja como fiel de balança no processo.

Outras duas incógnitas (PT e PCdoB) serão mais adiante analisadas.

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