domingo, 7 de setembro de 2014

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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General inverno
Os acordes de euforia na Abertura 1812 de Tchaikovsky podem estar prestes a soar em favor da Rússia se entendermos que o atual conflito diplomático EEUU/Europa-Rússia/Ucrânia prossiga nos termos ditados pelo Ocidente. 

A insistência ocidental em ampliar sanções já produziu prejuízos aos produtores do continente europeu e pode trazer à tona um comandante histórico de conflitos onde a Rússia participe: o general inverno.

Os países bálticos (Lituânia, Estônia e Letônia) dependem 100% do gás russo, assim como a Polônia (59%) e a Alemanha (37%). O inverno europeu não dispensa aquecedor.

Na queda de braço entre Putin e Estados Unidos e Europa muitos afirmam que o inverno virá em socorro do russo.


Cuba, educação e saúde

O Banco Mundial acaba de publicar um relatório revelador sobre a problemática da educação na América Latina e no Caribe. Intitulado Professores excelentes - Como melhorar a aprendizagem na América Latina e no Caribe, o estudo analisa os sistemas educativos públicos dos países do continente e os principais desafios que enfrentam.
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De fato, apenas Cuba, onde a educação tem sido a principal prioridade desde 1959, dispõe de um sistema educativo eficiente e com professores de alto nível. O país antilhano não tem nada para invejar das nações mais desenvolvidas. A ilha do Caribe é, além disso, a nação do mundo que dedica a parte mais elevada do orçamento nacional (13%) para a educação.

Já em relatório anterior do Banco Mundial, registra a matéria, Cuba se destacava:

“Cuba é internacionalmente reconhecida por seus êxitos nos campos da educação e da saúde, com um serviço social que supera o da maior parte dos países em vias de desenvolvimento e em certos setores se compara ao dos países desenvolvidos. Desde a Revolução Cubana, em 1959, e do subsequente estabelecimento de um governo comunista com partido único, o país criou um sistema de serviços sociais que garante o acesso universal à educação e à saúde, proporcionado pelo Estado. Esse modelo permitiu a Cuba alcançar a alfabetização universal, erradicar certas doenças, [prover] acesso geral à água potável e salubridade pública de base, [atingir] as taxas mais baixas da região de mortalidade infantil e uma das maiores expectativas de vida. Uma revisão dos indicadores sociais de Cuba revela uma melhora quase contínua de 1960 até 1980. Vários indicadores principais, como a expectativa de vida e a taxa de mortalidade infantil continuaram melhorando durante a crise econômica do país nos anos 90 [...]. Atualmente, os serviços sociais de Cuba são parte dos melhores do mundo em desenvolvimento, como documentam numerosas fontes internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, além de outras agências da ONU e o Banco Mundial […]. Cuba supera amplamente a América Latina, o Caribe e outros países de renda média nos indicadores principais: educação, saúde e salubridade pública”.

Neste 7 de Setembro, quando lembrada a Independência do Brasil e promessas de campanha são postas como solução milagrosa não custa conferir a razão por que de Cuba exportar médicos e método educacional. 

Todos os que prometem para hoje a revolução educacional deveriam ter em mente o mais importante, lembrando Tormeza: quem tem os olhos fundos começa a chorar mais cedo.

Aprendendo Física
A realidade fala mais alto. Ainda que anedótico – originado de uma avaliação (assim parece) – o quadro por que passa o estado administrado pelo PSDB de Alckmin (escondendo racionamento) levou à resposta ao lado em Física.

Mas, se consideramos a aceitação do método de governar de Geraldo Alckmin, refletido nas pesquisas eleitorais, São Paulo permanecerá mais na Física que na Geografia Política do Brasil.

Ciclo I
A pesquisa alimenta o noticiário, o noticiário influencia o eleitor, que repercute na pesquisa seguinte, que vai ao noticiário... Este o ciclo construído nos processos eleitorais no país. Desta forma, a pesquisa de opinião torna-se instrumento de propaganda eleitoral desenvolvendo um sistema que busca manter uma constante bateria para fazer convergir a formação de opinião do eleitor aos sabores de quem o controla.

Certamente o que pode levar a que alguns analistas de pesquisas eleitorais não estejam entendendo o instante presente refletido em avaliações de alguns institutos, em que o Governo cresce em sua avaliação positiva, a presidente Dilma cresce no quesito “forma de governar” e, como candidata, cai nas intenções de voto. Não fora o fato de uma migração maciça de indecisos para um só candidato.

A lógica remete a que o povo não troca de comandos governamentais que os tenha como aceitáveis. Ora, se o governo Dilma se encontra em patamar que supera um terço de BOM e ÓTIMO (35%) e como REGULAR para outros 39% isso perfaz uma aprovação em torno de 74% a sua não reeleição nega aquela lógica. 

O que significaria que todo aquele percentual que vê um governo BOM, ÓTIMO e REGULAR em nível de 74% correrá o risco de aventurar em terreno que desconhece.

Ciclo II
Um outro componente, no entanto, pode estar alimentando algumas pesquisas: a manipulação direta, em estágio de impedir que a lógica se faça lógica.

Neste sábado 6 uma eleitora registrou no http://www.conversaafiada.com.br/pig/2014/09/05/como-e-que-o-datafalha-entrevista/ o seguinte:

“Sou leitora assídua do blog e resolvi relatar um fato ocorrido comigo, ontem, em Brasília. 

Fui abordada por um pesquisador do data folha, devidamente identificado e após as informações pessoais, ao informar que voto na presidente Dilma, fui imediatamente dispensada, com o argumento que as pesquisas com a minha faixa etária estavam completas, condição não considerada Qdo informei a minha idade, somente quando declarei minha intenção de voto.

Portanto… DATAFOLHA É UMA FARSA. Eles selecionam os eleitores.

Obrigada,

Georgete Maria Schutesky”

No mesmo diapasão, em comentários à postagem, outros entrevistados se disseram ‘vítimas’ de igual procedimento em São Paulo e Brasília.

Talvez aí resida a explicação para o que os analistas não estão a entender.

Autoridade religiosa
Natural que lideranças exerçam influência, e mesmo ascendência, sobre liderados. Em atividades da vida em sociedade assim ocorre. Na escola, no trabalho etc.

Em nível de religião mais acentuado. Em razão do componente dogmático que projeta, inclusive, a obediência como virtude.

O Papa, para os católicos, é um líder por excelência. Como, assim parece, o pastor Silas Malafaia para Marina Silva.

O que não se sabe (portanto, não é comum) é que representante do Vaticano no Brasil tenha ameaçado programas de candidatos que tenham o catolicismo como referência religiosa a ponto de fazê-los mudar de discurso de um dia para o outro.

Especialmente quando o Brasil, como instituição democrática, é um estado laico.

Ambientalismo marinista
Não causa espanto que Marina Silva tenha se tornado alvo de Dilma Rousseff e Aécio Neves. Sua ascensão na participação de votos naturalmente a torna uma vidraça para tudo que faça ou diga. Justamente porque passou a ter uma visibilidade concorrente.

Seu diz hoje, desdiz amanhã já alimenta o humorismo, como expressado por Macaco Simão: "Marina é uma típica ambientalista, em cada ambiente tem uma opinião diferente".

Ou, como dito pela ironia do cidadão comum, a candidata do PSB muda tanto de ‘convicções’ que já puseram na rede a anedota de que “Marina ia ter uma idéia, mas mudou de idéia”.

E depois da matéria do jornal a Folha de São Paulo haver publicado que “Marina costuma recorrer a versículos da Bíblia para tomar decisões” (de Natuza Nery, Ranier Bragon e Andréia Sadi), em http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/09/1508909-marina-costuma-recorrer-a-versiculos-da-biblia-para-tomar-decisoes.shtml o Bessinha já propôs uma nova versão para a Bíblia Sagrada à luz da utilidade marinista:



Queda
A situação por que passa a candidatura Aécio Neves não traduz caminhos planos para o futuro do PSDB como representação política em nível nacional.

Há quem tenha jogado a toalha em relação a Aécio, a ponto de propor o seu suicídio político sugerindo que renuncie para apoiar Marina. 

Naturalmente quem assim orienta mais está para inimigo de Aécio. 

Mas, outra certeza está contida na sugestão: diante da possibilidade de vitória de Dilma Rousseff no segundo turno a turma passa a desejar não a vitória de convicções políticas ou projetos de governo mas a 'derrota do PT'.

Qualquer que seja a 'solução" o tucanato vive aquele esporte comum nas quermesses do Brasil de antigamente: o pau-de-sebo.


Sonegômetro
Sabido e consabido que a sonegação no Brasil custa mais ao país que o prejuízo causado pelo ralo da corrupção. Supera 400 bilhões de reais anualmente.

Abaixo o que postaram na rede considerando apenas a dívida da TV Globo. Bem poderia ser aproveitada a oportunidade e transformados em benefício os 18 bilhões de dívidas do Itaú (o banco que apoia Marina) para com o Governo Federal.

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Entre ameaças e recuos
A candidata Marina Silva está definindo pela 'metamorfose ambulante' tantos os recuos. Basta que ocorra alguma ameaça ou vislumbre conquistar um punhado de eleitores.

Percebendo a sua instabilidade os representantes do agronegócio exigem mudança em seu plano de governo no que diz respeito aos indicadores de produtividade agrícola, tema antes ardentemente defendido por Marina.

Mais grave, no entanto, a sua mudança de posição em relação à Lei de Anistia. Antes favorável a que os torturadores não fossem beneficiados por ela, em razão de terem cometido crime contra a humanidade, agora afirma que deve ser mantida como está. 

Em 2008 escrevera na Folha de São Paulo: “A tortura é crime hediondo, não é ato político nem contingência histórica. Não lhe cabe o manto da Lei da Anistia”

Conseguiu apoio do Clube Militar.

Como diz que governará com os melhores estaria adiantando que trará para o seu governo o melhor quadro que houver entre os torturadores.

 



Dorival Caymmi
O baiano deve ter tido uma premonição ao compor "Marina, morena Marina, você se pintou...".

Leonardo Boff
Na entrevista concedida ao Viomundo o teólogo da Teologia da Libertação percebe que "Está ficando cada vez mais claro que Marina tem um projeto pessoal de ser presidente, custe o que custar".

E afirma: "Pobres perderam uma aliada e os opulentos ganharam uma legitimadora".

Íntegra da entrevista em http://www.viomundo.com.br/politica/leonardo-boff.html
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