segunda-feira, 29 de setembro de 2014

De PF, ministro e doleiros

Ministro fraco dá nisso I
Dentre os mais fracassados Ministros da República não tememos afirmar ser o atual, José Eduardo Cardozo, o mais medíocre. Seus fracassos à frente do Ministério podem ser reduzidos a um só: a falta de controle sobre a Polícia Federal.

Ninguém deseja uma Polícia Federal submissa a interesses de quem quer que seja, onde se inclui o Governo Federal. Dela se espera a isenção plena no trato de suas investigações. Disso a repercussão que deve acontecer em nível judiciário, destino de sua atuação para concretude da punição a que deve se sujeitar todo o que cometa ilícito a ser apurado pela instituição policial.

Não de agora se percebe uma atuação política na Polícia Federal, com viés político-eleitoral. Há um aparelhamento ideológico e de comprometimento a vieses políticos. Antes – anteriormente ao período Dilma/Lula – poderia ser atribuído às indicações de superintendentes; hoje – permanecendo o comportamento na forma em que se expressa – denotado fica aquele ‘aparelhamento’ plantado para produzir resultados no instante necessário.

Estranho – e como é estranho – que investigações sob comando da PF, em fase de investigação e consolidação de provas para indiciamento, sejam vazadas para órgãos da imprensa de atuação político-partidária, os principais dentre aqueles que substituem a “oposição fragilizada”, e sejam estampados em manchetes.

Pior que isso, tais vazamentos o são de forma seletiva. O Paulo Roberto teria denunciado em torno de sete dezenas de políticos de diversos partidos (atente-se que começou a exercer cargo de confiança na Petrobras no tempo de FHC) mas o vazamento não alcança duas dezenas e só envolve gente do PT e dos partidos da base do Governo.

As denúncias de Paulo Roberto não redundaram no resultado pretendido. Agora, no imediato da eleição, surge a ‘delação premiada’ de Yousseff, figura ligada ao PSDB de priscas era. Inclusive como doleiro do tesoureiro de campanhas do PSDB, Ricardo Sérgio.

O adversário de Dilma Rousseff é a atuação da Polícia Federal (sem comando) e seus vazamentos seletivos em véspera de eleição. Quem mais produz factóides é a PF. Quando desmentidos já terão cumprido o seu papel.

E o Ministro da Justiça... Ah! Deixa pra lá!

Ministro fraco dá nisso II
Para compreendermos o que representa Sua Excelência como ministro da República o ‘seu’ Ministério da Justiça acaba de emitir ‘nota de esclarecimento’ em razão de manipulação/mentira da Folha de São Paulo e da revista Veja envolvendo a sua pasta indevida e criminosamente. 

Fosse macho – ou não tivesse algum rabo preso – gastaria papel e tinta para algo efetivo: mover uma ação judicial contra ambos.

Nesse trilhar Eduardo Cardoso caminha para dirigir o Ministério da não-Justiça, a ser criado na Cochinchina, aquela imprecisa e incerta localidade como vista pelos navegadores portugueses no início do século XVI. 

Para onde já deveria ter ido, não fosse a tolerância do governo Dilma com algumas inoperantes figuras ministeriais.

A propósito de Yousseff
Ricardo Melo, na Folha, ironiza a “bala de prata’ com que anseia/dispõe o conservadorismo/entreguismo nacional para inviabilizar a reeleição de Dilma Rousseff.

Afinal, quando o argumento vazio sucumbe à realidade tudo vale e qualquer peça serve.

"(…)


O frisson do momento é a delação premiada de Alberto Youssef. Mas quem é Youssef? Um mergulho num passado não tão distante mostra que ele foi um dos doleiros usados pelo então operador do caixa do PSDB, Ricardo Sérgio, para “externalizar”, num linguajar ao gosto da legenda, propinas da privatização selvagem dos anos 1990.


Youssef é velho de guerra tanto em delitos com em delação premiada. Já fez uma em 2004, na época da CPI do Banestado, quando se comprometeu a nunca mais sair da linha. O tamanho de sua confiabilidade aparece em sua situação atual. Está preso de novo. Quem diz é o Ministério Público: “Mesmo tendo feito termo de colaboração com a Justiça (…), voltou a delinquir, indicando que transformou o crime em verdadeiro meio de vida.” É num sujeito com tal reputação que oposicionistas apostam suas fichas.


(…)"


Trecho imperdível do livro "A Privataria Tucana", de Amaury Ribeiro Junior

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