De ópera bufa
A TV Cultura foi-nos referencia há anos. Tornou-se no curso do domínio tucano um arremedo, limitado a cumprir o desiderato de exemplar neoliberal, a cada dia mais enxugando, de servidores a produções. Alimentando um declínio que a levará, para gáudio da espécie, à gloriosa privatização, tanta a escassez de ideias, de gestão e de coerência aos princípios que nortearam a sua origem nos idos de 1986. Só lhe resta de qualidade o traço de Paulo Caruso.
O programa Roda Viva estava dentre as grandes expressões da TV pública paulista. Para não fugir ao destino dado à emissora tornou-se o melhor exemplo da decadência, perdendo a referência de melhor programa de entrevistas com expressões da intelectualidade em todos os níveis. Mais recentemente é o programa do PSDB, por excelência. Perde credibilidade a cada dia.
Os dois últimos entrevistados foram José Serra e Fernando Henrique Cardoso. (Cardoso ainda teria a seu favor haver-se tornado membro da Academia Brasileira de Letras, o que hoje não é lá grande referência, depois que Merval Pereira ingressou na confraria).
Mas o que doeu ontem - de fazer chorar os que sintonizavam a TV Cultura - foi a babação. A ponto de uma das presentes promover referências a Fernando Henrique a partir de Joaquim Nabuco. Justamente para comparativamente vê-los a ambos como Estadistas da República.
Naturalmente FHC, humildemente, disse ser Joaquim Nabuco maior que ele.
Fecha o pano da ópera bufa.
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