Muito provavelmente o atestado de
óbito da mãe do empresário Luciano Hang foi fraudado para esconder sua morte em
decorrência de Covid-19 (247) a fim de que o tratamento recomendado pelo ‘mito’ não
alimentasse as estatísticas contra ele. Sua paixão pelo ídolo fê-lo esquecer da
Ética e da Moral.
Dirigente de empresa fraudadora
declara haver ficado “eufórico” com a possibilidade de tratamento precoce
reduzir as internações (247).
Caro e paciente leitor, onde se lê “internações”
leia-se ‘custos’. Naturalmente quando se reduz custos aumentam-se os lucros. À conta
deles nada além que o material, o vil metal.
Ao filho, para corresponder ao ‘idealismo’; à empresa, o lucro, fazendo renascer Joseph Mengele, o mito comum de muitos.
Em meio a tudo isso ao largo
simplesmente uma insignificância como fichas no cassino: vidas humanas.
Tornadas cobaias para legitimar o tratamento precoce através de experiências não
autorizadas, que o MP pretende apurar (247).
O que leva um médico que jurou por
Hipócrates a servir de capataz para o capital que explora não o difere de
carniceiros. Assim como o filho que esconde a causa da morte materna se alinha e uma espécie de antropofagia contemporânea, causada por uma patologia
psicológica definida como delírio, também denominada ‘transtorno delirante’.
Não são os fatos, caro e estimado
leitor, mas o que revelam desde o recôndito dos tempos.
Jessé Souza diz o que a eleição do
inquilino representou: “Só o racismo explica” sua “chegada ao poder”. Para ele
um “racismo invisibilizado” (Carta Capital).
Perdoe-nos o ilustrado estudioso. Sua análise — ainda que amparada em pesquisas que fez — precisa se pautar mais no que escreveu (“A elite do atraso”).
É essa elite que cultua todas as
formas de preconceito, onde o racismo configura uma das pontas de sua ‘rosa dos
ventos’.
A “triste figura” — em nada condizente com personagem de Miguel de Cervantes — é a mais pura, legítima expressão do capataz do senhor de engenho, posto a espancar negros no tronco e na senzala ou do que fiscalizava a produtividade escrava nas minas e definia se ‘tigela inteira’ ou ‘meia tigela’ de comida para os desgraçados.
O ‘senhor de engenho’ hodierno é o
capital especulador, que se apropria dos estados nacionais sem força
geopolítica, de onde extrai as riquezas alheio às gentes. Onde houver, ouro,
diamante, petróleo, nióbio, urânio etc. etc. lá está. E como não pode ocupar às
escâncaras, como todo bandido e chefe de criminosos se vale dos ‘capos’ de sua
confiança, que correspondam ao que deseja. Se necessário o racismo ponha-se o
racismo em prática. Se necessário o discurso moral de combate à corrupção, seja
este o discurso; se necessário o ódio e a divisão, odeie-se e divida-se; se
necessário derrubar governos legítimos, derrube-se (inclusive com a conveniência
do Poder Judiciário, peça fundamental para a coroação de seus projetos para
legitimar sob a égide do pacta sunt
servanda contratos criminosos, anistias, isenção de impostos, levar à
prescrição crimes todos e golpes institucionais etc. etc.).
E os ‘capos’ se disputam em sê-lo na
podridão de uma ‘elite branca’ (Cláudio
Lembo) ou da ‘elite do atraso’ (Jssé Souza).
Não se bastando essa gente em seu
estágio delirante também se torna criminosa. Gente que saliva
pavlovianamente quando o capital estala os dedos e lhes mostra um torrão de
açúcar. Que se reproduz como cabelo de Medusa e controla os meios de
convencimento e conversão de todos à sua verdade.
Aí está ela encastelada na burguesia
(e mesmo pequeno-burguesia) nacional.
Há muito desacreditamos naquilo que
muitos orgulhosamente denominam de Civilização Brasileira como expressão da
Civilização dos Trópicos, conceito que elevava aos píncaros a utopia nacionalista
de Darcy Ribeiro.
A construção de um conceito de ‘civilização’
nórdica (Suécia, Finlândia, Noruega) ou canadense, não se tornou objeto de
currículo por aqui. Tampouco essa gente aceita desenvolver um pacto político
que edifique em plenitude um Estado de Bem-Estar Social.
Orgulha-se tal segmento de ser arauto do nefando fiscalizar a
tigela, ainda que careça de carniceiros.
Porque nem a mãe dessa gente escapa
diante de estalo de dedos e de um torrão de açúcar.
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