Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.
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Entretenimento como intervenção
Não se tem na história da humanidade, e certamente tão cedo não será superada, uma estrutura de cunho ideológico com o compromisso de propagar, internalizar e mesmo mimetizar valores (ainda que supostos em muitos casos) como a indústria de entretenimento estadunidense. Nem outros métodos político-propagandísticos (Plano Marshall, Aliança para o Progresso etc.) e intervenções à base do porrete em defesa da “liberdade”, tampouco a atuação do Departamento de Estado e órgãos de direta, maciça e insidiosa atuação, como a CIA, alcançaram tantos resultados como a autêntica matriz cultural desenvolvida pelos Estados Unidos.
Através dela o que podemos denominar de imperialismo cultural americano exerceu objetivos no plano econômico e no político, capturando mercados para as suas mercadorias culturais e estabelecendo a hegemonia pela intervenção na consciência popular. O entretenimento (Disney, Hollyhood) tornou-se das mais importantes fontes de acumulação de riqueza e de transferências globais. O cinema comandou soberano até o advento e disseminação da televisão, tudo hoje desaguando no sistema de rede que alcança todo e qualquer indivíduo em qualquer parte do planeta.
Na ponta política, o imperialismo cultural desempenhou e desempenha papel singular na desconstrução de pessoas e suas raízes culturais e tradições para substituí-las pela criação de “necessidades” que atendam aos interesses estadunidenses, que se alteram ao sabor da publicidade. O efeito desta política é alienar pessoas dos vínculos tradicionais de classe e de comunidade, promovendo o individualismo como dogma.
Todos os “heróis” defensores da democracia e da liberdade têm origem no Tio Sam e usam indumentária nas cores do país (Super Homem, Homem América etc.). Nada à toa.
Para Freud explicar
Podem os empregadores locais demitir funcionários que entendam muito atraentes, foi o que decidiu, por unanimidade, a Suprema Corte do estado de Iowa, nos Estados Unidos (Reuters).
No caso concreto reconheceu-se o direito de um dentista demitir uma funcionária que com ele trabalhava há mais de 10 anos, motivado no fato de que a mesma era “muito atraente”.
Claro que a ilustre demitida é um pedaço de mau caminho – como diria um gozador brasileiro em sua singela forma de elogiar a beleza feminina.
No entanto, inspirado em Tia Zulmira, a famosa “ermitã da Boca do Mato” do preclaro Stanislaw Ponte Preta, queremos crer que o que levou Melissa Nelson a ser demitida não está na circunstância de ser “muito atraente”. Mas de sê-lo para os outros e não para o empregador.
Não fora isso, é caso para Freud.
Avanço
O vale-cultura, projeto do ministro Gilberto Gil, tal como os Pontos de Cultura, gestado e transformado em Projeto de Lei durante a gestão Juca Ferreira, enviado ao Congresso em 2009, levou três anos para que fosse plenamente apreciado e aprovado, encerrado com sua votação no Senado, em 5 de dezembro último.
Assegura ao trabalhador que perceba até cinco salários mínimos um “vale” de 50 reais mensais (Lula queria 100 reais, como o disse Juca Ferreira, mas o Ministério da Fazenda limitou-o ao valor aprovado) para gastos com livros, revistas, discos e filmes, e acesso a teatro e cinema.
Considerando que falar em cultura inclui produção e fruição, corresponderá a todas as dimensões do conceito, seja a antropológica, a sociológica ou a econômica (e mesmo a tecnológica).
Foi preciso um operário na presidência para resgatar essa dívida do país para com o povo, abrindo as portas para uma nova vertente de incentivo e acesso às artes em geral.
Os Estados Unidos desenvolveram sua indústria do entretenimento no imediato da grande depressão e início dos anos 30, utilizando-se de incentivo semelhante.
Concluída a aviventação...
Não se pode ter como outra coisa a anunciada “definição” dos limites entre Ilhéus e Itabuna, fixados nos marcos atuais, onde a praieira praticamente invade o espaço urbano itabunense.
A medíocre condução dos trabalhos técnicos pela comissão da Assembleia Legislativa da Bahia, mais centrada na politicagem que no cumprimento de função institucional – para não chamá-la de incompetente – legitimou (pelo menos temporariamente) o status quo territorial.
A lei aprovada na quarta 26 demonstra quão pobre anda a Assembleia Legislativa baiana, com deputados mais preocupados em arrebanhar eleitores do que discutir e resolver os problemas que afligem a população.
Alie-se a isso – já que não podemos atribuir a exclusividade do prejuízo tão somente aos senhores deputados – a omissão quase absoluta da sociedade itabunense, destacando-se para tanto a classe política local, clubes de serviço, sindicatos, associações outras.
Na realidade, como natural em direito de propriedade quando dúvida há sobre os verdadeiros limites entre um imóvel e outro, AVIVENTAÇÃO DE RUMO foi o que houve e não refazimento de limites.
...Aguarda-se a redefinição dos limites
O que estava sob apreciação da Assembleia Legislativa era o estabelecimento de novos limites entre município, onde se fizesse necessário. Entretanto a patacoada – obrigado vó Tormeza – cuidou de promover discussões estéreis não sobre os fatos concretos mas em torno dos limites vigentes, muitos sem corresponder à realidade histórica, como no caso de Itabuna.
Não fora esta dimensão – a histórica – a realidade dos atuais limites ferem o bom senso, agridem interesses das populações envolvidas.
Tampouco não houvesse a instalação de complexo varejista nos limites de Itabuna, que circunstancialmente se encontram em Ilhéus, e a praieira não estava nem aí para o que acontecesse.
E em torno desta realidade – a instalação das redes comerciais – insistimos na pergunta, que a decisão dos senhores deputados não responde: instalaram-se elas em Itabuna ou em Ilhéus?
A piada do ano
Em final de ano a alegria torna-se referência. E a piada, como sempre, alimentará as rodas de conversa.
A deste fim de 2012, depois de confirmado que o mundo não se acabara, é a inauguração da placa por Azevedo e duas dezenas de “amigos”.
Com direito a cobertura televisiva, onde o plano da câmera não pode ser aberto: para não mostrar o vazio, inclusive metafórico.
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