terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A midia

Imperfeita
Em recente seminário - A Democracia Digital e a Justiça - promovido pelo Jornal GGN em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil sinalizado ficou, através de algumas falas, que sensacionalismos não são a contribuição ideal para o aperfeiçoamento das instituições nacionais. Aurélio Rios, Procurador Federal dos Direitos dos Cidadãos realçou a distorção ora presente entre a mídia e o próprio MP, afirmando que se um precisa do outro nenhum, como instituição, tem sabido dialogar entre si.

Pautou a circunstância de a mídia relevar apenas a atuação do MP quando parte em crime, deixando de reconhecer importantes resultados em atuações em outras áreas onde intervém os senhores procuradores.

Frisando que o Direito não é ciência exata, Aurélio Rios lembrou do risco presente na cobertura que apenas expõe uma visão, levando juízes e promotores à midiática atuação sem nenhum controle. E escancara: "Ai é o promotor que virou justiceiro, o juiz que virou super-herói”.

E mais incisivo: "O STF não é lugar para super-heróis, mas para juízes com maturidade, com capacidade de pensar e refletir sobre as consequências de seus atos. O STF é o último tribunal com direito de errar”.

E permeia em torno dos inconvenientes da divulgação instantânea como ocorre com a TV Justiça: “É muito ruim, porque suscita um conflito de vaidades. Causas desimportantes passam a ser divulgadas com votos longos, quando seria muito mais interessante ouvir-se apenas o voto do relator, e os demais apresentarem o voto por escrito”.

Sacramenta os desdobramentos das narcisísticas 'interpretações', que levam a prejudicar a imagem do Jurdiciário, onde revelados não só bate-bocas e deselegâncias, “mas na ideia das pessoas de que a justiça é feita de acordo com a ocasião, com o que a opinião pública indica”.

E atinge particular e frontalmente a mídia sensacionalista e sua falta de respeito para com o acusado: “Quando há réus desimportantes, é pior ainda, nos programas jornalísticos nos quais os próprios repórteres submetem presos a vexames’.

A mídia imperfeita e sensacionalista - se entendemos a outra vertente posta pelo procurador Aurélio Rios - parece haver encontrado a imperfeição humana em representantes tanto do MP como do Judiciário.

Que o diga o ministro Joaquim Barbosa e algumas de suas intervenções 'heróicas'. Incensado e idolatrado como deus de um Olimpo que destoa de uma sociedade amparada em Estado Democrático de Direito.

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