domingo, 29 de junho de 2014

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Destaque
A ONU reconheceu, em premiação que ocorreu entre 23 e 26 de junho em Seul, na Coreia do Sul, três projetos brasileiros – um do Governo Federal e dois estaduais, de Pernambuco e Rio Grande do Sul – como inovadores no combate à pobreza e na promoção do desenvolvimento sustentável. (Da ONU Brasil – http://www.onu.org.br/tres-iniciativas-brasileiras-vencem-premio-global-da-onu-de-servico-publico/).

O Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, do Governo Federal, foi agraciado pela iniciativa do ‘Fórum Interconselhos’, que estimula a população a participar no monitoramento dos Planos Plurianuais (PPA), o que permitiu, no último PPA, uma participação social que apresentou 629 contribuições, das quais 77% foram acolhidas integralmente.

A finalidade do ‘Fórum Interconselhos’ é reunir-se periodicamente para avaliar o cumprimento de metas e objetivos fixados no PPA. Ou seja, a sociedade participa e fiscaliza o poder público em suas ações de investimentos (o que está contido no PPA).

Destacamos a premiação em razão da oportunidade: enquanto a ONU premia a iniciativa brasileira que envolve a sociedade civil organizada (conselhos, associações etc.) na atuação direta junto ao Governo em suas ações administrativas levantam-se alguns políticos e a imprensa que lhes está a serviço contra um decreto deste mesmo Governo que regulamenta esta participação popular.

Para nós, quem não gosta de  ou não quer povo fiscalizando  tem alguma coisa a esconder. 

'Churumelas'
A campanha ora encetada contra a Petrobras (mais uma) sustenta que a empresa estaria admitindo mais espaço para exploração de petróleo sem ouvir o Conselho de Administração.

Em jogo – em benefício da Petrobras e do país – pelo menos 20 bilhões de barris de petróleo. Que ficam aqui. E não serão entregues à turma de fora.

O ultramegacampo de Búzios, objeto da autorização do Conselho Nacional de Política Energética, pode alcançar o dobro das reservas de petróleo de Libra. Ou seja, o Governo autoriza a Petrobras a explorar o maior campo de petróleo do século, que pode superar (só ele) as reservas da Líbia.

Os daqui que defendem a turma de fora estão p. da vida. Por isso são contra o sistema de partilha. Que assegura recursos para o país a serem obrigatoriamente aplicados em educação e saúde. No caso específico, Búzios gerará dinheiro também para a brasileira Petrobras.

Como não podem mais combater a lei da partilha, já em vigor, criam o factóide do contrato.

Que será naturalmente apreciado pelo Conselho. Afinal, o Conselho não pode analisar o que não lhe chegou às mãos. 

O que houve – e evitam dizer, daí chamarmos a má-fé de factóide – é que tão somente houve, até agora, a aprovação do Conselho Nacional de Política Energética de uma resolução que autoriza a contratação da Petrobras, pela União, para explorar o campo, em determinadas condições.

Se o Conselho da Petrobras quiser – se for louco – recusa o contrato.

A alegação de que a Petrobras terá de desembolsar R$ 18 bilhões, antecipadamente, levou à queda no valor de ações da empresa, dentro da manipulação na bolsa. (Afinal, força-se a queda para comprar barato, depois vende-se caro; volta-se a forçar uma queda, para comprar barato... e assim o ciclo da especulação financeira se alimenta).

As reservas de Búzios podem alcançar 25% a mais que as do campo de Libra, o que pode levar, com a recuperação, uma estimativa de 10 a 14 bilhões de barris na bacia. Que representam, a preços de hoje, 112 dólares o barril, entre 11,2 a 15,7 trilhões de dólares ao longo de 30 anos de produção!

Bilhões de reais ficam no Brasil, para investimentos em saúde e educação. Eis a razão das 'churumelas' dos que só enxergam futuro lá fora. A serviço dos de fora.

A culpa é dos outros!
Em relação ao jornalismo pessimista sobre a Copa no Brasil, matéria no Jornal Nacional de quinta 26, beirou o cinismo descarado. Todo um texto atribuiu à imprensa estrangeira a iniciativa e o emblematismo do “não vai ter Copa”.

Pode estar imaginando que o telespectador é idiota. Somente assim pode editar o que editou depois de ser uma das líderes da fracassomania alimentada há meses.

De nossa parte preferimos ficar com o cinismo descarado.

Clique na imagem para assistir

Prevenção
Três horas diárias em frente a TV pode antecipar a morte. É a conclusão de um estudo publicado no Jornal da Associação Americana do Coração, que acompanhou por mais de 8 anos cerca de 13 mil pessoas de idades diferentes. O estudo pretendia confirmar – o que parece haver confirmado – a existência de vínculo entre a morte precoce e o tempo passado diante da TV.

Prevenção recomendada pela coluna: caso não possa eliminá-lo reduza o hábito, especialmente em relação a programas como o do Faustão, do Datena e assemelhados, noticiários televisivos como o Jornal do SBT com Sherazade, o Jornal Nacional e quejandos, transmissões futebolísticas a Galvão Bueno.

Viva um pouco mais suprimindo o estresse e a hipertensão. Compense o tempo afastado da TV com uma boa caminhada.

Necrológio político
O anúncio de que, aos 84 anos, pretende não mais se candidatar leva o senador José Sarney a exigir de observadores uma biografia, como sói ocorrer quando finda uma existência. No caso específico, uma biografia política. Ou, como dirão alguns, um necrológio político se observamos o senador pelo Acre como o último donatário de uma capitania chamada Maranhão, de onde surgiu para a Assembleia, sob as mãos de Vitorino Freire, no início dos anos 50.

Há em Sarney o político e o escritor. No entanto é o político que o destaca, justamente pela longevidade rara, construída a partir do estado natal e assegurada no plano individual ao constituir um feudo no Amapá recém tornado estado, assim que deixa a presidência da República, assumida na esteira da morte de Tancredo Neves.

Não sabemos se a Teoria da Evolução se aplica à política brasileira. Tampouco se o darwinismo repercutirá nas futuras gerações de políticos, alimentada em vícios como os que Sarney contribuiu para sedimentar.

Compensação
Pedro Simon já afirmara que não concorreria a mais 8 anos no senado. Agora afirma-o José Sarney (84 anos).

Há quem diga que é compensação.

Maniqueísmo
A postura do sistema Globo, exposto em editorial, condenando o ministro Gilberto Carvalho de haver recebido blogueiros no Palácio do Planalto para uma conversa aberta (fato que o presidente Barack Obama pratica na Casa Branca) demonstra quão maniqueísta é a visão de nossa imprensa – entendida aí aquela que controla a informação no Brasil.

Chega a manifestar a indignação por ‘blogueiros’ receberem recursos do Governo federal. Como se o sistema Globo (e quejandos outros) não sobrevivessem de recursos públicos, seja em emissora de rádio sob seu controle, na televisão, revistas ou mesmo imprimindo/vendendo livros para o Governo.

Detalhe muito especial: a Globo recebe dinheiro público e ainda não paga os impostos que deve.

O mea culpa que não haverá
Vai se tornando uma constante o mea culpa dos que trabalharam (há quem ainda trabalhe) contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. Incentivados por uma mídia que não corresponde aos anseios de nossa gente – porque representante de uma parcela da sociedade que dispensa o país em favor do estrangeiro – vimos nos últimos meses a detração de nossa gente e de tudo de bom que somos e poderíamos ser e fazer durante o evento.

Uma campanha sórdida alimentou até mesmo a imprensa estrangeira a ponto de manchetes sensacionalistas plantarem o caos para existir durante a realização da Copa. 

Não faltaram reações absurdas (com resultados concretos) como das embaixadas dos EUA e da Inglaterra recomendando aos seus cidadãos não se destinarem ao Brasil.

Hoje – no bojo de arrependimentos – sabe-se que, só com o turismo que não acreditou nos apocalípticos, estão sendo deixados no país cerca de 7 bilhões na economia em decorrência dos cerca de 600 mil que vieram (encantados/deslumbrados) nos visitar e fazer a festa que estão fazendo.

Estes 600 mil poderiam ser bem mais, se considerarmos que a campanha sórdida desenvolvida tenha influenciado alguns milhares. Muitos devem estar arrependidos lá fora por terem acreditado/confiado no que disseram alguns jornais ou recomendaram Estados Unidos e Inglaterra. Quando nada, perderam a singular hospitalidade brasileira.

O jornalismo nacional perdeu. E perdeu feio! Tanto que no imediato da festa iniciou seu mea culpa. Em meio ao mea culpa dos que lutaram com unhas e dentes nas hostes do ‘não vai ter Copa’ não haverá arrependimento que recupere o prejuízo causado.

A seleção pode não chegar a vencer, mas os verdadeiros desclassificados já estão na galeria. Desde o jogo com o Chile.

Só não há como ressarcir a economia brasileira pelos prejuízos causados pela turma do "não vai ter Copa".

Não vai ter Olimpíadas
Mal terminou a Copa do Mundo no Brasil – que desmentiu a imprensa pessimista por conveniência político-eleitoral – e já começou o “não vai ter Olimpíadas”.

A Folha de São Paulo já deu o primeiro passo com Olimpíada tem atraso e aumento de preço em obras, diz TCU












PNE e PONATEC
O novo Plano Nacional de Educação para a próxima década está aprovado. Na esteira o PRONATEC oferecerá mais de 12 milhões de vagas em 220 cursos técnicos a partir de 2015. A meta para 2014 é de oferta de 8 milhões, que já contabiliza 7,4  (da Agência Brasil).

Imagine o leitor se isso aconteceria antes de serem criadas cerca de três centenas de escolas técnicas!

Copa do Mundo 
Que não vejamos mais aquela “pátria de chuteiras”, expressão cunhada por Nelson Rodrigues para a seleção brasileira. Afinal, difícil manter uma paixão em sua dimensão plena se você somente reconhece os jogadores da seleção porque os vê quando acompanha os torneios e campeonatos europeus. 

De não viver a atual geração em seus clubes de coração no Brasil ficamos um tanto à margem.

Ainda assim há euforia.

Seleção I
Pouco a dizer, como pouco a esperar. Depois do jogo com o Chile ficamos naquela de não acreditar no que assistimos.

Para quem acompanhou a Copa das Confederações e viu o time encontrar-se em conjunto a ponto de acuar a campeã mundial Espanha na final não pode admitir que no quarto encontro desta Copa a seleção esteja tão desencontrada.

Seleção II
Por aquilo que (não)jogou contra o Chile  esperamos que o futuro nos faça calar/penitenciar  a seleção chegou longe demais.

É que os números, favoráveis ao Brasil (em determinado instante o Chile começou a jogar pelos pênaltis e entregou os pontos na prorrogação) não bastam para tanto sofrimento.

Seleção III
O gol de Hulk pareceu-nos legítimo.

Seleção IV
Na Copa de 2002  quando técnico o mesmo Felipe Scolari  também o time não se encontrava até ajustar a ocupação de todos os espaços já nas oitavas.

De lá para cá tivemos a Copa das Confederações e um ano todo para treinar.

Seleção V
Um time que depende em muito de Neymar não está conseguindo deixá-lo jogar. Ou permite que a defesa adversária não o deixe fazer o que sabe, porque isolado.

Seleção VI
Certamente precisaremos admitir que – do jeito que estamos jogando  dependemos da sorte. 

E, o que é mais racional, jogamos – técnica e taticamente  como joga o atual futebol brasileiro.

Distinção
Há que distinguir-se a Copa do Mundo no Brasil da seleção brasileira na Copa. A primeira, um sucesso; a segunda, estamos acompanhando, com o SAMU para nos atender.

Deu em O Globo:
"A Copa de futebol no Brasil, 15 dias após seus início, já é um sucesso nas Redes Sociais do mundo inteiro. Os dados oficiais do Twitter mostram que a Copa gerou 160 milhões de tweets, 10 milhões a mais que o de toda as Olimpíadas de Londres. O jogo de abertura entre Brasil e Croácia foi o campeão da primeira fase, com 12,2 milhões de Tweets durante a transmissão da partida."

Copa
Fechamos a coluna assim que terminado o tempo regulamentar de Costa Rica e Grécia. Empatado.

Ficamos a imaginar se o pênalti a favor da Costa Rica tivesse sido assinalado. 

Assim como imaginamos se as substituições feitas pelo técnico da México não refletissem amadorismo, tão cedo que ocorreram.

Injeção de ânimo
Tudo que hoje escrevemos sobre a seleção brasileira pode ser invertido mais adiante. Caso retomemos um padrão de jogo digno deste nome e do que vem sendo apresentado nesta Copa.

Ofertamos, como apoio, "A taça do mundo é nossa" (Maugeri Neto-Maugeri Sobrinho-Lauro Muller-Victor Dagô), interpretada pela Orquestra e Coro da RGE e ilustrado pela Copa do Mundo na Suécia, em 1958, gravada naquele ano.

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