terça-feira, 7 de janeiro de 2014

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Futura
Artigo publicado por Fernando Henrique Cardoso em jornais no último domingo (O Globo, O Estado de São Paulo e Zero Hora) pode ser olhado como a bíblia para elaboração do programa do PSDB para as próximas eleições presidenciais. Nada de novo, para ser coerente. Como não poderia deixar de ser, no plano interno defende receitas postas em prática pelos tucanos como gestão pública e o papel do estado na economia. (Nesse particular, obviamente o Estado mínimo).

Cumpre seu papel de ideólogo vinculado aos interesses estadunidenses quando enumera o que pensa sobre a política externa brasileira. De imediato fica claro o retorno ao realinhamento automático com os EUA e a Europa, razão por que é fundamental (para ele) o ingresso do Brasil na ultra-liberal Aliança do Pacífico – comandada pelos Estados Unidos, como sabido – o que implica reduzir o espaço da China e distanciamento dos governos sul-americanos mais à esquerda, realçando o México como potência emergente (hoje em estágio lamentável depois de haver aderido ao Nafta).

De ressaltar, ainda que possa parecer proposição imediata, que a manifestação de FHC, em que pese nada inovadora, não parece possível de ser traduzida em projeto para o PSDB em 2014, que vai ocupando uma posição de coadjuvante no processo sucessório, ainda que apoiado por Eduardo Campos.

A polarização PSDB-PT – transformada em PT-PSDB nos últimos 12 anos – tende a não se manter, a ponto de analistas políticos prenunciarem um insosso terceiro lugar para Aécio Neves.

Não bastasse, o PT busca ampliar seu leque de alianças à direita, ou à centro-direita, começando por São Paulo, onde pretende liderança do agronegócio como vice na chapa de Padilha para governador. Ou seja, o PT começa a invadir território antes restrito ao PSDB.


Assim, pensamos que a mensagem de FHC visa atrair discípulos – no imediato de 2014 – como Eduardo Campos, para realização do que ele PSDB não poderá (o que significa reconhecer dificuldades concretas nas próximas presidenciais) e retomar o caminho para tentar o poder em instante mais distante – em 2018.


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