segunda-feira, 1 de outubro de 2012

DE RODAPÉS E DE ACHADOS-Dia 30 de Setembro de 2012



adylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.
  
Adylson Machado

                                                                           

Apareceu!

Aécio Neves (muito raro neste espaço) disse ser Lula um “líder de facção”. Não falta quem o tenha como “líder de ficção” tamanha a inexpressividade de sua atuação no Senado.

O Gilmar não gostou

noblatO ator José de Abreu foi notificado judicialmente por Gilmar Mendes por tê-lo chamado em seu twitter de “Gilmar Dantas”.
Com a mesma expressão também assim o chamam, ou chamaram, ao vivo, em TV aberta e fechada, comentaristas da Globo e Globo News. E o Noblat também o fez em seu blogue.
O ministro está vocacionado a distribuir farinha no ventilador.

Julgamento político

O manifesto de intelectuais em defesa de um julgamento técnico para José Dirceu traz ao país a certeza de que dita iniciativa não terá o condão de mudar “decisões” mas de definir o julgamento como eminentemente político. A iniciativa dos intelectuais encontra um amparo técnico, apesar de a matéria ter conteúdo jurídico: a derrubada de pilares das instituições jurídicas (dentre eles a falta de prova ou inversão de prova, quando não a aberração de admitir como prova aquela produzida em CPI, que tem natureza inquisitiva e não contraditória).
Recentemente ao inserir o nome da Presidente da República para reforçar a tese em torno de uma prova que não existe, o Ministro Joaquim Barbosa mais politizou o julgamento. Não bastasse a inconveniência do instante em que ocorre e de levantar hipótese como prova, não fora o desrespeito e o desmerecimento à atuação do Poder legislativo.
É que, pela interpretação de Barbosa, qualquer acordo para votação em Casa Legislativa conterá implicitamente “mensalão”.

Estigmas e efeitos

lulaNão há dúvida que a bem orquestrada campanha (ainda que imoral e antiética) para transformar caixa 2 em mensalão, trazendo para o mesmo viés a lavagem de dinheiro, a corrupção e outros quejandos, pode não surtir o efeito desejado: anular os efeitos do lulismo no imaginário do povo. Mas insistirão. Afinal é a única arma de que dispõe a oposição e seus tentáculos como projeto.
Campanhas tendem a produzir resultados. Já o dizia Goebels que uma mentira repetida torna-se verdade.
Em Itabuna e região buscam vincular Geraldo Simões à deliberada chegada da vassoura-de-bruxa. Pegou. Não há marreta na Difusora que afaste a pecha de GS.

Paródia, até que nos julguem

Da CPMI do Cachoeira surgem indícios de movimentação financeira que supera 1 bilhão de reais para irrigação de campanhas eleitorais e outros quejandos. Caixa 2 do PT com 55 milhões e do PSDB mineiro, com 100 milhões, passam a ser fichinha.
Quando descobrirem que mais políticos do PSDB e do DEM encontram-se beneficiados por Cachoeira, poderão parodiar Alberto Caeiro, um dos heterônimos de Fernando Pessoa: nossoCachoeira pode não ser o maior, mas é o melhor Cachoeira do mundo; porque é o Cachoeirade nossa aldeia.
Até que lhes alcance um julgamento isento e justo.

Escondendo o jogo

grafico phaO Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, mostrou por quais caminhos anda o Datafolha para contrariar o Ibope e o Vox Populi. Eis o que demonstra em relação particularmente a Haddad:

Especulando I

O helicóptero do governo pousou na CEPLAC, antes de o governador Jacques Wagner se deslocar a Itabuna para inaugurar uma unidade policial. As razões de escolher a CEPLAC teriam sido em razão da segurança.
Também atenderiam os requisitos protetivos a sede do 15º Batalhão ou mesmo o aeroporto Tertuliano Guedes de Pinho, visto que estes espaços suportam tranquilamente o pouso de um helicóptero e a segurança propriamente dita estaria a cargo do aparato militar que o acompanhou.
Até aí, alguns dirão, que pretende especular neste vazio este um escriba com pouca coisa a escrever.

Especulando II

Matéria veiculada em O TROMBONE, de quarta 26, sinaliza caminhos e conversas que estariam ou poderiam estar em andamento sob o sugestivo título “Clima de reconciliação entre PMDB e PT agita eleição em Salvador”, onde explora a expressada simpatia de Mário Kértesz (candidato do PMDB) pelo prefeiturável do PT, em eventual segundo turno, onde diz que “seu” partido sentará com os dois candidatos que passarem para o turno final.
Essa singularidade (de o PMDB sentar com os dois candidatos) também é fala de deputado estadual da legenda, que assegura ser ACM Neto o preferido da maioria da legenda em termos de bancada estadual.
A mesma matéria de O TROMBONE insinua a existência de entendimentos iniciados, que teriam se originado do próprio governador Jacques Wagner.

Especulando III

Ao largo das insinuações trazidas pelo texto surgiram neste especulador (não financeiro) algumas indagações:
1. Por que pousar na CEPLAC quando outros espaços havia (inclusive aquele da Los Pampas, onde o governador já desceu uma vez)?
2. Conversou Jacques Wagner com alguém por lá?
3. Com quem conversou? A sós ou não?
3. Se houve conversa o assunto girou em torno de amenidades ou de política?
4. Se de política teria o tema alguma referência com as especulações em torno de apoio do PMDB no segundo turno em Salvador?

Especulando IV

Ora, dirão muitos, o que tem a ver uma coisa com outra? Talvez nada. Mas, nos meandros da política, que se faz de acordos em torno de interesses vários, predominantemente em defesa do poder, um detalhe chama a atenção deste especulador: sob regência de quem a superintendência regional da CEPLAC. Desdobrando, quem detém o comando da indicação.
Afastada esta ponderação, outra nos surge. Poderia alguém, que dependa da influência do Governador junto ao Governo Federal, pretender retorno a cargo do mesmo nível que já ocupou?

Especulando V

Não fora isso, para continuar especulando, frustrada a eleição do candidato do PMDB em Salvador, que seria importante vitrine para 2014, outros acordos poderiam surgir. Como, por exemplo, uma senatoria em 2014.
De imediato, um Ministério pode ser o ponto de convergência e de união entre os que se encontram em conflito até este instante.
Não nos esqueçamos que a Bahia anda com um paraense atravessado na garganta, por indicação de um paranaense, fato que afeta diretamente esta região. Daí seria razoável um baiano ocupar o Ministério da Agricultura.
O Ministério ao qual se subordina a CEPLAC, que ora desenvolve projetos que podem dar visibilidade nacional e internacional.

Especulando VI

E não nos esqueçamos que a reeleição de Dilma já começou a ser tratada. Com a sedimentação de uma aliança com o PMDB. O que pode estar acontecendo também na Bahia.
Por lá, presidência da Câmara e do Senado com o PMDB mostram o que representa para o projeto do PT manter e aprofundar a aliança com o PMDB.
O grupo palaciano do partido onde está Geddel articula para 2014. E mais adiante.

Especulando VII

Ponderando, ainda que o baiano tenha cacife suficiente para manter-se onde está, não vemos em Geddel Vieira Lima força suficiente para enfrentar a cúpula do PMDB e mesmo um governo que o abriga com cargo (e que pode promovê-lo) apoiando, em uma eleição de peso (como a de Salvador), um adversário que não só está caindo em frangalhos (DEM) como tem um candidato “valentão” que ameaçou com uma surra um Presidente da República.
Não vemos Geddel Vieira Lima com vocação para Dom Quixote.

Desdobramentos locais

Por aqui, caso tenha sucesso o desgaste que Geraldo Simões tenta provocar em Vane e isso venha a assegurar a reeleição de Azevedo, estando Geddel com o governo certamente levará para a base de Wagner o prefeito Azevedo “do PMDB”.
Para Azevedo lutar contra as forças governamentais como mera expressão regional de um DEM caindo aos pedaços melhor a aliança. Pela nova filiação.
Jacques Wagner está enxergando. Não foi à toa Ministro das Relações Institucionais ao tempo do primeiro governo Lula.
Nesse viés, perdendo o PT itabunense a eleição não perde o governo o controle do município. Quem perde a eleição mesmo é Geraldo Simões.

Barbas de molho

Caso as especulações e o desdobramento acima refletidos venham a ser concretizados quem deve botar as barbas de molho é o deputado Geraldo Simões. Especialmente se o prefeito Azevedo vir a se reeleger. Como muitos sabem, e aqui já escrevemos, Jacques Wagner não anda nada satisfeito com a forma como Geraldo tem agido nestas eleições.
Aí seria mel com mamão: Geddel Vieira Lima (que nunca esqueceu as vaias recebidas em Ilhéus) e Jacques Wagner (que não esquecerá a desobediência e tende a perder a confiança no companheiro, que busca rumos próprios, como contrariar o líder na escolha de senador ou de definir candidatura a prefeito etc.) estariam unidos por um objetivo comum.
O leitor que agora especule.

Não são bons sinais

Radialistas vinculados à Radio Difusora participam da campanha de Azevedo. Um apresentador de televisão, da de Vane.
Justiça concede direito de resposta a Vane em emissora de rádio. Na rádio Difusora.
Acácia Pinho ocupa espaço da propaganda de vereadores no horário eleitoral para fazer propaganda da majoritária.
A coordenação de Geraldo vai terminar levando a campanha de Juçara para o buraco.
Ou o buraco, como diz o povo, já está sendo cavado. Em cova rasa.

Em busca de uma vítima

Os conflitos ocorridos na Califórnia dão um sinal nada bom à campanha eleitoral em sua parte final.
Disse-nos uma pessoa que se fazia presente que o Samu andou por lá. Não confirmamos que tenha sido em razão dos “encontros” nada cordiais.
Mas andou adivinhando chuva.

Leituras I

Chamou-nos a atenção matéria deste O TROMBONE, postada na sexta 28 (“Instituto que promete pesquisa em Itabuna foi impugnado em Itacaré”), onde afirma que o Juiz Eleitoral da 203ª Zona “determinou a suspensão da pesquisa... por um Instituto Gasparetto Pesquisas, de Itabuna”.
Não fora dito instituto estar vinculado a nome respeitado, mais nos chamou a atenção as razões do questionamento feito, e acatado pelo magistrado, de que “nenhum questionário foi aplicado na zona rural de Itacaré, que possui mais de 20 povoados”.
Particularmente lamentamos a conclusão do texto com aquele “Estranho, hein?”, que nos dá a impressão de que pesquisa ora divulgada em Itabuna, registrada na Justiça Eleitoral, contenha vícios que não repercutam a realidade das eleições locais.
Por outro lado, não sabemos de outro Gasparetto atuando na região que não o mesmo daSócio Estatística.

Leituras II

No mais ficamos com aquela sensação de que há magistrados e magistrados. No que diga respeito ao pleno domínio sobre o que lhe seja apresentado para decidir.
Primeiro porque, no caso concreto, no âmbito de pesquisas eleitorais, as razões que as envolvem estão delimitadas (dentre elas o campo de ação e o método), justamente para permitir a verdadeira aferição dos dados.
Segundo, partindo da alegação de que não foram buscados dados na “zona rural” nos fica a sensação de que, sob o mesmo parâmetro aceito pelo julgador, as pesquisas nacionais de intenção de votos seriam todas impugnadas, uma vez que num universo de 5.600 municípios apenas uma ou duas centenas são objeto de atuação da consulta e nenhum deles busca uma “zona rural”.
Assim, em pesquisa nacional, ainda que Itacaré não tenha sido pesquisada nela estará incluída, pois os seus resultados são válidos para todo o país.
No caso concreto, não é o número de localidades pesquisadas na “na zona rural” que dimensiona o universo da pesquisa, mas se onde realizada concentra a maior parte do eleitorado para a amostragem.

Leituras III

Por fim, sem deixar de admitir a possibilidade de enganos (até porque quem coleta diretamente dados não é o titular da empresa) expressamos nosso voto de confiança na credibilidade conquistada por Gasparetto ao longo dos anos.
No mais é analisar a pesquisa divulgada para as eleições de Itabuna.
E que ninguém venha utilizar a preocupação de O TROMBONE para desmerecer suas conclusões, ou delas fazer cavalo de batalha em propaganda eleitoral.

Ainda Diana Pequeno

Daquele primoroso primeiro álbum, lançado em 1978, “Campo Branco”, de Elomar Figueira.
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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

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