terça-feira, 8 de abril de 2014

Eleições


O grande eleitor I
Em que pese dois momentos significativos da história político-administrativa recente do país somente um deles tem sido explorado em pesquisas. Ainda que a disputa de idéias se apresente polarizada entre PSDB e PT, quando referido um representante dos respectivos ‘pensamentos’ somente o ex-presidente Lula tem integrado as planilhas de pesquisas eleitorais.

As conclusões imediatas podem advir do fato de que Fernando Henrique Cardoso não recuperou a imagem que deteve em instantes de seus governos; o contrário de Luís Inácio Lula da Silva, que a mantém. 

Isso considerado uma conclusão se impõe: FHC tira votos; Lula, soma. Talvez essa a razão por que os institutos de pesquisa não põem em confronto FHC x Lula em suas enquetes.

Claro fica, escancaradamente – e vemos como de importância singular – que o guru de Aécio Neves – FHC – em nenhum momento é posto sob consulta como ocorre com Lula. O que há no ar além dos aviões de carreira: o tão alardeado governo tucano não motiva nenhum chamado tipo ‘volta, FHC’, dentro do PSDB, como ocorre com o ‘volta, Lula’ em setores do PT.

Resta – para abalar os efeitos do grande eleitor – gerar a desconfiança que interessa à oposição (a quem serve parte da imprensa): um conflito entre Dilma e Lula, instigado sempre sob o domínio de números que a ele assegurariam vitória certa. 

Jogo psicológico, teste de nervos.

O grande eleitor II
Partindo da premissa da existência de manipulação através do levantamento aventamos ontem ("Falta combinar com alguém") a circunstância efetiva do porquê da queda de Dilma em pesquisa da Datafolha, considerando o fato concreto de que nenhum dos demais candidatos postos como cabeça de chapa haverem dela se beneficiado. 

E mais: de que nela estaria embutido um claro sinal de substituição do nome de Eduardo Campos por Marina Silva, aquela que, segundo o levantamento, seria capaz de assegurar um segundo turno.

No entanto, outro dado presente na pesquisa fora omitido da divulgação (com objetivo de “agitar o mercado”): o que representa aquele Lula ‘eleitor’ no processo eleitoral. 

Tais dados foram divulgados à solerte na calada da noite, 24 horas depois, na noite de domingo, pela Folha de São Paulo, sem a visibilidade que exigia sua importância: o peso de Lula na sucessão leva-o a ordenar e a hierarquizar a definição de – compreenda o leitor o porquê de a Folha não divulgar o dado pesquisado no sábado – 60% do eleitorado. 37% ‘votariam com certeza’ no indicado por Lula. Ou seja: considerável parcela do eleitorado votará em quem Lula recomendar.

Para ampliarmos a dimensão do fato negado no primeiro instante pela Folha: 41% rejeitariam indicação de Marina Silva e 57%, a de Fernando Henrique Cardoso (somente 23% admitem sufragar uma sua indicação).

Elementar conclusão: quase o mesmo percentual que admite votar em quem for indicado por Lula (60%) rejeita indicado por FHC (57%).

O grande eleitor é fato explícito. Arrasador nas andanças de campanha pelo país e nos programas eleitorais.


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