sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Leão

Insaciável
Entre os anos de 1996 e 2001 a Receita Federal deixou congelada a tabela do Imposto de Renda. Voltou a corrigi-la nos anos seguintes. No entanto, em que pareça algo positivo o é meia-boca, uma vez que a correção tem se dado em percentual abaixo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Para 2014, por exemplo, enquanto a inflação transita pelo universo de 5,83% em 2013 a correção automática permanecerá na faixa de 4,5% (no centro da meta).

 Base de cálculo mensal (R$)
 Alíquota (%)
 Parcela a deduzir do imposto (R$)
 Até 1.787,77
 --------
 ----------
 De 1.787,78 até 2.679,29
 7,5
 134,08
 De 2.679,30 até 3.572,43
 15
 335,03
 De 3.572,44 até 4.463,81
 22,5
 602,96
 Acima de 4.463,81
 27,5
 826,15

O método permite ao leão comer pelas beiradas cada vez mais sobre rendas mais baixas – frise-se, do assalariado. 

Para o leitor melhor entender a extensão da garfada basta verificar que em 1996 a isenção alcançava quem recebia o equivalente a 6,55 salários mínimos e em 2014 ficará em 2,47. 

Apenas comparando, o avanço do IR sobre salários pode ser medido tendo-se por referência o novo mínimo, que será de 724 reais, o que equivale a um aumento superior a 6,78% sobre os atuais 724. Há, portanto, uma defasagem que supera 60% em relação à diferença para o IR.


Como política histórica de confundir salário com renda o insaciável leão do Imposto de Renda continua esquecendo dos lucros e dividendos, das heranças e da riqueza. Os primeiros, segundo o Sindifisco, continuam isentos até 60 mil reais.

O único alívio no período foi a criação das faixas intermediárias de 7,5% e 22,5%.

Registre-se, outrossim, que a redução da distância entre SM e tabela do IR encontra apoio nos aumentos reais do mínimo, atualizados acima da inflação, que corresponde percentual em torno de 70% nos últimos dez anos.


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