quinta-feira, 6 de março de 2014

Duplo


Incômodo

Transcrevemos texto de Fernando Brito, editado no Tijolaço. Não por traduzir uma verdade factual, mas por expressar o que configura o maior temor da oposição: Lula e Dilma de braços dados em campanha

"UMA IMAGEM VALE MAIS DO QUE MIL DISCURSOS



Que discurso pode descrever melhor do que esta foto do Ricardo Stuckert o significado da reunião, ontem, que marcou o início da organização da campanha de reeleição?

Podem escrever mil artigos, dizendo que um chia, que o outro critica, e que reclamam, discordam, divergem.

Em que, além do que é normal e saudável entre dois seres humanos?

A imagem tem a força, a sinceridade, a capacidade de convencimento que só o que é muito sólido e uno é capaz de ter.

Não é uma aliança, é uma unidade.

Lula e Dilma sabem que sequer pertencem a si mesmo, pertencem ao povo brasileiro e a ele, só a ele, devem vassalagem e obediência.

Porque não é apenas um causa, este danado do povo brasileiro, porque não é uma teoria.

É gente, riso, carne, choro, grito, suor, música, amor, trabalho.

Repare como isso se incorporou ao rosto de Lula e como já se infiltrou no rosto antes sempre severo de Dilma.

Não são atores teatrais, como a gente vê tantos outros.

São atores sociais, que representam camadas e camadas sucessivas de brasileiros que sonharam tanto em ter, um dia, dirigentes que olhassem por eles, com eles, como eles.

Os idiotas pretensiosos acham que isso é idolatria, como acharam que era com Getúlio e outros, depois.

Não, é simbologia, é a encarnação humana, pessoal, em gente dos desejos que a gente tem e dos que nem sabe que tem, mas tem.

É isso, essa força do povo, que não é bruta, que não é má, que não é triste o que as nossas elites não conseguem ter, porque são vaidosos e egoístas.

São mesquinhos.

Sei que amanhã, na falta do que falar vão fixar dizendo: oh, mas uma reunião política na residência oficial da Presidência…

Não vou me dar ao trabalho de buscar e listar as dezenas ou centenas delas que fizeram Aécio Neves no Palácio das Mangabeiras ou Eduardo Campos no Campo das Princesas.

Não vou estragar a magia deste instante, que tem tanto significado que merece que façam silêncio para ser entendido em tudo o que representa."
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Da redação do Blog:
No vale-tudo em que se torna o processo eleitoral - oficial a partir das Convenções - não nos surpreenderão as iniciativas de transformar a foto, pelo local onde tirada, em mais um mote para alimentar o golpe ensaiado.
Afinal, para lembrar o de 1964 - essa paranoia nos deprime e insiste em permanecer toda vez em que nos olhamos no espelho da história que querem repetir - até 'marcha da família com Deus pela pátria, pela liberdade e pela democracia" já anunciam para este mês de março.


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