quinta-feira, 15 de maio de 2014

Direto

No fígado
Começou a chiadeira. Reage a oposição a uma inserção do Partido dos Trabalhadores na TV que recomenda a não volta ao passado. É o que se depreende das manifestações de Aécio Neves (que precisa melhorar a imagem reproduzida pela telinha, para não alimentar especulações sobre o que consome) e Eduardo Campos.

Em boxe o direto no fígado leva a curvar-se o adversário, tentendo-o abrir-se para um golpe no queixo que pode nocauteá-lo. Não se pode comparar a inserção petista com um golpe de boxe, porque política tem nuances imprevisíveis, mas  pelas reações dos candidatos de mais expressão (Aécio Neves e Eduardo Campos) – parece que algo efetivamente incomodou.

Ambos sentiram o peso da propaganda do partido do governo, pela abordagem proposta: comparar administrações e políticas de governo. Abalados ficaram com o mostrado em 30 segundos. Arrepiaram-se os candidatos. Imagine-se mais tempo disponível para tal propaganda mostrando o que a imprensa não mostra.

A desarrumada reação centrou-se em argumento pífio: como se a concepção de “medo” posto por Regina Duarte – como ‘musa’ do PSDB – na campanha de 2002, visando jogar o mercado e tudo o mais contra Lula, estivesse ora utilizada. Naquela oportunidade sucumbido o ‘medo’ diante da ‘esperança’ de novos tempos.

Na falta de argumento Aécio e Eduardo – em discurso orquestrado – puseram ‘medo’ onde não há. 

Na propaganda do PT o eleitor apenas é chamado a ‘preferir’ entre os feitos da experiência de FHC e de Lula/Dilma.

O mote da campanha do Governo/PT limitou-se tão somente a disparar a tomada de consciência do eleitor/ouvinte para comparar o período do PSDB-PFL/DEM-PPS com o atual. 

Cabe saber se a oposição terá bala na agulha para enfrentar a proposta de marketing posta. 

Isso, porque o discurso comparativo entre dois períodos é desastroso para o PSDB quanto aos números. 

Quanto ao PSB, pela posição assumida (negando, inclusive, o programa partidário) deixou-se levar pelo mesmo discurso do PSDB, passando a disputar o mesmo espaço entre ‘quem fará melhor’, se ele ou Aécio (que saiu na frente).

Por mais apoio que tenha a oposição da mídia – típico aliado político-partidário – não há como negar a realidade, que é palpável. Depende apenas de ser lembrada. Nisso a inserção do PT se torna perfeita.

Restará à oposição a(s) CPI(s) da Petrobras, o ‘não vai ter Copa’. A Copa acaba em julho, antes da campanha; CPIs podem trazer surpresas. Para todos. Inclusive a oposição. Não à toa se nega a aceitar o que ela mesmo ‘exigia: CPI exclusiva, no Senado, para apurar desmandos na Petrobras. Sabe o que pode acontecer.

Na campanha (com propaganda eleitoral e quejandos) as comparações serão aprofundadas: diferença (em dólares) no salário mínimo; no risco brasil; nas reservas internacionais; no canteiro de obras; no desemprego; na inflação; na capacidade energética instalada; nos novos programas como o Minha Casa, Minha Vida, o Luz Para Todos, o Universidade Para Todos, o PROUNI, o FIES, o ENEM/SISU e a criação e o acesso à universidade, o Mais Médicos etc.

Resta saber – o tempo dirá – quem tende a vencer o embate: se as anteriores propostas (PSDB) ou as recentes (PT). Ou se nenhuma delas.

Não se afirme que apresente resultados concretos. Mas que a propaganda do PT incomodou, tenha a certeza o leitor, incomodou! 


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