quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Razão

Invisível
Evidente que a oposição ao Governo Federal - leia-se PT/Dilma, sem esquecer PT/Lula - enfrenta problemas, visíveis até em análises feitas por estrangeiros (ver, neste blog, "Da Bahia para a Argentina"). Há um lugar comum de atribuir ao Bolsa Família - nominada de 'bolsa esmola' - o sucesso do Governo.

Muito tem sido escrito para realçar que outros fenômenos da política governamental nestes últimos 11 anos se fazem presentes. Em entrevista concedida ao Estado de São Paulo, publicada hoje, o cientista político Vitor Marcheti assim pondera: 

- O que tem impacto eleitoral é um conjunto de políticas públicas que começaram a ser adotadas no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que são focadas em regiões onde a presença do Estado sempre foi muito fraca, como o Norte e o Nordeste do País. Falam do Bolsa Família mas esquecem do Luz Para Todos, que leva energia elétrica para o sertão nordestino, para as regiões mais esquecidas da região Norte. Esse programa é um exemplo do movimento que intensificou a presença do governo federal nas regiões mais carentes. O fenômeno político importante a ser analisado no momento é esse: o gigantesco aumento das parcerias do governo federal feitas diretamente com os municípios. Isso aconteceu porque os municípios tinham assumido várias prerrogativas que não tinham condições de cumprir. (…) Os municípios assumiram a responsabilidade, entre outras coisas, pela construção de creches e os serviços básicos de saúde. Mas eles não têm condições para isso. O que o Lula fez, então? Intensificou as alianças do governo federal com os municípios. O repasse direto de recursos federais para eles, nas áreas da saúde e educação, aumentou muito. Quase todos os municípios estão construindo creches atualmente, mas quem verificar com atenção a origem dos recursos irá constatar, quase invariavelmente, que provêm de algum programa específico do governo federal para o setor. Eles revelam o quanto o governo federal pegou atalhos para se tornar mais presente na vida do cidadão, no seu cotidiano. Isso aconteceu principalmente em municípios do Norte e Nordeste.

Não custa lembrar de programas vários voltados para o transporte escolar - inclusive individual, como as bicicletas oferecidas pelo Caminho da Escola - criação e ampliação da oferta de vagas em cursos médio e superior, o Brasil Sorridente, o recente Mais Médico, sem falar na redução das desigualdades sustentadas no quase pleno emprego e na distribuição de renda, o que inclui aumentos reais para o salário mínimo.

Sob este viés fica difícil compreender o que tem ocorrido no país se as análises continuarem sob a ótica urbano/metropolitana.

É imperativo conhecer o Brasil invisível, que hoje é um Brasil real.

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