sábado, 27 de setembro de 2014

Luz

No túnel
O lugar comum de que há luz no fim do túnel se torna imperativo quando  uma situação encontra-se em em típico beco sem saída, mas a esperança, ou um sinal dela, se apresenta.

O pessimismo que campeia a informação veiculada pelos grandes representantes da mídia nacional nos deixa à beira de uma sensação de que estamos perdidos, aguardando apenas o empurrão no precipício.

Pinçamos na rede o texto abaixo, do Brasil Debate. Mais um entre muitos, dentre os que não se alinham com o lugar-comum midiático-conservador e trazem ao debate a outra vertente/versão. Também no estrangeiro  afastados os mentores do pensamento único  não há o escândalo que muitos insistem em anunciar sob o estardalhaço de trombetas do Apocalipse.

Talvez sejamos otimista em demasia. Ou  bem provável  integremos o universo dos que percebem que o Brasil é a luz para fugir do túnel.


Números importantes da conjuntura desmentem a “grande crise”

Artigo do Brasil Debate
Por Clemente Ganz Lúcio*
Lippy e Hardy é uma série de desenho animado da década de 1960, produzida por Hanna-Barbera. Lippy era um leão otimista, que andava com o amigo Hardy, uma hiena pessimista.
Diante das aventuras de Lippy, Hardy dizia: “Eu sabia que não ia dar certo… Oh, dia, oh, céus, oh, azar…”. Em períodos especiais da vida democrática, como os processos eleitorais, essas duas figuras adquirem vida e Hardy ganha muita evidência, o que faz parte do jogo.
Ganham destaque, há algum tempo, dados e declarações que procuram demonstrar que há no Brasil grande crise e descontrole da economia: o País está em recessão (técnica!), a inflação, descontrolada, o desemprego chegou, o déficit comercial subiu etc.
A vida não anda fácil no mundo e no Brasil, é verdade. A partir de 2007/2008, as economias desenvolvidas provocaram a mais grave crise do capitalismo desde 1929.
“A grande recessão”, segundo economistas, trouxe aos países desenvolvidos alto desemprego, arrocho salarial, perda de direitos e da proteção social como remédio para a crise.
A atividade econômica caiu nos países em desenvolvimento e a China passou a mostrar seu poder econômico.
Com políticas anticíclicas, o Brasil permaneceu em pé, garantindo empregos, preservando salários e políticas sociais, bem como protegendo e incentivando a atividade produtiva. É muito difícil enfrentar essa crise. Há acertos e erros que fazem parte do risco de quem governa e decide diante de tantas incertezas.
O Brasil enfrenta inúmeros desafios de curto prazo: a pressão dos preços internacionais de alimentos; a severa seca, a mais grave dos últimos 60 anos, que comprometeu a safra agrícola, elevando preços de insumos, alimentos e energia elétrica; a Copa do Mundo, que reduziu a quantidade de dias úteis, com impacto sobre a atividade econômica; a desvalorização do Real (R$ 1,6 para R$ 2,3 por dólar), que ajuda a proteger a indústria, mas tem impactos sobre preços;
E ainda a queda na receita fiscal do governo; a redução na venda de manufaturados para a Argentina; a China ganhando espaço comercial na América Latina e no nosso mercado interno; a enorme pressão dos rentistas pelo aumento dos juros, entre outros.
Apesar disso, os números da atual conjuntura evidenciam que ainda estamos em pé, senão vejamos:
• No primeiro semestre de 2014, houve aumento salarial em 93% das Convenções Coletivas,com ganhos reais entre 1% e 3%;
• O preço da cesta básica caiu nas 18 capitais pesquisadas pelo DIEESE, entre julho e agosto (-7,69% a -0,48%).
• O Índice do Custo de Vida do DIEESE, na cidade de São Paulo, variou 0,68% em julho e 0,02% em agosto, arrefecendo.
• O mercado de trabalho formal criou mais de 100 mil postos de trabalho em agosto.
• O comércio calcula que serão criadas mais de 135 mil vagas no final do ano.
• O BC estimou a variação positiva do PIB para julho em 1,5% e indicou trajetória de queda da inflação.
• A atividade produtiva da indústria cresceu 0,7% em julho.
A ciência dos números é insubstituível para dar qualidade ao debate público e apoiar um olhar criterioso sobre a dinâmica da realidade. O desafio é correlacionar as informações para produzir o conhecimento e compreender o movimento do real.
* Clemente Ganz Lúcio é sociólogo, diretor técnico do DIEESE, membro do CDES - Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social
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