segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Vale Cultura

Avanço
O vale-cultura, projeto do ministro Gilberto Gil (como os Pontos de Cultura), gestado e transformado em Projeto de Lei durante a gestão Juca Ferreira, enviado ao Congresso em 2009, levou três anos para que fosse plenamente apreciado e aprovado, encerrado com sua votação no Senado, em 5 de dezembro último.

Assegura ao trabalhador que perceba até cinco salários mínimos um “vale” de 50 reais mensais (Lula queria 100 reais, como o disse Juca Ferreira, mas o Ministério da Fazenda limitou-o ao valor aprovado) para gastos com a compra de livros, revistas, discos e filmes, e acesso a teatro e cinema.

Considerando que falar em cultura inclui produção e fruição, corresponderá a todas as dimensões do conceito, seja a antropológica, a sociológica ou a econômica (e mesmo a tecnológica) abre-se caminho, se bem utilizado, de dotar parte considerável de nossa gente dos meios de consumo cultural, abrindo grandes perspectivas para a produção.

Foi preciso um operário na presidência para resgatar essa dívida do país para com o povo, abrindo as portas para uma nova vertente de incentivo e acesso às artes em geral.

Os Estados Unidos desenvolveram sua indústria do entretenimento no imediato da grande depressão e início dos anos 30, utilizando-se de incentivo semelhante. E através dela tornaram-se potência mundial.

Por aqui esperamos que o vale cultura contribua para sedimentar a identidade que vai se esvaindo a cada dia na esteira da importação desenfreada.

Para tanto, e começar ajudando a formar público e abrir caminho para a leitura, poderemos pensar na construção de uma unidade cultural no curso das próximas décadas.

Infelizmente, até que a escola esteja comprometida com a inovação e consciente de sua responsabilidade para com as gerações e o futuro, corremos o risco de ver os recursos do vale cultura gastos em música de qualidade duvidosa, qualquer aventureiro se fazendo de diretor teatral, aprendiz de escrevinhador fazendo Literatura e o cinema nacional patinando em produções limitadas.

Mas é melhor começar! Porque não deixa de ser um avanço.



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