quinta-feira, 12 de março de 2015

Leituras

Da CPI
A CPI da Petrobras, aquela que visa buscar meios de alcançar Dilma e Lula (houve, inclusive, um deputado do PSDB  nome do dito cujo esquecemos, tamanha a sua importância  utilizou a oportunidade, usando da palavra, para levantar a ilação, nominando-os expressamente), na sessão ocorrida nesta quinta apresentou singularidades como o presidente da Câmara Eduardo Cunha ofertando-se aos pares da Comissão para apresentar explicações.

Não fora o que representam em si mesmos, deputados não perderam a oportunidade para um baba-ovo em torno do excelentíssimo presidente da Casa elevando-o aos píncaros da moralidade individual e personalizada e arauto na defesa da Democracia.

A presença, sem convocação, de Eduardo Cunha à CPI, remete às seguintes leituras deste escriba:

1. O dito cujo tem culpa no cartório. Não a tivesse dispensado estava de autoconvocar-se, levando na esteira a condição de presidente da Câmara. Tanto que – assim vemos – se fosse apenas simples deputado lá não passaria nem na porta.

2. Exercitou, assim, velada ameaça aos que possam ali pretender apurar sua possível participação no esquema de desvios promovidos pelos ladrões que ocuparam diretorias na Petrobras.

3. Ao anunciar  como presidente da Câmara  que já autorizou inteiro e integral apoio financeiro à atuação da Comissão veladamente diz que é o dono do dinheiro e é quem dá as ordens para os gastos. Inclusive, um não tão velado recado àquele deputado que pode carecer (e muitos são tão carentes!) de apoio financeiro para viagens e missões no exterior etc. etc.

4. Aproveitou a oportunidade para ameaçar, inclusive sugerindo iniciativa de lei para impedir a recondução da pessoa que ocupe a Procuradoria-Geral-da República (ironizada pelo deputado baiano Jorge Solla, quando admitiu a proposição como meio de que se evitasse no futuro posturas como as ocorridas no passado quando o titular lançava na gaveta do esquecimento apurações que pudessem atingir o presidente de plantão, no caso específico uma alusão ao engavetador-geral-da-república Geraldo Brindeiro nos áureos tempos de FHC).

5. Não deixou dúvidas de que estará sempre aberto para uma conversa.

Mais há, mas por hoje basta.

Ah!, por humildade deixou de dizer que tem uma vida de peregrino em busca do Bom Jesus da Lapa em tempos de romaria, onde há muito fez voto de pobreza.

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