terça-feira, 16 de julho de 2013

Distante

Das ruas
Corremos a vasculhar biblioteca e arquivo no computador. Nas estantes buscávamos um livro de um sergipano de sobrenome Dórea (parece-nos que neto de Seixas Dórea) que disseca a composição da classe política no curso da história brasileira, onde demonstra ser toda ela originada de um punhado de famílias nordestinas que remonta ao período colonial e transitou pelo Império, República Velha e por aí vai; no computador, um artigo, a partir de um livro que não temos, demonstrando o controle de outro punhado de famílias sobre o Judiciário Brasileiro quando lido sob o estamento de tribunais.

A desarrumação de um outro nega ao leitor nomes das obras e mais detalhes. No entanto, apenas melhor ilustrariam a ponderação adiante exposta, a partir de duas circunstâncias distintas, mas convergentes.

No Maranhão, a governadora Roseana Sarney esteve prestes a decidir sobre a possibilidade de preenchimento de uma vaga do Tribunal de Justiça, pelo quinto constitucional (indicação pela OAB de advogado para integrar tribunais, sem o crivo do concurso pra a magistratura), que tinha em Samir Jorge Murad a referência. O detalhe reside no fato de o Murad ser cunhado da mandatária maranhense. (Do Andante Mosso, de Maurício Dias, na Rosa dos Ventos, na Carta Capital 756).

No restante do "país de São Saruê" Letícia Mello (37 anos) e Marianna Fux (32 anos) pretendem assumir desembargadorias: a primeira, no Tribunal Regional Federal da 2a Região; a segunda, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Detalhe: as pretendentes são filhas dos ministros Marco Aurélio Mello e Luiz Fux, do STF. A indagação que circula diz respeito à competência de ambas: se de natureza jurídica ou de sangue.

No Maranhão a OAB bloqueou. No "país de São Saruê" aguarda-se o referendo à indicação da OAB, pela presidente Dilma Roussef (no caso de Letícia) e do governador Sérgio Cabral (no caso de Marianna).

E assim vai se ampliando a Corte. Que as ruas não enxergam. 


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