Armand-Jean
du Plesis, tornado Cardeal de Richelieu (1885-1642) é sinônimo de poder sob o
manto do assessoramento, do aconselhamento. Ou seja, aquele que efetivamente manda
no período em que exerce função no aparelho de Estado.
De
1624, quando nomeado ‘primeiro ministro’ da corte onde fora Secretário de
Estado desde 1616, tramou a assunção do Luís XIII e dada a indiferença com que
o monarca olhava o poder o Cardeal tornou-se senhor absoluto da França.
Unificou
o país e, para tanto, quando convinha, unia-se a protestantes e enfrentava a
nobreza. Fortaleceu as fronteiras do Estado nacional francês.
Reconhece-se
nele o pensamento que atua de forma concreta na conformação do Absolutismo.
Legítimo arquiteto do Ancien Regime e inegavelmente um dos grandes líderes
franceses que levaram o país ao domínio que exerceu na Europa.
Tamanha
a sua influência que mesmo depois de morto manteve vivo e atuante o seu pensamento através do
Cardeal Mazarino (1602-1661), de quem foi mentor, durante o reinado de Luís XIV.
Tido
como bajulador de nobres passou a hostilizá-los quando se tornaram entrave à
política absolutista que desenvolvia.
Compilou
suas ideias sobre política externa em livro (“Testamento Político”) que teria
sido obra de cabeceira de Luís XIV e Napoleão Bonaparte. Há quem o tenha ao
nível de Nicolau Maquiavel no campo dos escritos e pensamento político.
Por
que este escriba de província se debruça sobre uma liderança inconteste do
Absolutismo em tempos tão diversos?
Por
um detalhe: na reunião da CPI (da pandemia) que apreciou e votou requerimentos na terça-feira
houve pedido em defesa da ouvida do Pastor Silas Malafaia... sob o argumento de
que a distinta figura era o conselheiro por excelência do inquilino do
Alvorada.
Dos grotões desta província só nos cabe dizer — não precisa explicar — que cada um tem seu Cardeal de Richelieu.
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