quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Pesquisas

Versus pesquisas
Há possibilidade concreta de que a divulgação de pesquisas eleitorais seja proibida 15 dias antes do primeiro e do segundo turnos. O martelo será batido se o Senado aprovar uma emenda que tramita na Casa, o que pode ocorrer no curso desta semana.

Afastada a iniciativa parlamentar e sua possível aprovação fica o questionamento se tal pode ser considerado um 'retrocesso', como o define a Associação Nacional dos Jornais.

Caso outro fosse o argumento da ANJ o debate encontraria mais sentido. A premissa levantada, no entanto, beira o hilário: contribuição para o debate político e esclarecimento do eleitorado.

Não bastasse a hilariedade contida diante da realidade (diante da manipulação escancarada para atender a desideratos outros) não cabe às pesquisas 'contribuir' ou 'esclarecer' o eleitorado. Cumpriria sua função se apenas registrasse o instante da volubilidade eleitoral.

No entanto, nada nobre a utilização de certas pesquisas. O que temos visto é uma manipulação criminosa voltada para atender a este ou aquele candidato, em aberta pretensão de influenciar o resultado eleitoral sem 'debate' ou 'informação' alguma.

Que o digam resultados divulgados em relação às eleições na Bahia e no Rio Grande do Sul em 2014. Ou o expresso por dirigente do Veritá (que tem origem no Latim verita=verdade) que afirmou ter divulgado números para atender à pressão em favor de Aécio Neves, apresentado-o com vantagem de 10% quando a situação era justamente o inverso.

E o que dizer daqueles 54,6% a 45,4% da Isto É/Sensus, elegendo Aécio antecipadamente?

A relação é imensa. E prova que os institutos de pesquisa se tornaram, na maioria, caça-níqueis ou braços de partidos/grupos políticos atuando indevidamente no processo eleitoral.

Particularmente não veríamos nenhum problema na divulgação de pesquisas até a véspera da eleição. Caso fosse 'divulgação' e não manipulação.

No entanto, escolheram outro caminho. Para coibi-lo, somente a lei.

Da redação do blog: a matéria está sob apreciação da Comissão de Constituição e Justiça do Senado.


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