terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Um dia comum

Ainda que não qualquer
Este 1º de janeiro transcorreu como muitos outros nestes últimos anos em Itabuna. Diferente, porém, daquele de 2009, quando a festa tomava as ruas embalada por quem se entendia parte concreta no resultado eleitoral anterior que fazia empossar o futuro prefeito.

Havia uma expectativa de que outros tempos ocorressem. Que outras práticas de gestão pública pudessem trazer uma esperança diante do que ocorrera até aquele instante.

Quatro anos são passados. Um 1º de janeiro de posse de novos eleitos. Diferentemente de outras "posses", no entanto, não se viu festejos. O foguetório foi comedido, como a traduzir que vivemos tempos de vacas magras em todos os sentidos.

Esta festa quase nenhuma traduz, em primeiro instante, a cautela do futuro gestor, ou mesmo sua filosofia para administrar. Como a sinalizar que não serão as festas que demonstrarão (como nunca o demonstaram) o que repercute uma gestão de coisa pública. Em muitos casos é através delas que se revelam práticas odiosas de tratamento de recursos do povo, mais voltadas para o panis et circensis temporão, que alimenta uma ressaca onde remorso e arrependimento perduram por meses.

O prefeito Cladevane Leite assume sob a aura da cautela. Anuncia rigor na condução dos negócios itabunenses, que se verão de imediato submetidos a um processo de auditoria.

Nestes primeiros dias buscará conhecer todos os cantos da casa, um conserto aqui outro ali enquanto descobre as artérias e veias que irrigam o organismo, retirando delas os excessos que possam levar este corpo vivo a um colapso.

Age bem o prefeito. Melhor cuidar do óbvio, o imediato que tem feito tanta falta. Sanear as contas é passo fundamental.

Certamente não esquecerá da autoestima, despencada em depressão aprofundada no pós-eleição. Olhará com outros olhos os que buscam a atenção da Saúde; sinalizará a cidade para mostrar que está viva; retirará o desmando que denominam de trânsito; lembrará que água é líquido precioso e que mais precioso fica para os muitos que por ela pagam sem vê-la em suas torneiras.

A nossa gente está como gato escaldado: teme água fria. Escolheu quem lhe inspirou confiança. Mas, observa, também cauteloso, os passos de sua liderança a partir de agora.

Por isso que este 1º de janeiro foi um dia comum. Ainda que não um dia qualquer. Porque, sem os arroubos das festas, pode ser este início de 2013 não o dia da posse de eleitos mas a semente da esperança que se esvaía pelo ralo.


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