À Barata brasileira
Registro histórico para ilustrar descaso em relação à miséria do povo a resposta atribuída a Maria Antonieta quando informada de que a massa não dispunha de pão: "Que comam brioche" - teria dito aquela que ainda mantinha a cabeça sobre o pescoço.
Luis XVI e a consorte Maria Antonieta são a expressão histórica do Absolutismo Monárquico. E o estertor dele. A França da época tinha o Terceiro Estado (banqueiros, empresários e financistas, comerciantes, artesãos, professores, profissionais liberais, aprendizes, empregados, massa rural etc.) sustentando a nobreza, o Clero e a ostentação de Versalhes. Deu no que deu.
Claro que os tempos são outros, no que diga respeito à busca de soluções através de guilhotinas e outros instrumentos de eliminação de desigualdades sociais. Falta Iluminismo, falta Pensadores. Como falta a Razão para orientar a Revolução.
As mazelas, no entanto, permanecem como nos tempos de antanho. Porque as elites não mudam. Varia a forma do deboche.
Assim vemos o casamento de familiar originado de uma nobreza, não de sangue, mas "de toga" - aquela adquirida à custa do dinheiro - nos moldes existentes na França do século XVIII e aqui desenvolvida à profusão desde que D. João VI aportou e precisou fazer dinheiro para corresponder às despesas da Corte.
Os brasões da família Barata, encastelada no controle de empresas de ônibus, têm força para levar à cerimônia um ministro do Supremo Tribunal Federal, como padrinho de casamento. O mesmo ministro - de nome Gilmar Mendes - que já relatou processo no STF de interesse do "Barão" da família Barata.
De Maria Antonieta à Barata brasileira tudo na mesma. Lá, a plebe pedindo pão; aqui, pedindo redução da tarifa de ônibus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário