DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
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Paladinos da moralidade
As denúncias, fartamente
documentadas, trazidas pela revista IstoÉ, sobre o propinoduto desenvolvido e
mantido pelos governos tucanos de São Paulo durante 20 anos, levantam apenas
uma indagação: por que as apurações não chegam aos tribunais?
Pelo menos 50 milhões de
dólares (de DÓLARES), do excedente de preços superfaturados, retirados da
educação e saúde de São Paulo, alimentaram próceres e campanhas tucanas no
período.
Não custa o leitor (re)ler A
Privataria Tucana, de Amaury Jr. Ou acompanhar o resumo do caso paulista em http://www.conversaafiada.com.br/politica/2013/07/20/istoe-tucanos-de-sp-construiram-num-propinoduto/
para conhecer o íntimo hipócrita de alguns paladinos da moralidade incrustados
na oposição.
Vídeo montado contra a Globo
O sistema Globo, por seu
rótulo mais visível, tornou-se alvo predileto de campanhas pela democratização
dos meios de comunicação. Briga pra
cachorro grande – dirão muitos. A internet tem sido o espaço para a
campanha e se utiliza de todos os meios para lembrar o passado da platinada.
Mas, não deixa de ser
interessante relembrarmos de fatos que estavam esquecidos, em que pese sua
importância, como o direito de resposta de Leonel Brizola, por determinação
judicial, “declamado” por Cid Moreira em pleno Jornal Nacional, feito inserir
na montagem inserida em
A favor de revoluções e golpes
A psicologia cognitiva o
denomina de viés de confirmação
(confirmation bias), que ocorre quando as pessoas só são sensibilizadas por
informações que pareçam confirmar suas crenças ou hipóteses, ignorando qualquer
evidência em sentido contrário.
Nossa mídia o utiliza à
exaustão.
A propósito dele, nossa
postagem “Confirmando o que interessa”, na quinta 18.
Trabalho intelectual ou prestação de serviços
Na premiação de Fernando
Henrique Cardoso, pelo Congresso dos Estados Unidos, em 2012, podemos enxergar,
sem qualquer maniqueísmo, uma relação com a espionagem estadunidense denunciada
recentemente. O Brasil, a partir de 1998, ficou a mercê de controles externos
no que diz respeito à segurança de seus meios de comunicação. Não são somente
os particulares bisbilhotados, mas – e aí em jogo interesses de Estado – o
próprio país, que hoje não dispõe de um mísero satélite sob seu controle, uma
vez que transferidos com a privatização da Embratel.
O Senado pretende abrir uma
CPI para investigar a espionagem estrangeira. É caso de Segurança Nacional. Não
sabemos se convocará FHC para explicar o porquê de a privatização/entrega das
comunicações haver incluído nossos satélites.
É caso para convocar e,
havendo recusa, conduzir debaixo de vara
o ex-presidente.
Não sabemos se a premiação a FHC o foi por méritos do trabalho intelectual ou por prestação de
serviços.
Negócio
O Ministério Público de São
Paulo dispõe de informações sobre o “suposto” esquema de corrupção envolvendo
policiais do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc) de
Campinas em crime de extorsão a traficantes, o que pode ter rendido, apenas em
um ano, o equivalente a 2 milhões de reais à quadrilha.
Afastado o “caso de polícia”
em que está envolvida a própria polícia (apenas em uma cidade desta “terra de
São Saruê”) podemos afirmar que o tráfico de drogas se tornou um grande
negócio. Também para a polícia, observada esta no comportamento de alguns de
seus integrantes.
Razão
Sob esse viés não é difícil
concluir onde está a dificuldade para reduzir a tragédia do consumo de drogas a
patamares mais toleráveis. Reside justamente em “reduzir” os ganhos obtidos por
personalidades centrais: inicialmente, a indústria da droga e os traficantes;
e, agora, aqueles aos quais caberia a defesa da sociedade, uma vez que agentes
do Estado ganhando para tal mister.
A sabedoria do povo bem
reflete a situação: se qualquer um de nós sabe onde estão as bocas por que elas existem?
Campinas, caro leitor, é o
Brasil.
Espírito de corpo
Médicos espanhóis desejam
trabalhar no Brasil (Estadão). Médicos suíços estagiam em Cuba (do
swissinfo.ch).
Para os espanhóis a remuneração
oferecida supera a média do que ganham na Espanha; para os suíços ‘faltam
recursos’ materiais em Cuba (afinal, o boicote sobre o país já supera 50 anos)
mas “sobra atenção”.
No Brasil, ainda que faltem
recursos, mais falta-nos “atenção”.
Argumento estúpido
Certos estão os profissionais
da Medicina praticada no Brasil – assim o afirmamos, para melhor compreensão – em
se posicionarem contra as recentes iniciativas do Governo Federal, centradas na
‘importação’ de profissionais de outros países e determinação, a partir de
2015, de que os estudantes em final de cursos, gradua(n)dos pois, exercitem a
atividade junto a comunidades deles carentes.
Para ditas lideranças, de
classe e de pensamento, faltam no Brasil recursos suficientes, tanto que sem
equipamentos etc. não teria o
profissional como trabalhar, este o argumento mais utilizado.
Leia-se por equipamentos os
recursos tecnológicos auxiliares como laboratórios etc. tudo aquilo que
alimenta a denominada “medicina de grupo”. Sob seu primado um médico (no Brasil,
assim parece) somente o é, ou era, se pedir uma bateria de exames para concluir
aquilo que sabe de antemão na maioria dos casos (ou tem obrigação de saber).
Sob esse viés lhes sobra
razão.
A razão se esvai, no entanto,
em não compreender que em muitos rincões não há um só médico para alimentar a
autoestima do miserável em ser atendido, o que pode curá-lo, em certos casos,
até pela fé e pelo placebo.
Registramos, então, a
indagação: que mal fará à população colocar mais médicos à sua disposição?
Por outro lado, considerando a
cobrança por mais recursos – no Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde,
foram gastos, em 2011, 477 dólares per capita enquanto na Argentina 869,4, no
Uruguai 817,8 sem irmos ao Reino Unido com seus 2,477 – resolve a transferência
pura e simples de dinheiro para ser roubado descaradamente em aquisições de
medicamentos que não chegam (a não ser nas notas fiscais “frias”) ou
superfaturamento de laboratórios, adicionando serviços que não foram
realizados, para não falar em tratamentos de média e alta complexidade
“criados”?
O assunto é por demais
complexo. Assim como a solução. Que poderia se iniciar com a disponibilização
de mais médicos para a população.
Tornaria o argumento da classe
médica menos estúpido e abriria espaço para a sociedade discutir mais
aprofundadamente a utilização dos recursos disponíveis para a saúde.
Sugestão
A resistência à vinda de
médicos estrangeiros, diante da carência de profissionais em vários locais do
Brasil, nos remete a uma contradição, vivenciada pelas populações carentes: o
médico lá não vai porque alega falta de recursos e incentivos e o curandeiro
não pode exercitar suas mezinhas porque não tem curso de medicina.
O carente ou morre por falta
de médico ou na mão do curandeiro (se consideramos o conceito que sobre ele faz
a Ciência).
Considerando que no lombo do
carente só pancada, que se lhe dê a oportunidade de pelo menos escolher como
morrer/viver.
Razão por que de nossa
sugestão: ou vão os médicos ou os senhores médicos liberem o charlatão.
Homenagem
A AGRAL e a ACATE realizaram,
na sexta 26, evento comemorativo aos 30 anos de teatro da atriz Eva Lima,
levando ao Teatro Sala Zélia Lessa uma centena de amantes das artes para ouvir
música e poesia, onde destacada a audição do coral Cantores de Orfeu.
Na oportunidade, onde presente
Monsenhor Moisés, foi anunciada para agosto a reinauguração do órgão de tubos
da Catedral de São José.
Música
A crítica em torno da
qualidade da música ouvida pela geração atual, onde algumas expressões nos
permitimos não declinar por considerá-las obscenas – seja-o em nível de letra,
de arquitetura e de harmonia – está diretamente vinculada à formação do código
apriorístico (aquele que nos permite deduzir em torno do que ouvimos a partir
do que conhecemos e a recusar o que nos seja estranho), alimentado na
mediocridade transformada em mercadoria de consumo por quem a divulga em
emissoras de rádio e televisão.
A denominada “boa música” para
quem ouve o é ainda que erudita (muitas vezes apresentada como se fosse coisa
estranha ao povo) o que afasta a mediocridade de integrar dito panteão, basta
ouvir o que nos seja possível.
Dentre o que de melhor há, por
demais conhecida, “Bolero”, de Maurice Ravel, aqui ofertada em vídeo com guia
de audição, permitindo acompanhar o que está acontecendo – instrumento(s) a
instrumento(s) – no curso da execução, aproveitado da apresentação da
Filarmônica de Berlim regida pelo argentino Daniel Barenboim.
http://www.youtube.com/results?search_query=MAurice+Ravel%3A+Bolero.+Con+guia+de+audici%C3%B3n&oq=MAurice+Ravel%3A+Bolero.+Con+guia+de+audici%C3%B3n&gs_l=youtube.12...45977.78282.0.81064.48.48.0.0.0.0.239.6568.21j2j25.48.0...0.0...1ac.1.11.youtube.Yz95TrjRiRU
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* Coluna publicada aos domingos em www.otrombone.com.br
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* Coluna publicada aos domingos em www.otrombone.com.br
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