sábado, 15 de dezembro de 2012

Do Carnaval

Para o povo 
O prefeito Claudevane Leite anunciou, diante das dificuldades que tem pela frente a partir de 1º janeiro, que não realizará o Carnaval em 2013. Sua Excelência trouxe a público parte do caos financeiro por que passa a municipalidade.

Sob este aspecto, o financeiro, sobram razões ao futuro prefeito. Gastar com festa cheira a desperdício. Não fora isso, a população está sem festejos carnavalescos não de agora, se o entendermos como tal trazer nomes de alto coturno no plano dos custos.

No entanto, levantamos uma reflexão: há necessidade de alterarmos uma vocação de que festejar Carnaval, São João etc. implica em abrir o erário para encher bolsos de distante origem.

É que as manifestações carnavalescas encontram razão na Cultura e como tal devem ser correspondidas.

Um Carnaval genuinamente itabunense
Em Itabuna, ultrapassada a fase dos bailes carnavalescos promovidos pelos clubes e dos "blocos de sujos e mascarados" nascidos da expontaneidade das gentes todas (no Carnaval todos são iguais perante Momo), a partir do início dos anos 80 iniciou-se a "Lavagem do Beco do Fuxico" (detalhes de sua origem podem ser encontrados em "O ABC do Cabôco", de nossa autoria, editado pela Via Litterarum) que, inegavelmente, ocupa o imaginário da região, tão consolidada está.

Para a "Lavagem do Beco do Fuxico" a participação da municipalidade pode limitar-se à logística, que vai do carro-pipa ao aproveitamento do Carnaval Cultural trabalhado pela própria FICC, sem qualquer exagero financeiro que possa caracterizar desperdício.

Por outro lado, o povo agradecerá. Não somente o folião, mas, principalmente, os vendedores ambulantes que encontram no evento uma forma de gerar renda.

Gerar renda em Itabuna é bem melhor que alimentar a de Ilhéus, destino do dinheiro itabunense quando nada há por aqui.

Ah! tudo isso gera também recursos para os cofres municipais.

No fundo, a "Lavagem do Beco do Fuxico" (uma festa sem brigas) é um Carnaval para o povo itabunense, alimentando uma tradição que precisa ser trabalhada como peça integrante do catálogo turístico grapiúna.

E uma ótima oportunidade de reverter esta história de que fazer festa popular é trazer nomes nacionais que custam os olhos da cara.


Nenhum comentário:

Postar um comentário