quinta-feira, 19 de junho de 2014

A outra

Copa
Há números recentes sobre a sucessão presidencial. Aguardados com expectativa dentro dos círculos da polarização que se anuncia: uma (que reúne Aécio e Campos), mais atenta ao viés de queda nas intenções de voto na candidata Dilma Rousseff; outra, em ver mantida a configuração de vitória da situação ainda no primeiro turno.

E eis que publicada a CNI-Ibope: Dilma tem 39%, Aécio 21%, Campos 10%, Pastor Everaldo 3% e Outros alcançando 6%. (Relevante que o conjunto Outros nessa pesquisa – que dificilmente soma 1% – tenha obtido 6%).

Considerando as maiores expressões – Dilma, Aécio e Eduardo Campos, nesta ordem – à luz de outras avaliações nos últimos 40 dias, temos em 03/05 o Sensus apontando 35%, 23% e 11%; em 09/05 o Datafolha trazendo 37%, 20% e 11%, o Ibope, em 10/06 cravando 35%, 22% e 13% e a CartaCapital/Vox Populi, no dia 13/06, mostrando 40%, 21% e 8%.

Dirão muitos – dos contrários à reeleição de Dilma Rousseff – que o andamento da Copa do Mundo neutralizou a percepção do eleitor na última pesquisa, tornando-o esquecido das eleições porque ofuscado pelo brilho do mundial da FIFA. 

Por outro lado, há os que tendam a uma leitura mais fria por enxergarem o momento sob outro prisma: pode a promovida queda de intenções de voto em Dilma haver sofrido uma estancada. Ou seja, atingido o limite e simplesmente se exaurido.

Tudo porque, nem mesmo o bombardeio diário em relação a Dilma Rousseff  realçando baixos índices de aprovação de seu governo, inflação descontrolada, país em derrocada na economia etc.  impede que tenha ela pelo menos o mesmo número de votos de todos os demais candidatos reunidos.

Certamente tal fato – parar de cair – estranha. Alguma coisa não está a contento, para quem pretende vencer a eleição presidencial de 2014 combatendo nas hostes da oposição e vê sua estratégia começando a capengar. 

Para os que elegeram o "não vai ter Copa" como instrumento político-eleitoral nenhum fato novo justifica a quebra da 'rotina' de queda nas intenções de voto na Presidente exibida nos últimos meses. 

Até porque, se utilizada como argumento – ainda que em andamento – foi a abertura da própria Copa que gerou uma degradante imagem que poderia fazer mais reduzir a intenção de votos em Dilma: as vaias e xingamentos no Itaquerão.

No entanto, pode estar ocorrendo a lógica: o estoque de críticas e fatos contra a presidente Dilma Roussef perde força, não mais se sustenta. Espremeram tudo, e nada! Esgotado o repertório.

Ainda que a exposição dos candidatos da oposição tenha sido elevada ao cubo não produziu resultados além do sofrível. Nenhuma ‘coisa do outro mundo’. A espontânea reflete isso: Dilma tem 25% na recente CNI-Ibope, onde Aécio 11% e Campos 4%.

Para quem a imaginava como um apoio à campanha da oposição agora se vê diante de outra percepção: a Copa tende mais a favorecer Dilma, ainda que a seleção não conquiste o título. 

Isso em razão de algo fácil de ser compreendido pelo eleitor: isolado o futebol da eleição dele restará somente o  que tenha sido positivo para o Brasil. E qualquer fato positivo relacionado à realização da Copa no Brasil será tributado à Presidente, que veementemente a defendia enquanto a oposição criticava sua realização.

Certo que a outra Copa começa, assim que terminada a da FIFA. Com o início da campanha e do horário eleitoral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário