Este escriba de província cultiva, de certa
forma, uma vertente narcisista: ler o que já escreveu em outros instantes.
Afastado de ler a si mesmo enquanto não materializar o sonho de publicar em livros o
que anda por aqui escrevendo para cansar — ou testar — o paciente leitor,
algumas destas páginas serão recomendadas à releitura neste dominical.
De boas intenções o inferno está cheio — afirma-o a sabedoria popular.
Não faltam ‘boas intenções’ aos Estados
Unidos. Portanto, inferno em movimento de ampliação.
As declarações de peças indicadas por Biden (Brasil247)
para cuidar da política externa sinalizam a manutenção das pragas
estadunidenses assolando o planeta: agressões várias, em todas as vertentes, em
todas as frentes, para assegurar prioridade aos Estados Unidos onde coloque o
olhar.
A incompreensão em torno do que aconteceu pelo
menos nos últimos 60 anos não alcança o raciocinar dos dirigentes
estadunidenses.
Falando em Paz promovem a guerra.
Eles nem mesmo leem o conterrâneo Robert M.Bowman (1934-2013), muito menos História. Roma também caiu.
E nenhum destes áulicos da tragédia terá o reconhecimento de Maradona. Que agradeceu “à bola” tudo que conquistara. Mas, o portenho não apenas jogou futebol com nuances de divindade. Lia a realidade, compreendia-a. E falava diretamente, como o fez com os japoneses que criaram embaraço, para que entrasse no país na Copa de 2002, dizendo que a ele o recusavam por uso de drogas — que causava dano somente a ele —, mas recebiam com aplausos os estadunidenses que jogaram sobre o Japão duas bombas atômicas. Ou dialetizava por metáforas, como o fez quando vaiada a presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa de 2014: “Absurdo. Absurdo!”
Absurdo, sim! Via Maradona não o desrespeito e
impropérios, mas o nível daquela classe dominante encastelada no camarote do
Itaú, onde tudo começou, dizem com Luciano Huck.
Maradona compreendeu seu tempo. O que falta à
maioria que diz pensar.
Mas nosso tempo nesta terra brasilis transcorre em outros termos e temas, como natural a
uma república acovardada.
A esquerda, ao perder o bonde dos fatos que deteve sob controle e não soube — ou não teve competência — para perenizar, enxerga os resultados eleitorais de 2020 refletindo espasmos de euforia aqui e ali, o que demonstra que a propalada democracia perdeu o rumo ou está narcotizada quando posto sob avaliação o quesito por quê. Fake news e quejandos tais ficam em segundo plano.
Por outro lado, se tomamos o exemplo da Bahia,
não podemos atribuir os resultados negativos para o governo tão somente ao
funcionalismo público sem aumento há cinco longos anos. Os sinais evidentes
demonstram que as ações de governo pesam muito pouco (insignificantemente) no
traduzir nas urnas. Não somente, também este ou aquele erro na condução de candidaturas.
Mas não ler José Dirceu (por nós citado) leva a isso.
O olhar da esquerda paira sobre o inquilino do
Alvorada, como o adversário a combater e enfrentar. Não lê a razão por que o
dito cujo lá está. E que o tendo como único adversário deixa de combater quem o
utiliza como escudo: de alheias gentes a internas mensagens
dogmático-evangélicas (para citar apenas duas).
De frouxos de risos a empolgação com algumas
vitórias alheias.
Sem pretender escamotear em torno da
realidade, mas o que vemos em parcela da denominada esquerda pode ser muito bem
explicado dentro da sabedoria popular: atingir o orgasmo com o órgão sexual
alheio.
Mas, ainda assim, continuo com o ex-aluno e leitor Felipe de Medeiros, em Resta-nos um novo primeiro passo: “Ando entocado aqui em Itabuna, metido numa tal esperança
incorrigível”.
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Post Scriptum
O general caiu do cavalo (Brasil247). Falta-nos a informação se o ilustre estava se
preparando, ou treinando, para a guerra.
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