segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

DE RODAPÉS E DE ACHADOS - Dia 10 de Fevereiro de 2013


Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  

Adylson Machado

Vinho tinto e chá verde

Pesquisa realizada na Universidade de Leeds, no Reino Unido, confirmou haver encontrado substâncias químicas naturais no chá verde e no vinho tinto capazes de quebrar o efeito da proteína causadora do mal de Alzheimer. (Fonte: O Globo).
A proteína beta-amiloide (produzida pelo próprio organismo) quando dissolvida no sistema nervoso em forma de aglomerados, denominados oligômeros, danifica os neurônios, impedindo a comunicação entre eles e matando a célula tempos depois.
Os testes efetivados em laboratório mostraram a destruição da beta-amiloide e aguardam comprovação clínica.

Segurança...

Encontramos no Luiz Nassif On Line o registro de uma entrevista do ministro Celso Amorim concedida à rádio Voz da Rússia, onde expõe a possibilidade de desenvolvimento conjunto de equipamentos de defesa, o que inclui negociações para aquisição de sistemas de defesa antiaéreos com transferência de tecnologia dos russos para o Brasil, não fora a implantação de indústrias em território brasileiro para a produção de equipamentos. Empresários brasileiros já participam das conversas. Na seara das negociações cibernética, área espacial e equipamento militar.
Antes da visita da presidente Dilma Roussef à Rússia por lá estivera o general José Carlos de Nardi, chefe do Estado-Maior, construindo os detalhes do acordo.

...e mais autonomia

De nossa parte esperamos sucesso nas negociações. Não pela circunstância de o serem com a Rússia, mas com um país que admite transferência de tecnologia.
Ficamos a observar, atrás da linha tênue do horizonte, se os Sukov/Sukhoi ainda podem entrar na conversa. Os caças com maior autonomia de vôo e tecnologia avançada que são o sonho de consumo da Força Aérea Brasileira. Inclusive por causa da transferência tecnológica.
Registre-se que o governo brasileiro já adquiriu helicópteros russos.

Em queda

A relação dívida pública e PIB continua em queda no Brasil. Beirando 60% em 2002 tende a estar inferior a 35% em 2012. É a expectativa dos especialistas para o anúncio em breve.
O Governo Federal já alimenta a possibilidade de ampliar o investimento em educação para 25%, sete pontos percentuais acima do que determina a Constituição.
E tem “analista” defendendo o aumento da SELIC.

Lei e Justiça

Condenado o ex-senador Luiz Estevão e sua mulher a 4 anos e 8 meses de reclusão por sonegação fiscal, que montou a 57 milhões de reais, em valores atualizados.
Quatro aninhos e alguns meses, caro leitor. E como é primário não será recolhido ao xadrez.
Já o desgraçado que cair na besteira de roubar por aí, ainda que um sabonete ou uma lata de sardinha, não escapa dos rigores da lei.
Lei que é feita pelos Luiz Estevão da vida.

carnavalOutros carnavais

Como visto o Carnaval pelo “Almanach do Paiz”, com desenho de Rafael Bordalo Pinheiro, no século XIX: “Pleno reinado da Besta, verídico império do Homem Animal”.
O que escreveria hoje?

Mudando de leito

Tempos houve, tempos outros. De Cachoeira valente, mostrando força e invadindo a cidade. Reagindo profético, como premonizando o que aquela lhe faria no futuro. Assim, invadiu-a em várias oportunidades.
Ultimamente, para ser invadida dispensa o Cachoeira. Impermeabilizada e sem canais para escoamento pluvial na dimensão necessária torna-se a cidade de Itabuna em rio quando alguns milímetros de chuva caem por mais tempo.

Porque é Carnaval

Algumas avaliações se fazem axiomáticas, não sabemos por que razões. Uma delas: uma idolatração pouco vista no plano de reconhecimento a composições musicais no samba-enredo “Aquarela Brasileira” (Silas de Oliveira), da Império Serrano para o carnaval de 1964, onde presente aquele verso “terra de Irapuã, de Iracema e Tupã”.
A espécie de abelha admitimos ou mesmo nome indígena para algum personagem de obra nativista; a personagem alencarina não há por que negar; mas aquele “e Tupã” se nos afigura como a mais grotesca e apelativa das possibilidades de construir rima (não fora limitar ao Ceará o Olimpo para a deidade indígena do nativo brasileiro).
Zé Limeira, o poeta do absurdo (obrigado Orlando Tejo) – mestre no estilo de privilegiar a rima como instrumento da sua arquitetura cordélica – certamente não a utilizaria.
Não compreendemos tanta mediocridade aplaudida – não pelo valor do compositor, mas pela pobreza de um mestre em um instante de fraqueza intelectual.

Velhos(?) carnavais

Provavelmente seremos repudiado ao negar valor estético-histórico ao atual processo momesco divulgado como expressão das saturnálias contemporâneas.
É que somos do tempo da “careta” como forma de sublimação. Mais autêntica, certamente.
Primeiro, porque nós mesmos as fazíamos (alguns outros até com conotação comercial). Segundo, porque realizavam o que se propunham: transmudar pessoas e gêneros, tudo descompromissado de outro visar/objetivo que não gerar alegria e ser motivo de fazer a festa
Ainda que – como salienta Graciliano Ramos em crônica no “Viventes das Alagoas” – pudessem contribuir para outros resultados.
Mas, afinal falamos de “velhos carnavais” ou fomos nós que envelhecemos?

Pobreza mental

Enquanto ocupávamos espaço em restaurante local (alimentado com essa doença de ter a televisão sintonizada na Globo) tivemos que engolir o vinho como vinagre e a comida como veneno. Ingerimos o que nos era empurrado goela abaixo através de olhos e ouvidos.
Mas nos ficou uma certeza: Xuxa comandando carnaval não tem Diogo Nogueira que salve. É como esperar de Malafaia texto ovacional ao momesco simbolizado na “rainha”.
Ficamos a meditar/refletir: talvez por isso, como contraposição estética condizente com tal nível cultural, muita gente esteja a ouvir arrocha, delicadamente ofertado naquele não menosdelicado volume (que deram de denominar de som).

Em defesa da saúde

Joel Silveira, quando instado a dizer/responder sobre o que não levaria para uma ilha deserta, gastou poucos segundos para decidir que o faria não levando João Gilberto e seu violão ou, como retificou, levá-lo e abandoná-lo sem o violão ao tempo em que ele – Joel – o deixaria sozinho.
Não estamos aqui para concordar com Joel sobre como o repórter maior via o baiano João. Até porque começamos a descobrir que há em Gilberto algumas fobias, onde a menor é a claustrofobia.
Mas aproveitamos o mote da solução imaginada por Silveira para remetê-la a uma parcela significativa da programação cotidiana e da carnavalesca “oficial”, em particular, das redes de televisão aberta: não bastaria desligar, mas jogar tudo no lixo.
Se não fosse prejudicial à saúde (do planeta).

Buxixos

Os tempos apresentam-se instáveis para a nova administração de Itabuna quando o tema é a condução da base política diante do imaginário de parcela da população que elegeu os novos dirigentes.
O discurso da reformulação de conceitos não demonstra estar se materializando no que se apresenta de mais sensível ao observador: a formulação do quadro funcional através do preenchimento de cargos comissionados a partir do segundo escalão.

Máscara Negra

A marcha-rancho marcou o ritmo dos festejos de Momo em priscas eras. A tradicional “Ô abre alas” de Chiquinha Gonzaga ilustra este interpretar. Sempre encontrou espaço, mesmo depois que a cadência rítmica desaguou na marcha propriamente dita.
Dentre grandes sucessos de marcha-rancho “Pastorinhas” (Noel Rosa-João de Barro), “Anda Luzia” (João de Barro), “Bandeira Branca” (Max Nunes-Laércio Alves) e, para nós, o mais belo exemplo do romantismo carnavalesco: Máscara Negra (Zé Kéti-Pereira Matos).
A que dedicamos aos nossos leitores.

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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

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