domingo, 21 de dezembro de 2014

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Guerra fria
Na atual fase desta nova 'guerra fria' a Europa e os Estados Unidos não encontraram o resultado que pretendiam quando impuseram o bloqueio a produtos oriundos da Rússia, como forma de pressionar pelo afastamento/desistência dos interesses de Putin em relação a Crimeia.

A nova saída encontrada pelos Estados Unidos  como registra denuncia do The Guardian em http://www.theguardian.com/business/2014/dec/16/russia-has-lost-economic-war-with-west-rouble-currency  foi buscar apoio da Arábia Saudita para derrubar os preços do petróleo.

Pretendem os EUA sangrar a principal fonte de divisas da Rússia, o petróleo, que representa em torno de 50% das receitas do país.

Até agora ganha quem compra ações de petrolíferas.

Quanto a Rússia (de Putin) esqueceram de com ela combinar se aceita ou não a atual forma de pressão do Ocidente.

Hora de comprar
No Brasil há quem fique em estágio orgástico quando anunciam queda no preço de ações da Petrobras, como se isso representasse perda de valor dos ativos da empresa.

Há quem tenha sugerido – já registramos isso neste espaço – que o Governo brasileiro (re)compre as ações vendidas no período FHC à iniciativa privada.

Afinal – ironia à parte – o prejuízo que dá possuir ações da Petrobras faz com que o megainvestidor George Soros tenha dobrado o número de papeis da estatal 

Balão de ensaio

Eis a questão. O recado está dado. Partindo-se da premissa de que o Governo não estaria disposto a rever o sistema de partilha para o pré-sal temos a presumir uma velada ameaça ou, simplesmente, o balão de ensaio de um recado claro: liberem o pré-sal sob pena de sangrarmos vocês.

O Brasil saiu na frente I
A lógica da realidade, em dimensão de comércio, é fria, objetiva e elaborada para décadas futuras. Não tem compromissos com ideologias, tampouco depende de fronteiras. O espaço que lhe assegure o resultado lucro é e será sempre o ideal. Os torrões nacionais são-lhe o instrumento de ocupação, como cabeça-de-ponte de suas ações. Através deles ocupam o que lhes possa servir.

Sob este viés, as potências mundiais sempre financiaram suas empresas para ocupar espaços em outros países. É a regra do mercado. Os Estados Unidos capitanearam absolutos a América Latina durante décadas, a partir do final do século XIX. Financiaram o Brasil (emprestando dinheiro) de obras a aquisição de bens e serviços, desde que tudo vinculado a suas empresas. 

Atualmente o Brasil exercita o modelo para ocupar espaços na AL e na África. Sob esta dimensão – a de que precisamos nos libertar da dependência fazendo-nos presente onde possível – o financiamento do porto de Mariel, em Cuba, faz parte da estratégia.


Neste espaço defendemos a participação brasileira no porto de Mariel como um importante ponto de atuação brasileira na geopolítica continental – com repercussão na mundial – antecipando-se à circunstância de os Estados Unidos estarem prestes a acabar com o bloqueio por ele imposto em 1962. 

No plano diplomático, um reflexo do protagonismo internacional que temos assumido, de forma mais veemente, a partir de 2003.

Em 2009 o presidente Lula plantou Mariel e o governo brasileiro financiou parte das obras, condicionando o financiamento à execução da obra e ao fornecimento de equipamentos pela construção civil e indústria nacionais. Foram gerados, no Brasil, 160 mil empregos.

A oposição desceu o martelo de críticas e a mídia repercutia a ‘doação’ do Brasil a Cuba. Na campanha eleitoral recente até mentiu-se em torno do destinatário do financiamento do BNDES, afirmando-se que o era a Cuba, quando na verdade à brasileira Odebrecht. Nem mesmo a defesa da FIESP à posição do Governo brasileiro mereceu atenção.

Ninguém se interessou em perceber que Mariel é o ponto de referência portuária dos negócios brasileiros em relação direta com a Ásia através do canal transoeceânico que a China ora constrói na Nicarágua, para substituir o canal do Panamá.

O Brasil saiu na frente II
Os Estados Unidos acabam de anunciar o início dos entendimentos para findar o bloqueio econômico que impuseram a Cuba. São os negócios falando mais alto. 

Cuba, potencialmente, é um mercado promissor. As cinco décadas de embargo econômico deixaram a ilha em penúria. Há, potencialmente, um universo considerável de recursos em jogo, que voltarão a fluir para aquela que foi, com Fulgêncio Batista, o reduto dos nababos estadunidenses para a prostituição e o jogo.

A manutenção do embargo  criticada por quase todos os países do mundo (à exceção de Israel e uns poucos subservientes à política dos EUA)  apenas retarda a participação dos negócios estadunidenses na ilha, começada a ser ocupada por China e Brasil.

O Brasil começará a ganhar os louros por sua atuação.

Aqui nas terras tupiniquins os que criticavam o projeto agora elevam loas, ainda que evitem reconhecer em Lula o mentor do processo.

  


Neste 17 de dezembro a Folha de São paulo estampou como 'golaço' a sapiência da diplomacia brasileira.

Não sabemos como Aécio Neves e Marina Silva - críticos da atuação Governo brasileiro se manifestarão sobre o 'golaço'.


Ilhéus na cabeceira
Na estratégia brasileira – ora consumada em uma de suas múltiplas etapas (com Mariel) – a praieira tem o espaço significativo: nela estará fincado um dos aportes da ferrovia transoceânica (Atlântico-Pacífico), em sua primeira fase (Tocantinópolis-Ilhéus), onde instalado o porto que alimentará a saída para o Pacífico (Peru) da produção nacional que se destina ao Japão, China e demais asiáticos, reduzindo consideravelmente os atuais níveis do 'custo Brasil'.

Neste particular, o Brasil planeja. 

Não podemos dizer o mesmo dos governantes dos municípios imediatamente beneficiados pelas obras: Itabuna e Ilhéus.

E agora, Aécio, Suplicy, Bolsonaro?
A moça foi recebida com pimpões vários. Falar mal de Cuba para muitos é o único tônico. Aliás, muito bom para cabeças vazias que somente se intelectualizam com os editoriais de O Globo, Folha de São Paulo, Estadão etc. etc. etc., sem esquecer do glorioso Jornal Nacional.

A musa cubana Yoani Sánchez clamou aos céus brasileiros  aplaudidíssima  para que o embargo dos EUA a Cuba nunca fosse suspenso.

Não é que a turma de lá anuncia as tratativas para o fim da excrescência!

Nossa preocupação é com o atual estado de saúde (mental!) dos liderados pelos expoentes acima.




Falta explicar
Até que haja uma explicação convincente fica muito mal para o ministro Gilmar Mendes – na condição de integrante do TSE e de ministro que examinou as contas da candidata Dilma Rousseff – não ter comparecido à diplomação de Dilma.

Caso não tenha um álibi perfeito vai confirmar a sua posição de agente político do PSDB nos tribunais superiores.

E nada!
Finda 2014 e nada de vir à tona o indiciamento dos reais responsáveis por aquele helicóptero mineiro com uma carga de 'pó Royal'. Como reais responsáveis entendemos quem vendeu, quem transportava (incluindo quem cedeu o meio de transporte) e os destinatários.

Fica dispensado o nome deste ou daquele usuário. Seria invasão de privacidade.



Napoleão
O PSDB caminha para o hospício. Não é que encaminhou protesto contra a diplomação da candidata Dilma Rousseff e busca a (des)diplomação?

Carnaval se aproximando. Vai faltar fantasia de Napoleão!

Na Lista
Jutahy Jr., Paulo Magalhães, Fábio Souto, ACM Neto, Luiz Carreira, Jairo Carneiro, João Almeida, Gerson Gabrielli, João leão, Rogério Nunes, José Carlos Aleluia, José Rocha, Aroldo Cedraz, Coriolano Sales.

O que une os referidos acima é que integram a famosa Lista de Furnas, uma picaretagem mensaleira oriunda de Minas Gerais que retirou dinheiro da estatal para financiar campanhas eleitorais, onde relacionados os ilustres baianos. 

O que os difere em si é a quantia recebida, que variou de 50 a 270 mil reais.

Mas não os critiquemos. Estão ao lado de nomes relevantes: José Serra, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Sérgio Cabral, Eduardo Azeredo, Zezé Perrela, Raul Jungman... gente que chegou a receber 9,3 milhões, um pouco mais que aqueles beneficiados com 7 e 5,5 milhões.

Nota da redação: não encontramos petistas na Lista. Não custa procurar!


Inexorável

O que é palpável no cotidiano está confirmado: a internet caminha para ocupar o espaço (ainda) da televisão, de rádios e de jornais. 

Os dados estão na Pesquisa Brasileira de Mídia, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República-2015, divulgado na sexta 19, que analisaremos em outro instante.




Caro Aprígio
Você sempre nos acessou, regular e fielmente. Tanto que  perdoem-os os demais que nos concedem a graça de debruçar sobre o que rascunhamos  era uma referência leitora do espaço que busca levantar questões, discutir a realidade, provocar a crítica. 'Tivéssemos você como único leitor já seria motivo mais que suficiente para postar nossas provocações e nosso pensar'  registramos neste espaço em setembro.

Perdemos Aprígio. Pranteado por todos que o conheceram e privaram de sua amizade e solidariedade.

Itororó ficou menor.
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