sexta-feira, 23 de maio de 2014

Dois fatos

Uma só notícia

Todos os candidatos cresceram no levantamento Foto: Arte/O Globo
Nesta quinta 22 dois fatos nos levaram à reflexão, pela circunstância de envolverem um mesmo personagem: a presidente Dilma Rousseff.
O primeiro deles: a inauguração/conclusão da Ferrovia Norte-Sul, projeto da época de Sarney à frente do Governo. O segundo: Dilma Rousseff recupera pontos na pesquisa Ibope.

A Ferrovia Norte-Sul é um passo significativo na integração do país por trilhos. Lembremo-nos de que a ela se vincula a Oeste-Leste, que aportará em Ilhéus, ponto inicial para a interligação Atlântico-Pacífico. Sua conclusão, tantos anos depois de iniciada, bem demonstra a preocupação do Governo Federal, em dimensão petista, nos compromissos com a infraestrutura de transportes.

Desde que reduziu a malha ferroviária o Brasil sofre sob o cutelo do transporte rodoviário, elevando seus custos a valores nada civilizados. A inversão, portanto, é caminho para redução do chamado 'custo Brasil', o que tem sido cobrado há anos. Que não encontrou, em nível de noticiário, o reconhecimento merecido quando materializada a conclusão da Norte-Sul. Ainda que com a presença da Presidente da República.


(Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

No que diz respeito ao levantamento do Ibope, realizado entre 15 e 19 de maio, um detalhe se destaca: expressiva queda na amostragem de votos brancos e nulos, que passaram de 24% para 14%, assim como o número de eleitores que dizem não saber em quem votar, que caiu de 13% para 10%.

Nesse aspecto, o que parecia profunda indecisão e indignação passa a ocupar um patamar compatível com eleições anteriores. Assim que postos na rua os programas políticos do PSB, PSDB e PT. 

Significa, ainda, que o eleitor está acompanhando o que ocorre no país (mesmo que não lhe seja cobrado conhecimento da conclusão da Norte-Sul para repercussão na pesquisa divulgada).

Sob esse viés, comparados os dois fatos, o eleitor está mais próximo de reconhecer a ação do Governo (incluindo na inauguração de obras anteriores) que a imprensa, que pouca valia deu à Norte-Sul.

Para uma parcela considerável da imprensa - aquela que age como partido político - os 40% das intenções de voto para Dilma Rousseff representam pequena subida diante dos avanços de Aécio e Eduardo Campos.

A mesma imprensa que não observa que os índices refletem uma acomodação à realidade. Dilma volta ao patamar que lhe é natural (que pode chegar a 43% ou 45%). Os adversários ocupam espaços antes controlados por indecisos.

À luz (opaca) do noticiário os dois fatos são observados de forma própria e específica pelo cidadão/eleitor. Que tende a distinguir a diferença e entre ambos. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário