terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Caçando

Com gato
Nenhum dos sucessos resultantes das políticas de governo instauradas a partir de 2003 será objeto de atenção ou respeito no curso deste ano eleitoral por aqueles que fazem oposição e buscam ocupar o centro do poder. Certo que não veremos reações de parcela significativa da população, mas de minorias encasteladas no controle da (des)informação. Mas é da natureza do processo eleitoral: oposição é oposição; situação é situação.

Tanto que mais ouviremos críticas ao que não esteja funcionando 100%, ainda que funcione como antes não funcionava. E casos há que nem mesmo existiam. É que não cabe esclarecer, tampouco aplaudir.

A Copa do Mundo aqui sediada – por aquilo que representa o futebol no imaginário nacional – sofrerá permanentes ataques. Insistirão nos gastos “desviados” da educação e da saúde, como se os investimentos para a realização do evento não contribuam de alguma forma para gerar recursos – imediatos (o turismo da Copa, por exemplo) e mediatos (o turismo futuro despertado pelo evento) – sem falar na efetivação de obras (não só os estádios) que somente estão ocorrendo em razão do Mundial.

Singular – para esta análise – como os humores se alteram. Quando o Brasil disputava poder realizar em seu território a Copa de 2014 não faltava quem visse na proposta uma missão impossível (assim como também as Olimpíadas). As chances eram poucas. Seria um feito para países mais avançados. Ou seja, realizar uma Copa do Mundo era uma missão grandiosa, difícil – se não impossível – para o Brasil.

Conseguimos. E, apesar dos senões ora levantados se fazerem presentes desde sempre, não vimos qualquer discussão em torno deles durante as eleições de 2010.

Por que então em 2014, quando são anunciados protestos Brasil a fora justamente durante o evento? Para lembrar o ditado de que quem não tem cão caça com gato. Como não há meios de desmerecer as múltiplas ações que se encontram internalizadas no seio da população beneficiada (a mais recente tentativa, o combate ao Programa Mais Médicos) buscar-se-á, por meios transversos, atingir o governo utilizando-se da paixão nacional. Na falta de um discurso até o positivo será alvo.

Nesta contradição tupiniquim, o que antes sonhávamos (porque difícil) agora criticamos (porque conseguimos).


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