domingo, 16 de fevereiro de 2014

Alguns destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
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Macabro I
O Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, integrado por 42 ‘colegas’, absolveu, em janeiro, no processo administrativo a que respondiam, todos os médicos condenados pela Justiça (alguns já presos) por retirada de órgãos de um garoto de 10 anos, ainda vivo, e os de um pedreiro. Tudo para comercialização.

Haviam sido condenados pela Justiça por envolvimento com a “Máfia dos Transplantes”, de Poços de Caldas, que chegou a ser objeto de apreciação pela CPI do Tráfico de Órgãos, a partir do “caso Pavesi”, o do menino de 10 anos.

Deu no UOL, de Belo Horizonte:

“De acordo com o CRM-MG, foi elaborado um relatório amplo após análise detalhada da denúncia, dos prontuários e depoimentos de testemunhas. Os 42 conselheiros votaram pela absolvição, porque não se constatou que os profissionais infringiram o código de ética.

"’Foi entendido que nos autos não havia prova alguma de irregularidade. O juiz se baseia no Código Penal, mas o CRM decide na esfera administrativa, com base no código de ética.’"

Para não vomitarmos todos, apenas registramos: macabro.


Macabro II
O presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais é o mesmo que, em agosto de 2013 (depois disse que foi mal interpretado) recomendou:


Macabro II
Ligando os diferentes pontos, agora podemos entender porque alguns dirigentes da classe médica brasileira são contra o Programa Mais Médicos do Governo Federal.

É o Código de Ética!

Avanços
O prefeito Fernando Haddad, de São Paulo, reuniu a imprensa para informar a redução (de 50% a 70%) no consumo de drogas entre os integrantes do Braços Abertos já no primeiro mês do programa.

Questionável que seja a declaração de Sua Excelência quanto ao percentual – em razão do tempo – certo que o programa deve ser um sucesso.

Tanto que incomodou muita gente. Inclusive a turma podre do DENARC, que perdeu a boquinha para venda da droga que apreende e revende.

Para quem duvidar - quanto à podridão - ouça o traficante colombiano Abadia em http://www.youtube.com/watch?v=vvnBO1bjv5Q

Incomodado I
O ministro Gilmar Mendes sentiu-se ofendido com insinuações do PT de que falara demais contra o partido ao insinuar que haveria lavagem de dinheiro nas doações para os petistas presos na Papauda. Não se bastou com a solução jurídica posta na mesa pelo colega Luiz Fux, que entendeu o PT parte ilegítima para propor a interpelação.

Mas – dizíamos – Gilmar Mendes sentiu-se ofendido, tanta a honorabilidade atacada. E partiu para a verdade: enviou carta ao senador Suplicy – inteligente, Gilmar sabe que o senador mais está para pai do Supla que para a defesa do PT – afirmando que a iniciativa da militância (que para Gilmar é lavadora de dinheiro da corrupção) sabota e ridiculariza o cumprimento das penas.

Sua Excelência tem razão: multa aplicada a condenados nunca encontrara resposta de um ‘júri civil e popular’, tampouco levantara a autoestima de militância em qualquer época. 

Sob o prisma que escolheu sobram razões a Sua Excelência.

Incomodado II
No entanto, por que Gilmar Mendes não encetou carta contra o jornalista Rubens Valente? Para os que não sabem, o jornalista publicou um livro (sucesso de vendas) com o singular título “Operação Banqueiro”, onde afirma que o ‘banqueiro’ Daniel Dantas não teria o poder que tem se não tivesse o ministro Gilmar Mendes fazendo esteira (para usar linguagem de vaqueijada).

Uma velada forma de dizer que há conivência entre ambos.

Temos que o escrito por Rubens Valente dispensa pedido de interpelação judicial; exige contraprova do ministro Gilmar Mendes. Mas, para começar, poderia fazê-lo com uma interpelaçãozinha...

Quanto ao senador Suplicy pouco dele se espera, diante do que não fez ou não disse durante estes meses em defesa dos companheiros. Caso se sinta atingido certamente buscará alguma canção de Bob Dylan para ‘interpretá-la’ da tribuna do Senado.

Supimpa!

E agora, Gilmar?
Para o inefável ministro Gilmar Mendes, em dimensão de onisciência (porque onipresente já o é quando assume função pública e a cumula com interesses de sua empresa privada, o que é vedado em lei para os mortais, não para deuses) as doações para pagamento de multas de condenados na AP 470 poderiam ter origem em lavagem de dinheiro da corrupção.

A turma que doara para Genoíno e Delúbio está indo à forra: até sexta já havia em depósito (identificado, identificado!) mais de 220 mil reais (dos 971 mil necessários) de doações para José Dirceu.

E agora, Gilmar?

O jogo de Barbosa
Especular só custa o verbo e a tinta. Mas tantas são as loucuras de Joaquim Barbosa que não seria absurdo dizer que estaria ele à procura de um álibi para deixar o STF e buscar a política – como recomendou Lula.

Sair por sair, no entanto, não lhe daria a bandeira necessária. Daí porque criar um problema resultaria no ideal para que assumisse a missão de salvador da pátria.

Mas, onde encontrar a solução para o seu problema? Instigar PT, Governo, Câmara dos Deputados, Senado, juristas, mesmo outros ministros do STF (claro que Gilmar Mendes não embarcaria) para reagirem e sair ele – o Quinzão – como vítima e suficiente mídia para montar o espetáculo.

Somente assim podemos entender a razão por que de atos tipicamente fulanizados – os que se dirigem especificamente a uma pessoa, no caso ao PT e a petistas – promovidos pelo presidente do STF. 

A prisão de Genoíno e a liberdade de Roberto Jefferson materializam a postura claramente política de Barbosa. Quando quer Sua Excelência viola regimento interno, manipula prova (o píncaro é a morte de Martinez), esconde inquérito que absolveria quem ele queria condenar, afunda-se em contradições.

Assim, em vez de enfrentá-lo – mormente neste ano eleitoral – é melhor deixá-lo consumir-se nas próprias chamas com que quer incendiar o país.

Ainda que a indignação permaneça o melhor é não entrar no jogo de Barbosa.

A pasta saiu do tubo
Em um de seus característicos vídeos para a TV Afiada Paulo Henrique Amorim demonstrou entender a razão principal – e não a razão – por que Joaquim Barbosa deu de desconstituir (ao arrepio do regimento Interno do STF) as decisões monocráticas de Ricardo Lewandovski: a liberação do famoso inquérito 2474 que o Barbosa escondeu para não ter de absolver o núcleo petista da AP 470.

Assiste razão a PHA. Pasta que sai do tubo não volta mais.

Solução
Circulam informações de que o Governo Federal estaria preocupado com o processo de violência que alguns buscam instalar no país. 

Ora, dizemos “que alguns buscam” porque a violência institucionalizada – inclusive a oriunda do Estado, que a exerce através de prepostos de suas polícias – não se encontra no centro dos editoriais, mas a que nasce de peças de uma camada da população (melhor nutrida economicamente, na maioria dos casos) voltada para corresponder a interesses que se concentram na ação político-eleitoral contra o Governo.

Não fora isso não estaria escondendo o rosto enquanto aplaudida por parcela da mídia comprometida historicamente com golpes e que ensaia um (branco) e para tanto se utiliza e mesmo incentiva qualquer meio para consumá-lo.

Mas, dizíamos, o Governo Federal estaria preocupado com os acontecimentos.

A presidente Dilma Rousseff, que iniciou uma reforma ministerial, tem uma das soluções: afastar/exonerar o que chamam de Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um incompetente, omisso e comprometido com o insondável.

Caso alguém duvide de nossa recomendação que atente para o que ocorre na região de Buerarema, Una e Ilhéus.

Tudo agravado por culpa de um Ministro da Justiça que somente o é no nome.

Propósito definido
Gostando ou não das atitudes do ministro Joaquim Barbosa temos que respeitar a competência como conduz a sua imagem político-eleitoral. Há muito é aventada a possibilidade de disputar as eleições de 2014. Para uns como candidato a Presidente (FHC já estrilou); para outros, a governador ou a senador de Brasília ou do Rio, pelo menos.

Pelas ruas Joaquim Barbosa tem público cativo. Que pode não elegê-lo, mas alimenta o bloco na rua.

No quesito programa de governo a campanha de Joaquim Barbosa não está na melhoria de programas sociais, investimentos em saúde ou na infraestrutura rodoviária, ferroviária e portuária, mais vagas em universidades etc.

Propósito posto em prática
A campanha de Joaquim está centrada num slogan: eu prendi José Dirceu, José Genoíno, João Paulo Cunha, toda a cúpula deste PT. Se me deixassem eu teria prendido os chefes. 

Como o afirmou o jurista Luiz Moreira em entrevista ao Viomundo a “Declaração de Joaquim Barbosa desnuda propósito de utilizar Dirceu como trampolim eleitoral”. (A entrevista foi concedida depois de a Veja publicar que JB está entendendo que é hora de deixar o STF).

Ninguém brinque com tal apelo. Pode levar o país ao caos – caso eleito – mas pelo menos 30% de votos conseguirá. Não lhe faltará apoio. Pelo andar das carruagens – de Aécio Neves e Eduardo Campos – Joaquim Barbosa é a solução.

E o despreparo/destempero para com as pessoas? Isso é coisa para depois, que se resolve com um impeachment.

Como fizemos com o Collor, útil para nos livrar de Lula e de Brizola em 1989.

Interessa o “caçador” de que carecemos. E Barbosa sabe disso e põe o propósito em prática.
   
O palhaço do Congresso
Luiz Nassif dia desses não se conteve e partiu para o tapa diante de mais uma das declarações (não lhe faltam microfones) de ilustre senador, ícone do PSDB paranaense: “Álvaro Dias, na caça incessante ao ridículo”.

Claro que pouca valia daríamos ao especial (não)exercício da função de AD (cuide o leitor de não confundir Sua Excelência com algum senador romano a.C. que pode ferir o túmulo da espécie e a turma resolver atormentar nosso sono já tão atormentado diuturnamente com figuras de estirpe como a do paranaense).

Alfinetou Nassif: “Um partido que tem Álvaro Dias e Carlos Sampaio entre os principais expoentes, alimentando diariamente o noticiário com frases vazias e declarações ridículas, aspira a quê”?

Não fora o curto texto – para não desperdiçar palavras e espaço com veleidades – avançamos sobre o que nosso personagem fizera para levar Nassif ao destempero. 

É que o ilustre prócer da oposição – revela o blogueiro – partiu para uma comparação no mínimo inusitada em defesa do indefensável (aí presente a sua legenda, antes impávida e impoluta!), comparando o seu PSDB e o PT no quesito ‘mensalão’: disse ele ao Estadão “que o PSDB cumpriu seu dever denunciando o mensalão do PT. Mas o PT prevaricou, ao não denunciar o mensalão do PSDB”.

Naturalmente, como tem os holofotes a seu favor, esqueceu de informar que o seu mensalão tucano (redundância) em muito antecedeu ao do PT e que a gloriosa turma de Minas foi competente, justamente por retirar dinheiro público efetivamente dos cofres mineiros. 

Diferentemente do PT, que – afora as conclusões de Joaquim Barbosa – ainda está para ser provado (tanto o mensalão como o dinheiro público, visto que o esforço de JB para afirmar que a VISANET era empresa pública anda caindo pelas tabelas, não fora os recursos dela saídos terem sido aplicados em propaganda).

Mas, retomando a Álvaro Dias e sua tentativa de nos fazer idiotas, conseguiu Sua Excelência uma futura profissão, ou concorrer por ela. É que diziam que o palhaço do Congresso era o Tiririca!

Escancarando
Vizinha de Itabuna a interlocutora – descompromissada com qualquer proposição política – levanta a preocupação com o que ocorre com administrações regionais. 

Diz não entender como alguém que recebe remuneração de diretoria possa estar sempre em Comandatuba e gastando/investindo fortunas.

O ‘servidor’ veio de fora para Itabuna. Onde encontrou verdadeiro paraíso.

Imagine o leitor que tal comportamento esteja multiplicado!

Bola fora
A FICC demonstra não compreender o que representa para a comunidade de Ferradas a estátua de Jorge Amado na entrada do bairro. Tanto que anuncia – considerando motivos de segurança (houve prática de vandalismo contra o monumento) – que “Jorge” não mais indicará que ali é a terra onde nasceu.
Entende a instituição que melhor instalada estará na sede da Universidade Federal.

Desconhece as razões que levaram à existência da estátua e tudo de simbólico que ela representa para o novo imaginário da terra do “menino grapiúna”. 

Caso dialogue com o ferradense deverá mudar de idéia.

Marchinha
Em tempos de antanho (quase tão antigos como a expressão antanho), ainda que de poucas décadas, os carnavais se faziam a partir de novembro, quando lançadas as marchinhas. Sua temática envolvia da sátira de costumes à política. 

“Sassaricando” aventava o voyerismo carioca; “Cachaça”, “Saca Rolha” e “Turma do Funil”, sobre a recorrente gandaia da branquinha; “Índio Quer Apito”, no imediato da Brasília em construção; “Cabeleira do Zezé”, resposta à beatlemania; “Tomara que Chova”, para a falta de água nas torneiras cariocas; “O retrato do Velho”, sinalizando o retorno de Getúlio Vargas; “Eu Quero É Rosetar”, que invadia a “moral familiar”, tanto que censurada  etc.

Os carnavais foram apropriados pelo capital, plenamente. Tornaram-se negócios para donos de bloco, escolas de samba etc.

Caso voltássemos ao tempo das marchinhas certamente esta vencedora (entre as 119 inscritas) de um Concurso em Belo Horizonte seria sucesso nacional, pela oportunidade.

Melhor entenda ouvindo “O Baile do Pó Royal”, de Alfredo Jacson, Joilson Cachaça e Thiago Diberto, interpretada por Aláecio Martins, Daniela Godoy, Eduardo Macedo e Marina Cyrino.


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* Coluna publicada aos domingos em www.otrombone.com.br


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