quarta-feira, 31 de julho de 2013

Entre o velho

E o novo mundo
Ocupam espaço justificado no noticiário os dados recentemente publicados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - o IDHM - de acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, elaborado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), que apontam avanço de 47,8% nos últimos 20 anos. Os destaques ficaram à conta da longevidade e da renda, sacrificada, ainda, a educação.

Para os que acompanhamos estes vinte anos observados - diferentemente de parcela da geração atual que somente viveu uma parte deles, visto estarem nas ruas no fulgor de seus 15 a 25/26 anos de idade - sabemos que o grande salto efetivamente ocorre - se desdobrado o período em duas décadas - a partir das políticas públicas implantadas no segundo quartel da primeira década deste século, mais precisamente de 2004 em diante.

A político-partidarização encontrará para cada grupo argumento: os defensores dos governos petistas de Lula nele encontrarão o grande instrumento das mudanças e os tucanos afirmando que tudo aconteceu porque prepararam o terreno, em que pese no período analisado outros dois presidentes terem ocupado o Planalto: Fernando Collor de Mello, até setembro de 1992, e Itamar Franco - o esquecido implantador do Plano Real - daquela data a 31 de dezembro de 1994.

Estamos distante do ideal. Muito falta. Especialmente na educação, visto que as inovações e investimentos trazidos na última década ainda não produziram frutos e o farão somente em 20 ou 30 anos. Mas não se negue o salto que representa a ampliação de oferta em graduação e na forma de acesso.

Na escala de 0,0 a 1,0 saltamos de 0,493 em 1991 para 0,727 em 2010. Palpável nas três referências amostrais a melhoria de renda. Nela vemos, quando mais se acentuar - e a política econômica não atrapalhar - meio de alcançar mais longevidade (hoje em 73,9 anos) e melhor participação na educação.

Enquanto vivemos este momento a Europa, em especial, e outros terras de primeiro mundo definham. Hora de rever estereótipos: novidade há no aumento de pobres na Europa e na distribuição de renda no "país de São Saruê".

O que não muda mesmo são as visões das elites, lá e cá. Entre o velho e o novo mundo o mal a enfrentar está nos seio de suas elites, cada dia mais concentradoras de renda.



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