quinta-feira, 4 de julho de 2013

Wagner

Tem razão
Em entrevista concedida ao Pimenta o governador Jacques Wagner, respondendendo a questões em torno das repercussões político-eleitorais decorrentes de pesquisas recentes que apontam queda das intenções de voto para a presidente Dilma Rousseff, apontou para a possibilidade de "conclusões precipitadas" a partir delas. 

Afastado dos limites postos acima, e aprofundando em informações apresentadas pelo Tijolaço, temos que Wagner está coberto de razões. Não há como descurar a queda de intenções de votos, mormente em instante de típica campanha midiática contra políticos e governantes a partir da grita das ruas. A maior mandatária do país não pode fugir dessa realidade.

No entanto, o que poucos observaram - e o fez o Tijolaço a partir de comparação entre a base da amostragem do Datafolha e aquela disponibilizada pelo TSE (dados de 2010) em relação à composição do eleitorado brasileiro - é a redução da base eleitoral de Dilma, quando à escolaridade e à renda, na pesquisa. "A distribuição do eleitorado usado na pesquisa é totalmente diferente da distribuição do eleitorado  brasileiro segundo os dados oficiais do Tribunal Ssiperior Eleiroral."

Há a desconfiança, a partir das análises, de que o Datafolha manipulou a base amostral, dela retirando considerável percentual de entrevistados que cursam até o ensino fundamental (o que repercute também na renda), fazendo-o cair de 51,9% (TSE) para 38,4% (Datafolha) e ampliando entrevistados que cursam o ensino médio, de 34,7% (TSE) para 42,0% (Datafolha), o que também ocorreu com aqueles de até o ensino superior, que saem de 7,8% (TSE) para 19,6% (Datafolha). 

Ou seja, reduz em 26,0% a amostragem de maior amplitude na pirâmide social, que alcança os que cursaram "até o fundamental", elevando-a em torno de 18% para os que cursam "até o ensino médio" e mais que dobrando para os que cursam "até o ensino superior".

Considerando que o eleitorado de Dilma Rousseff mais está entre os que ganham menos e cursam até o ensino fundamental, os dados não correspondem à realidade, quando tomada a amostragem do Datafolha.

Não pode ser ignorado um fato: qualquer pesquisa que diga respeito a eleições há de se pautar em informações oficiais. E o TSE é a fonte por excelência. Da qual fugiu o Datafolha, preferindo estabelecer parâmetros que não condizem com a realidade.

As conclusões do Tijolaço partem do princípio de "que ninguém está negando que a crise  tenha tirado  popularidade de Dilma. Isso é óbvio e esperado. Mas que a base da amostral do Datafolha 'dá uma mãozinha' dá". 

E avança: "O Datafolha tem de explicar porque não usa dos dados do TSE. E o TSE tem de esclarecer a população se é possível divulgar maciçamente pesquisas feitas com uma base totalmente diferente da que ele, Tribunal, considera correta".

Uma outra conclusão se torna imperativa: manipulação, das grossas. O que dá razão a Wagner.

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