domingo, 26 de janeiro de 2014

Alguns destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
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Da turma de Davos
Um empresário canadense, em televisivo local, exultou diante da informação de que 3,5 bilhões de pessoas vivem na pobreza, enquanto 1% de terráqueos detém 50% dela. A sua alegria reside no fato de ser “o 1%” magnífico exemplo: “É uma grande coisa, porque isso inspira todo o mundo. Faz com que as pessoas olhem para o 1% e diga – quero fazer parte desta turma – passe a trabalhar duro para chegar ao topo”. (Da BBC Brasil).

Apenas esqueceu de falar em reduzir os ganhos do 1% para distribuição (com trabalho, educação etc.) com os miseráveis que ele deseja ver “chegar ao topo”. Muito menos conhece conceitos para ‘mais valia’ e ‘lucro’.

Claro que o ilustre fala de comércio. Não de Humanidade. Justamente por não explicar: 1. Por que não oferece trabalho aos miseráveis; 2. Como um faminto terá forças para trabalhar.

O Brasil chegou antes
Enquanto os Estados respondem por nevascas, em Bruxelas, na Bélgica, os 28 membros da União Europeia iniciam processo de degelo em relação a Cuba. A partir de fevereiro iniciam conversas para efetivação de um acordo bilateral que pode já vigorar a partir de 2015. Negócios são negócios. Giram em torno de interesses.

O Brasil chegou bem antes. Desde que o visionário Lula iniciou a descoberta da África, da América Latina e do Caribe (Cuba como cabeça de ponte).

Preocupante
Empresários e banqueiros mostraram-se satisfeitos com o discurso da presidente Dilma Rousseff em Davos, na Suíça. Perante a banca disse Dilma o que eles gostaram/esperavam ouvir.

Caso não tenha falado para inglês ver – para conter arroubos do sistema financeiro na próxima campanha presidencial – quem fica com a pulga atrás da orelha é a brazucada.

Afinal, todos sabemos que o que agrada banqueiro não agrada ao povo.

Deu no Diário do Centro do Mundo
“Em 2005, o ministério público do Estado de São Paulo enviou à prefeitura 147 requerimentos de informação, em média 12 a cada mês. De janeiro a setembro do ano passado – nove meses, portanto –, os promotores do Estado trabalharam bem mais nos assuntos relacionados à prefeitura paulistana. Foram 658 requerimentos, média mensal de 73 ofícios.
Uma diferença de 608%.

Em 2005, o prefeito era José Serra, do PSDB. Em 2013, Fernando Haddad, do PT.”

Não precisa explicar o que está sobejamente explicado. E tem gente que duvida de politização no Ministério Público no Brasil.

Não fora esse raciocínio, o MP de São Paulo prevaricou no tempo de Serra.

Recado
A considerar as declarações de Joaquim Barbosa em Paris, afirmando que se sentia incomodado com a exposição alimentada pelas transmissões da TV Justiça, razão por que – disse Sua Excelência – a superexposição contamina os julgamentos da corte.

O recado é claro: como brevemente estará na pauta do STF o mensalão do PSDB preparemo-nos para proteger o tucanato.

Mais petróleo
Fernando Brito, do Tijolaço, traz a informação de que a Petrobras pretende concentrar esforços em pesquisas no campo de Carcará, que sinaliza com a possibilidade de um mega reservatório com 470 metros de espessura e que pode render 40 mil barris diários de óleo de excelente qualidade por poço perfurado.

A espessura do Carcará é cerca de 50% maior que o de Libra.

Justifica-se o interesse da Petrobras: a exploração dá a empresa 76% do obtido. O restante está dividido entre a Petrogal, portuguesa em sociedade com chineses (14%) e a Queiroz Galvão (10%).

Pode ser o pimpolho!
Registramos em postagem neste sábado 25 no http://adylsonmachado.blogspot.com que o ministro Ricardo Lewandovski concedeu a advogados de réus condenados na AP 470 acesso ao inquérito 2474 que o ministro Joaquim Barbosa escondia nos escaninhos do STF sob o condão do segredo de justiça.

A dúvida levantada em torno das razões por que Joaquim Barbosa escondeu a peça pode não se limitar tão somente à presença de Daniel Dantas e de outras figuras (tucanas, inclusive) no imbróglio, mas, talvez – e bem possível que principalmente – ao fato de que os recursos da Visanet (alegados como públicos) também irrigaram uma empresa (a Tombrasil) onde trabalhava um filho de Joaquim Barbosa.

Caso confirmado tal fato – e seja essa uma possível razão para Joaquim Barbosa ter escondido a peça – o ministro relator/acusador pode ser desnudado, ainda que não no altar em que o incensam.

Ex-homem
Famosa a expressão “ex-mulher”, como metáfora, para definir o que representa de radicalidade numa pessoa diante do que foi anteriormente. “Isso é pior do que ex-mulher”.

Pincelamos o presente rodapé a partir de um acontecido em Goiânia – que levaria Stanislaw Ponte preta a frouxos de risos e de textos, depois de confabular com Tia Zulmira – onde “Thiago virou Laura e vai assumir a Delegacia da Mulher”, como noticiado no Diário da Manhã.

Tudo normal e natural neste mundo de Deus, amparado inclusive no discurso pela tolerância do papa Francisco. Exercitando o seu direito à personalidade e ao gênero um delegado (que já foi casado e tem dois filhos) fez cirurgia para mudança de sexo, alterou seu nome civil e, amparado na nova condição/circunstância, assumirá a Delegacia da Mulher.

Na função que exercerá, em razão da competência funcional – apurar crimes contra a mulher – ficamos a imaginar como serão tratados os homens que ali respondam por agressões ao sexo frágil.

É que – a partir da expressão ‘pior que ex-mulher’ – nos fica a inovadora “pior do que ex-homem”.

Miruna
A multa de Genoíno já foi paga. Junto com ela a visibilidade alcançando Miruna, filha do ex-deputado. Que pode levá-la a ocupar vaga na Câmara dos Deputados.

Tucanato na muda
O maior vexame da Copa do Mundo está para acontecer: a transferência dos jogos que seriam realizados na ‘Arena da Baixada’, em Curitiba, no Paraná, pelo atraso – e dificuldades, quase impossibilidade – de conclusão do estádio a tempo da realização da Copa.

O fato tem ocupado o noticiário. Não se tem ouvido, no entanto, no mesmo noticiário, quem é o governador do Paraná, responsável por parte das despesas – quando nada da gestão do empreendimento.

Como posta a mensagem televisiva parece que o ônus recairá sobre o Governo Federal, quando parcela considerável da responsabilidade é do governo do Estado.

Como o noticiário das grandes redes tem natureza política entende-se porque não se fala do governo do Paraná: o governador é Beto Richa, do PSDB.

Isto dito e posto, de compreender por que o tucanato pode entrar na muda quando o tema for Copa do Mundo.

Mais tucanato paranaense
Não bastasse, a OAB-PR denunciou o uso pelo Governo de Beto Richa dos recursos depositados em contas judiciais. Ainda que autorizado para sacar depósitos em demandas tributárias, o Beto atacou com voracidade de fazer inveja ao Leão do imposto de Renda, as contas não-tributárias – inclusive alimentares – o que é vedado em lei.

No fundo o governo de lá afanou os depósitos.

Para rir
Para os que assistiram a entrevista de Luiza Trajano, da rede Magazine Luiza, ao Manhattan Connection, sabem da calça justa em que ficou Diogo Mainardi, diante dos argumentos da entrevistada, a ponto de desafiá-lo com o futuro envio de dados por e-mail que demonstrariam (o que veio a ser confirmado, quanto à inadimplência) com dados oficiais amplamente divulgados pela imprensa nacional. E que registra a “década do varejo” (últimos 10 anos, depois de 30 perdidos – segundo declara).

Para quem não assistiu, assista através de http://www.youtube.com/watch?v=oA2r3-VDhAw destacando a partir dos 4 minutos do vídeo.

Quem pariu Mateus que o embale
De Paris – sob diárias pagas por nós, na ordem de 14 mil reais – Joaquim Barbosa esculhamba (a palavra não pode ser outra) e esculacha os pares que não assinaram o que competia a ele. Caso lhe faltava tempo, deixasse para depois. Mas pretendia os louros, tanto que deixou que fosse anunciada a sua iniciativa. 

Conta outra Joaquim.

De lá clama pela existência de um STF como colegiado, mas aqui se calou quando a imprensa o incensou personalizando-o como STF. Antes trazia para si toda a responsabilidade – de acusador e de julgador, de manipulador de prova (como em relação à data da morte de Martinez, sem falar que engavetou o inquérito 2474) – maltratava e agredia quem ousasse questionar uma só alegação sua. Simplesmente personalizou o STF em si tornando-se arauto e salvador da pátria, caçador de corruptos.

Pensou que todos teriam obrigação de cumprir o que decidiu, transferindo a eles os trâmites burocráticos. Ouvir-se-ia – da imprensa cândida e encantada – que Joaquim Barbosa assinara a prisão e os ‘colegas’ cumpriram a ordem de Joaquim. Subordinação.

Por aqui é possível que a caneta usada por Barbosa estivesse suja demais a ponto de enojar os plantonistas. Que não se sentem como subordinados de Joaquim Barbosa.

E simplesmente puseram em prática o famoso ‘quem pariu Mateus que o embale”.

Endoidou
Dia desses o PSDB entrou com representação junto ao TSE contra a fala da presidente Dilma Rousseff no final de 2014. Causou espécie a inovação conceitual de considerar fala presidencial como propaganda eleitoral antecipada.

Mas não ficou nisso. Revela Gerson Camaroti em seu blog que o PSDB vai denunciar reforma ministerial como crime eleitoral. Partindo da premissa de que a informação tem procedência – de tão absurda que é – estamos vivendo a esculhambação plena da atuação junto ao Judiciário.

Das duas uma: ou o PSDB endoidou de vez (pela falta de discurso) ou conta com o Poder Judiciário para um golpe branco.

Tempos outros...
Quando nos entendemos por gente exercendo função municipal aprendemos – ouvindo do setor de finanças – que gastos com festejos eram investimentos (Carnaval, Natal, São João, Dia da Cidade). Dizia-nos, por exemplo, João Manuel Afonso, que para cada real investido retornavam quatro aos cofres públicos.

No caso local havia uma proposta privada de quase total custeio do carnaval. Assim, o município conseguiria receita sem haver investido. De certa forma, um presente, uma receita extraordinária!

O que precisa ocorrer – afirmava João Manuel – é planejamento, para que desperdícios não venham constituir redução nos ingressos.

O que parece faltar ao município de Itabuna.

... melhor para Ilhéus
Pela lógica do expressado pelo senhor Secretário de Indústria, Comércio e Turismo é melhor que o itabunense não tenha renda em Itabuna e, junto com o folião, gaste seu dinheirinho e vá gerar trabalho, impostos e renda na praieira Ilhéus.

Que agradece, comovida, à postura itabunense!

Para não faltar nada
Considerando as explicações do Secretário de Indústria e Comércio de Itabuna para “analisar” a viabilidade de evento de caráter momesco por iniciativa privada, como difundido em O Trombone, vem-nos a ironia de que não tarda a administração municipal decretar festa sem povo.

Ne me quite pas
Não sabemos a que nos emociona mais: se a interpretação de Édith Piaf ou esta de Maysa. Que ouça o leitor. Destacamos a brasileira, em vídeo, mas disponibilizamos a de Piaff em http://www.youtube.com/watch?v=slHjkszSAKs


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* Coluna publicada aos domingos em www.otrombone.com.br 


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