quinta-feira, 17 de julho de 2014

Tempo houve

De castiço proceder
Longe vão os tempos em que algumas coisas permaneciam no estado em que existiam. Na política partidária, por exemplo, figuras ficavam marcadas como referência às agremiações a que pertenciam. Ulisses Guimarães, Leonel Brizola, Carlos Lacerda, Bilac Pinto, Juscelino Kubitschek ao serem lembrados o eram como expressão dos partidos a que integravam.

Época em que a posição e a afinidade idealístico-ideológica faziam prevalecer a integridade moral e o respeito do político. Quando a defesa das ideias delimitavam a identidade pautadas na coerência de princípios.

Nas últimas décadas muito mudou. O aumento vertiginoso de agremiações políticas não encerra em si a pluralidade ou conflito de ideias ou a defesa de princípios. Mas o abrigo para quem não consegue conviver com as disputas internas, sustentadas em qualquer democracia no respeito da minoria às decisões da maioria.

Mais grave ainda: uma caixinha financeira sustenta as agremiações não só para a sua manutenção, mas para alimentar negócios político-materiais assegurando espaço no processo eleitoral e nas administrações vitoriosas àqueles que comandam partidos.

Todo o dito exigiria maior reflexão para encontrar um ponto de fusão em relação ao porquê de acontecer. Mas não é este o espaço para tal 'tratado'.

Lemos na rede que um político que administra município na região acaba de apoiar  de mala e cuia  a oposição, ainda que tenha sido ele eleito pelo partido que encabeça a situação. 

Para alguns, escândalo. (Não esquecer que o inverso também acontece). Para outros, ausência de postura e dignidade no trato da palavra dada ao partido que o acolheu e o tornou vitorioso.

O PT, partido do migrante, se dirá - ou se fará de  vítima. Que tenha lá suas razões. Afinal há razões e explicação para tudo.

A circunstância de o partido ser o PT é que nos chama a atenção. Em razão de sua origem e de como se portou durante os primeiros anos de existência. Do caderno de exigências para que aceitasse um pretendente a filiado.

Nestes recentes anos, onde nem uma década se completou, aqui na Bahia, por exemplo, assistimos  e não precisamos buscar outros rincões do estado para alimentar a amostragem estatística  ao desenfreado livro petista aberto às filiações. Ainda que o neófito não fosse lá essas coisas e que seu currículo não contivesse outra coisa a não ser ladroagem.

Definitivamente houve tempo de castiço proceder na política. O que não mais é exigido hoje. 

Fica, pois, dispensado o choro e a reclamação quando todos mais próximos estão da "casa de mãe joana".

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