Poderíamos até afirmar que são contra o criador. Afinal, o sistema Globo de comunicação (jornal, rádios, revistas, televisão etc.) constitui-se força tão poderosa que assume foros de "criador" quando manipula informação e formula conceitos que distribui para absorção pela sociedade. Seu padrão televisivo é tal - e a força dele decorrente - que não pode ser negada a sua capacidade de influenciar concretamente a opinião pública através do que se denomina de "opinião publicada" montada por sua linha editorial.
No embalo das manifestações de rua iniciadas em junho a TV Globo, mais especificamente (como a expressão mais visível do sistema), passou a ser alvo de campanhas, iniciadas com apupos, vaias e interferência até na atuação de seus profissionais (a ponto de levá-los a esconder o logotipo da organização) e ora enfrenta uma mobilização contrária à sua atuação e aos seus métodos e artifícios que vai ganhando as ruas.
Na esteira de mobilizações anunciadas para o próximo de 11, a partir das 17 horas, aquelas direcionadas à Globo no Rio, em São Paulo, Aracaju, Porto Alegre e Belém.
Divulgados na rede alguns motivos que justificam os protestos:
MONOPÓLIO
O cenário na televisão brasileira é de quase monopólio. Na TV aberta, a Globo controla 73% das verbas publicitárias, embora tenha 43% da audiência. A Globosat participa de 38 canais de TV por assinatura e tem poder de veto na definição dos canais da NET e da SKY, que juntas controlam 80% do mercado. No Rio de Janeiro, o grupo controla os principais jornais, TVs e rádios, situação que seria proibida nos Estados Unidos e em vários países da Europa, onde há regulação democrática da mídia.
#OcupeaMidia
CORRUPÇÃO
A corrupção é marca da Globo desde a fundação. Seu crescimento na década de 60 se deu a partir de um acordo técnico ilegal com o grupo Time-Life, que mereceu uma CPI, mas foi abafado. Recentemente, veio à tona uma operação fraudulenta da empresa para sonegar impostos na compra dos direitos de exibição da Copa do Mundo de 2002. Além disso, a empresa vende espaços editoriais para divulgação de filmes e artistas, numa verdadeira grilagem eletrônica que a faz absorver recursos incentivados do cinema nacional.
MANIPULAÇÃO
A emissora opera como um partido político, direcionando o noticiário jornalístico a partir de suas opiniões conservadoras (seu ‘programa político’) e buscando definir a agenda pública a partir de entrevistados que têm visões alinhadas. A mudança na abordagem dos protestos simboliza bem a transição entre a deslegitimação e a tentativa de cooptação a partir de sua própria pauta. Momentos grosseiros de manipulação, como o das diretas já ou a eleição de Collor, ainda existem, mas perdem espaço para uma manipulação mais sutil, sofisticada e cotidiana.
PROMISCUIDADE POLÍTICA
Várias das afiliadas da Globo pelo Brasil são controladas por políticos de direita envolvidos em inúmeros escândalos. A família Sarney controla a TV Mirante (GLOBO) no Maranhão e Fernando Collor controla a Gazeta (GLOBO) em Alagoas. A Globo construiu seu império a partir da relação promíscua com o regime militar, que lhe garantiu o acesso a toda a estrutura da Telebrás e a expansão nacional do seu sinal.
#GloboSemBigode
#GloboSemCollor
Várias das afiliadas da Globo pelo Brasil são controladas por políticos de direita envolvidos em inúmeros escândalos. A família Sarney controla a TV Mirante (GLOBO) no Maranhão e Fernando Collor controla a Gazeta (GLOBO) em Alagoas. A Globo construiu seu império a partir da relação promíscua com o regime militar, que lhe garantiu o acesso a toda a estrutura da Telebrás e a expansão nacional do seu sinal.
#GloboSemBigode
#GloboSemCollor
A Bahia no contexto
Neste aspecto, citados estão poucos estados. Na Bahia, por exemplo, as afiliadas estão vinculadas ao carlismo. Nunca esquecer que, enquanto Ministro das Comunicações no governo Sarney ACM distribuiu por aqui 96 concessões de rádio e seis de televisão (todas afiliadas à Globo, as de TV) sem falar na tomada do sinal da platinada da TV Aratu (que o transmitia há 18 anos) para a TV Bahia da parentada, escândalo relatado por Mário Garnero em livro ("Jogo Duro") e amplamente esclarecido por João Carlos Teixeira Gomes em "Memórias das Trevas".
Transite o leitor por qualquer concessão de rádio na região a partir dessa época e verá nela o dedo de ACM.
Uma relação de promiscuidade aconteceu nas relações entre ACM ministro e a Globo.
Uma promiscuidade que tende a ser reconhecida em outros estados da federação, basta que tomemos como paradigma a Bahia e o Maranhão.
Não sabemos até onde irão as mobilizações contra a Globo. Mas uma coisa aconteceu: a imagem da Vênus Platinada não mais será a mesma.
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