terça-feira, 27 de maio de 2014

Mudar o nome

Não mais basta
Indignado com o que entende como não reconhecimento do de bom que tem acontecido no país – assim deduzimos – um internauta fez circular a sua reação com uma série de indagações, pautadas entre orgulho e vergonha (talvez até inspirado na 'vergonha' fenômeno-nazariana para com as obras da Copa), e disparou aos 'do contra e quejandos':

Que perguntem os 'revoltados'... aos 9,5 milhões de estudantes matriculados no Enem... aos milhares de operários da construção civil, crescente a cada dia... aos milhões de trabalhadores que compraram carro 0 nos últimos anos... aos mais humildes atendidos pelo Mais Médicos... aos jovens formados pelo Pronatec... aos mais de 50 mil trabalhadores da construção naval... aos milhares de brasileiros que foram ao feirão da Caixa comprar sua casa própria e  aos milhões de beneficiados pelo Minha Casa Minha Vida se estão sentindo Orgulho ou Vergonha”.

E inverte a ponderação indignada para concluir que quem sente vergonha do Brasil “é aquele doutorzinho que não atende os mais humildes e agora tem o Juan, a Margarida, o Pablo para fazê-lo... é a dondoca do trânsito que para seu carro importado no sinal e se enraivece ao ver parando ao seu lado um trabalhador simples com seu 0 quilômetro do lado dela... ou aquele representante da Big House que pega um avião pra Miami e que olha para o lado e lá está o porteiro do prédio vizinho indo fazer as mesmas compras que ele”.

Seu conclusivo estágio de indignação nos fez volver à época em que tínhamos mais tempo para o papo com amigos. 

Um deles – em dia de conversa jogada fora – nos provocou a atenção para o fato de que os mais ricos (incluindo os nouveau) estavam mudando o hábito e deixando de colocar nomes estrangeiros nos filhos para fazê-lo com Tiago, João, Manoel etc. 

Indagou, então, se supúnhamos a razão por quê.

Diante de nossa ignorância repercutiu sua tese: ricos puseram nomes estrangeiros quando isso afirmava sua diferença de classe em relação aos despossuídos e seus Tiagos, Pedros, Joões etc. No dia em a turma do andar de baixo passou a estrangeirar a família o retorno foi incontinenti. Para manter a distância!

Retomando a indignação posta no início, caso haja tal dimensionamento por quem se imaginava diferente por ter uma TV de muitas polegadas, um microondas, uma geladeira/freezer, um carro, ou que viajava de avião dentro e para fora do país e fazia cruzeiros em transatlânticos de luxo temos que não há solução. A não ser o espernear e sentir vergonha.


É que não mais basta mudar a nominação dos filhos para restabelecer o status.


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