“Entendemos que o Estado de Direito, no Brasil ou em qualquer outro país, corre sérios riscos quando não há respeito ao devido processo legal, que garante a todos os cidadãos o direito a um processo justo e imparcial. Entendemos, ainda, que a Corte possui um papel essencial na salvaguarda das instituições e da democracia brasileira. Assim, pedimos respeitosamente aos Senhores Ministros do Supremo Tribunal Federal que não se furtem à sua responsabilidade histórica, e atuem na plenitude de suas funções para reparar as injustiças cometidas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.
As preocupações que originam o “Manifesto de solidariedade internacional ao presidente Lula e pela votação do habeas corpus pelo STF”, subscrito por 356 líderes e intelectuais em diversos ramos (publicado no Brasil247) refletiu sua preocupação por considerar que
“Os fatos revelados pelo site The Intercept, difundidos em
diversos outros meios de comunicação do Brasil e do mundo, evidenciam que
regras fundamentais do devido processo legal foram reiteradamente violadas.
Ademais, a conduta do Sr. Sergio Moro, ex-juiz e ex-ministro da Justiça, bem
como de outros membros das Forças Tarefas da Lava Jato e do Ministério Público,
deixa claro não somente a existência de conluio em um processo altamente
politizado, como também que foi negado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva seu direito inalienável a um julgamento imparcial. Recebemos com
estranhamento as notícias de que houve ingerência do FBI e do Departamento de
Justiça do governo dos EUA com os procuradores da Lava-Jato. Sabemos que é
inaceitável que governos estrangeiros atuem sobre processos judiciais locais
que agridem a soberania e escondem outras motivações políticas e econômicas”.
Dirão muitos que a manifestação defende Lula.
Nossa leitura é outra: não a temos como pedido em favor do ex-presidente. Pelo contrário: há no manifesto uma clara defesa do Direito que deve ser aplicado de forma equânime.
E, mais
grave, muitíssimo grave: parcela respeitável da comunidade jurídica
internacional duvida do Julgador brasileiro. Este o aspecto mais grave — mesmo
inimaginável — posto à luz na manifestação.
Cabe realçar que não estão nela subscrevendo
brasileiros engajados que pensem de igual forma, aqueles por aqui tachados de
petralhas, esquerdopatas e expressões tais.
Obama teria criticado Lula, registram. Não
alcançamos em que contexto e qual a realidade da expressão. Mas ficamos com a
fonte, qualquer que seja o dito, como expressado na Gazeta do Povo:
"Ex-líder
sindical grisalho e cativante, com uma passagem pela prisão por protestar
contra o governo militar, e eleito em 2002, tinha iniciado uma série de
reformas pragmáticas que fizeram as taxas de crescimento do Brasil dispararem,
ampliando sua classe média e assegurando moradia e educação para milhões de
cidadãos mais pobres. Constava também que tinha os escrúpulos de um chefão do
Tammany Hall, e circulavam boatos de clientelismo governamental, negócios por
baixo do pano e propinas na casa dos bilhões".
Cumpre registrar que o referido “Tammany Hall”
diz respeito “à máquina política corrupta do Partido Democrata dos Estados
Unidos que dominou a cidade de Nova York por 200 anos”.
Não entra este escriba de província em
maniqueísmos e bate boca, para dizer que este ou aquele está com a razão. Afinal, não nos cabe questionar Barack Obama a reconhecer/confessar a existência de esquemas
criminosos em seu próprio partido, tampouco não é crível que tal mazela esteja ou
estivesse restrita apenas a Nova York. Até porque o eleito em 2020 sofre baterias
de denúncias e investigado é por corrupção.
Registramos neste espaço (Espelho quebrado não muda embalagem) nossa crítica ao encanto e deslumbramento de setores
progressistas desta terra brasilis
diante da eleição de um ‘democrata’ nos Estados Unidos.
O que nos chega — pelos arautos de sempre — o dito pelo ‘democrata’ Barack Obama sobre o governo da expressão maior da esquerda brasileira — nos leva ao imediato de uma leitura aqui antecipada, não fora tema abordado em muitas outras oportunidades: de que — como lembrava Moniz Sodré, em 2013 — os EEUU não admitiriam o protagonismo brasileiro posto em prática nos governos petistas.
Assim, o atribuído a Obama é um recado claro
ao Brasil da seguinte forma: não toleraremos retorno de políticas públicas que
se voltem para o fortalecimento interno, tampouco busca de ocupação de espaços
no plano externo que confrontem a hegemonia estadunidense. Para os Estados
Unidos o ideal, o perfeito, é um governo nos moldes FHC.
Claro que não lhe agrada o rompante do
interino do Alvorada, mas no risco de vê-lo fora do poder melhor que não
retorne um Lula.
Não custa lembrar que o golpe de 2016 no
Brasil não foi gestado por Donald Trump.
Aprendemos no curso dos anos a ler o que está
além da mensagem. Aquilo que outros não leem.
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Post
scriptum
Para perceber como caminha a informação que nos chega.
Razão por que não
só aprender a ler além da mensagem. Também compreender como e para quê foi
elaborada a mensagem.
O
The New York Times denuncia a armação montada contra a China para fazê-la responsável pela existência do Covid-19, como veicula o GGN.
Certo, certíssimo! Texto impecável!Subtende-se porque Lula foi condenado em primeira e segunda instâncias, em menos de seis meses, para não ser eleito Presidente em 2018, em primeiro turno.
ResponderExcluirMagistrado que foi ao mesmo tempo, juizo e acusação, que condenou e prendeu o petista segundo a frágil sentença, "por atos de ofício indeterminados, jogou por terra todos os preceitos de legalidade e imparcialidade. Lamentável!